꒰ㅤㅤ⟡ㅤO2ㅤ , 🪽
Eu já disse que odeio festas?
É, acho que sim. Meu rosto já dizia tudo sem que eu falasse nada, a expressão de desgosto que fazia encostada na janela de uma limosine preta já exalava tudo.
Observava os carros que passavam, vermelho, cinza, branco, uma van preta. Queria poder estar em algum destes, indo pra qualquer direção longe daqui.
— Por que anda tão deprimida, Montessori? — Ouvi a voz do motorista, grisalho, falar comigo.
Eu não queria me "explicar" pra cada pessoa que tivesse contato, parece que tudo estava destinado a me irritar cada vez mais. — Não interessa. — falei baixo.
O ouvi suspirar fundo. — Bem que Lissandre me disse.
— O que Lissandre disse? — Levantei a cabeça, admito que estava curiosa.
— Que você só é mais uma criança amargurada. — Nada novo.
— Quem liga pro que o Lissandre diz.. — Afundei no banco, olhando o horário no relógio, três e cinquenta e três. — A gente tá chegando? Odeio atraso.
— Você odeia tanta coisa. — Ele deu uma risadinha, ainda atento ao caminho. — Estamos praticamente na rua do evento, não se preocupe.
— Mas a gente tá no meio do mato, Seu Pierre.
— Anabela não lhe disse que o evento é ao ar livre?
Nada é tão ruim que não possa piorar, Anabela não me conta nada afinal. — Não acredito nisso.
— Na minha época, os jovens gostavam mais de sair de casa.. mas nada contra, Montessori.
— Você pode só dirigir e parar de fal.. — Fui interrompida pelo carro parando, meus olhos caíram em um grande portão elegante. Nem parece que estava no meio de um lugar deserto que só tinha grama.
— Chegamos! São oficialmente quatro horas, bati a meta.
— Você conta tempo?
— Eu sou velho, preciso contar tempo.
— Então tá. — Abri a porta da limosine, colocando aqueles saltos, que machucara meu calcanhar a algumas horas, naquele verde chão de grama.
Olhei mais a dentro, centenas de cabeças loiras se encontravam ali, quinhentos e sessenta e três pra ser exata. Não sei por que contei.
Suspirei fundo e adentrei aquele tamanho jardim, avistei então algumas mesas decoradas com um pano elegante branco detalhado em dourado, um pequeno jarro branco com tulipas vermelhas, uma taça chique de champanhe e guardanapos em forma de origami. Clichê.
Um grande cartaz rodeado por algumas plantas exibia em letras chiques e garrafais "W Palace, Centième anniversaire." Em frente, com uma também taça de champanhe, aparentemente estava ele, Washington.
Ele conversava com outra também loira, ria e mexia em sua barba. Dá desgosto saber que essas risadas são tão falsas quanto as flores nos jarros.
Depois de atravessar aquela infinidade de pessoas, cadeiras e mesas, enfim achei uma mesa com um pequeno guardanapo com "Shuhua Montessori" bordado, puxei a cadeira e sentei-me.
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My Fairy - Sooshu.
FanfictionShuhua Montessori é só mais uma jovem-adulta de alta classe. Sem nenhum motivo aparente, durante um evento de elite ao ar livre, ela acaba se perdendo e indo parar em um mundo totalmente diferente. ( LEVEMENTE INSPIRADO EM "ALICE NO PAÍS DAS MARAVI...