𝒜 S F E S T A S Q U E O D E I O.

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꒰ㅤㅤ⟡ㅤO1ㅤ , 🪽

Eu odeio festas.

Não é todo tipo de festa, são essas festas em específico. É exaustivo pensar meticulosamente em um vestido ideal toda vez que sou convidada, mesmo odiando cada uma. Eu nunca disse isso em público, e não pretendo dizer pra ser bem sincera.

Deitada sobre minha cama, observando as luzes que iluminara o teto, não tenho nada melhor pra fazer duas horas da tarde, eu odeio esse horário afinal.

A porta rangeu depois de três batidas não respondidas, Anabella entrou no quarto usando a mesma roupa que usava todos os dias, o quão íntimas ela achava que éramos?

- O que tá fazendo no meu quarto?

- Eu bati e você não atendeu, Shuhua. - Ela respondeu enquanto se aproximava da cama.

Eu realmente me incomodo com pessoas entrando em lugares que eu não permito, é frustante.

- Mas eu não te chamei.

Eu não pretendo demitir Anabella, ela é uma ótima empregada. Mas me irrita às vezes, muitas vezes.

- Eu vim lhe contar uma coisa. - Disse ao meu lado, observando-me prostada no colchão.

- Diga. - Adiantei, eu realmente queria que ela saísse.

- Washington pediu pra convidá-la para o centésimo aniversário do W palace. - Ela juntou as mãos a frente de seu abdômen, me encarando seriamente, provavelmente tendo em mente minha resposta. - Hoje às quatro horas.

- Diga a ele que não vou. - Eu devo ser previsível o suficiente pra Anabella me encarar mais uma vez sem demonstrar surpresa, suspirou fundo fechando os olhos.

- Shuhua, você não é mais criança. Acha que está sendo convidada pra um evento escolar opcional? Tenha mais noção, tempo é dinheiro.

- Vai me dar noção de moral essas horas, Anabella? - Desviei o teto e comecei a prestar um pouco de atenção no que a de cabelos negros e amarrados em um coque baixo e bem preso dizia. - Eu não quero dinheiro.

- Você pode me responder adequadamente pelo menos uma vez?

- O que você quer que eu responda?

- Algum motivo coerente pra não querer comparecer.

- Não tenho vontade, é simples.

- Eu não vou sair daqui até que você diga que irá. - Ela sabe virar o jogo, eu odeio isso, eu odeio bastante coisa pra falar a verdade.

- Vai embora, eu já disse que não vou.

Ela continuou na mesma posição, sem dizer uma palavra ou mover um músculo sequer.

- Suspirei fundo, é tão desgostante. - Tá, eu vou.

- Obrigada pela compreensão, senhora. - Ela sorriu sem mostrar os dentes. Eu me sentia um mísero peixe em sua isca.

- Você pode sair agora? - Enrolei-me no edredom, virando pro outro lado da cama, ela não vai embora nunca?

- Nada disso, você tem que se arrumar.

- Não enche, a festa é daqui a duas horas. - Cobri a cabeça com os lençóis, murmurando de dentro do agora "casulo".

- A maquiadora, os cabeleireiros e sua estilista estão chegando.

My Fairy - Sooshu.Onde histórias criam vida. Descubra agora