#📸 ANA FLÁVIA,
point off view.Encarava a parede do meu quarto enquanto balançava o corpo pra lá e pra cá sentindo as lágrimas rolarem sem parar pelo meu rosto.
[ MEIA HORA ATRÁS ]
— Ana? — a voz da minha mãe soou baixo do outro lado da linha e suspirei
— fala — fui rude
— tá tudo bem filha ?
— não me chame assim — revirei os olhos — oq você quer ?
— seu pai, ele pegou esse vírus desgraçado
— e você me ligou pra contar isso? olha, eu sinceramente...
— ele morreu, Ana Flávia
Engoli em seco e olhei os meninos que me olhavam confusos e preocupados, ela nunca me ligava e quando ligava era pra pedir algo ou só ser inconveniente.
— eu to feliz que ele tenha morrido — falei e tratei de secar a lágrima solitária que desceu pelo meu rosto — tomara que ele queime no inferno
— Ana ? é assim que você fala do seu pai?
— pai? aquele filho da puta que tentava abusar de mim e você passava pano? ele é um merda igual você
— eu to sozinha agora, eu preciso de alguém aqui comigo
— você não pensou nisso quando deixava ele me tocar
[ Agora ]
A porta do quarto foi aberta e o Gustavo passou pela mesma trancando ela, segurava uma sacola cheia de besteiras e na outra mão um moletom preto.
— ta com frio? — perguntou receoso
— um pouco — sussurrei
— trouxe um moletom
— eu tenho moletom, Gustavo
— eu sei que você gosta de roubar os meus — sorriu enquanto se aproximava
— eles têm seu cheiro e são confortáveis
— eu sei — me entregou o moletom
— obrigada — sorri de lado e vesti o moletom
— quer conversar? — neguei com a cabeça — tudo bem — suspirou
Eu nunca me senti confortável pra falar sobre minha relação com meus pais, era uma coisa que eu sempre evitava porque me machuca demais.
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Quarentena | MIOTELA
Historical Fiction📸 || ⚔︎ 𝙌𝙪𝙖𝙧𝙚𝙣𝙩𝙚𝙣𝙖 ( Me diz quando essa quarentena acaba...) Após passar um tempo de quarentena com seus 3 colegas de trabalho,a atração de Ana Flávia por um deles vem a tona.