Roma, Itália
Paulo
Eu não era o maior fã de eventos sociais, na maioria das vezes era como se eu fosse um peixinho no meio de tubarões gigantes.
Tudo bem, eu sou jogador de futebol e tenho certa fama mas diante de todas as pessoas importantes nessa festa, eu não chego nem perto do que eles são.
Bebi um pouco do meu champanhe e ouvia pessoas discutir sobre arte, particularmente eu não entendia muito sobre o assunto mas fingia que sim.
A ideia de vim a inauguração de uma galeria de arte com certeza não foi minha.
- Será que nós já podemos ir pra casa? - pedi para Oriana, mas diferente de mim, minha namorada estava adorando todo aquele luxo.
- Nós acabamos de chegar, Paulo. Por quê não vai pegar uma bebida pra mim?
A contragosto, eu assenti e me afastei para ir atrás de um dos garçons. Peguei duas taças, entretanto ao invés de voltar para onde estava, eu segui até a varanda.
O lugar estava calmo, havia pouca gente ali, as vozes estavam abafadas e eu pude sentir a brisa leve bater contra o meu rosto. Me encostei no parapeito e virei a primeira taça.
Há poucos meses Oriana e eu nos mudamos para Roma, onde agora eu jogo pelo time local. Devo dizer que sou apaixonado por essa cidade, mesmo que ela tenha me machucado.
Observei um garoto sentado em um banco sozinho, ele balançava as pernas no ar e parecia triste. Eu podia simplesmente ido embora mas algo nele me cativou.
Eu me vi naquele garoto, ele era igual a mim quando era criança. Virei o líquido da segunda taça e me aproximei dele com cautela, sentando ao seu lado.
- Oi. - disse, mas ele não respondeu. - Você tá bem?
Esperei que ele dissesse algo, mas o garoto continuou em silêncio enquanto encarava a miniatura de uma bola de futebol que ele segurava em suas mãos.
- Também não gosta desses eventos? - perguntei, novamente e dessa vez ele ergueu a cabeça para me encarar.
- Minha mãe disse que eu não posso falar com estranhos. - ele falou.
- Bem, sua mãe tem razão. Mas se nos apresentarmos não vamos ser mais estranhos. - disse e o rosto do mais novo se iluminou. - Sou o Paulo.
- Oi, Paulo. Sou o Pietro. - ele estendeu sua mão para mim como um jovem senhor.
Eu rir.
- Prazer em conhecê-lo, Pietro. - murmurei, apertando sua mão. - Agora que não sou mais um desconhecido, pode me contar por que está triste?
Pietro suspirou e voltou a encarar a bola que segurava.
- Sinto falta do meu papai. - ele disse baixo de forma quase inaudível.
- E onde ele tá?
- Lá. - apontou para o seu e eu me senti mal por ter sido indelicado.
Parece que nossas semelhança iam muito além do que eu gostaria de admitir.
- Sinto muito.
- Tudo bem. Minha mãe não fala dele, toda vez que eu pergunto ela fica triste. - contou cabisbaixo.
- Deve ser difícil pra ela também, mas tenho certeza de que na hora certa ela vai contar tudo o que você quiser saber.
- Verdade?
- É claro. - concordei e então ele sorriu, fazendo com que me sentisse melhor com isso.
Ficamos em silêncio, apenas aproveitando a presença um do outro, mas sabia que em algum momento eu teria que voltar lá pra dentro ou Oriana não ficaria nada feliz.
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ENTRELAZOS || Paulo Dybala
FanfictionPaulo estava pronto para recomeçar sua carreira em um novo clube, onde foi recebido super bem. Ele estava em seu melhor momento, tudo parecia está dando certo até um garotinho entrar na sua vida e transformá-la. O que ele não sabia é que aquele garo...