Epílogo

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O plano era o seguinte: Scorpius, juntamente com mais uma pessoa, iriam até a mansão Greengrass, escondidos sob a capa da invisibilidade de Harry, e entrariam no porão por uma passagem secreta nos fundos da casa.

Depois de uma discussão, foi decidido que Teddy iria acompanhá-lo; o mais velho era um auror experiente e tinha certa intimidade com o jovem Malfoy, podendo apoiá-lo caso as emoções tomassem conta do mesmo.

O cheiro de grama molhada e lavanda presente no jardim da mansão Greengrass despertou uma gigantesca sensação de nostalgia em Scorpius.

Ele se lembrou de sua infância, quando costumava caminhar pelo gramado procurando formigueiros, ou até mesmo correndo com seus primos. Eram bons tempos.

É claro, isso tudo foi antes da morte de Astoria, antes de que seus avós decidissem que o culpado pela morte de sua caçula era ele, seu próprio neto.

Entretanto, não foi a nostalgia nem a triste memória de seus avós que fizeram com que o loiro congelasse em seu caminho; a causa disso fora a jovem de longos cabelos negros alguns andares acima.

Astoria Greengrass, agora com seus 13 anos, estava sentada no parapeito de sua janela, lendo um livro sob a luz das estrelas.

— Scorpius — a voz calma de Teddy tirou o loiro de seus devaneios — Está pronto para ir?

— Claro — a voz de Scorpius tremeu, seus olhos relutantes em se afastar da versão mais nova de sua falecida mãe — Vamos acabar com isso.

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A passagem secreta se tratava de um piso de tijolos mágico, que funcionava de maneira semelhante à passagem para o beco diagonal.

Seguindo a sequência deixada no diário de Alexander, o piso se desmontou lentamente, revelando uma escada por baixo, que os levaria até o porão da mansão.

Foi preciso um feitiço de lumus para que os primos enxergassem o que havia a frente. Teias cobriam todas as paredes do local, restos de velas derretidas escorriam sobre as prateleiras e algumas peças metálicas estavam espalhadas pelo chão.

Na frente de uma mesa no centro da sala, havia um grande baú com o brasão da família, nenhuma fechadura visível.

— Encontramos!— O metamorfo apontou. — Como vamos abrir esse negócio?

Scorpius tentou tocar ou ativar algo no baú, torcendo para que o toque de um descendente Greengrass fosse o suficiente, mas não deu certo. Ambos apelaram para o uso de feitiços, também em vão.

Scorpius pensou um pouco, então se lembrou das palavras escritas no diário.

— Ele disse que era preciso alguém com sangue Greengrass para abrir o baú certo? Talvez ele estivesse falando mais literalmente do que imaginávamos.

Antes que Teddy pudesse reagir, o mais novo puxou sua varinha e usou-a para abrir um corte em sua mão, deixando que o sangue escorresse sobre o brasão.

O baú fez um barulho estranho, suas engrenagens enferrujadas lutando para funcionar depois de tantos anos, mas enfim abriu, revelando um um relógio antigo, com duas alças metalicas que possuíam "gatilhos" nas pontas.

— Deve ser isso, vamos levar para Dumbledore! — Teddy exclamou depois de curar a ferida de Scorpius com um feitiço simples.

Se Teddy reparou que antes de deixarem o terreno, Scorpius olhou para a janela de Astoria com os olhos marejados, ele foi gentil o suficiente para não comentar.
 
                               
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Time TurnerOnde histórias criam vida. Descubra agora