meu chefe

capítulo 25

::::::::::::::::::::::::::::

Sábado 14:25

:::::::::::::::::::::::::::

- não quero - olho preocupada pra mamãe que tem o mesmo olhar pra mim .

- meu bem, você precisa comer alguma coisa - ele nega

- não tô com fome - sua voz é fraca.

- Melia, você não quis almoçar então pelo menos coma um lanchinho. Mana faz mal
Não comer - tento convencê-la mas é falho.

-meu bem, por favor, só uma colherada

- não! - seu tom de voz eleva um pouco.

- tudo bem.

Caminho até a porta saindo e indo procurar
O médico.

- com licença - a recepcionista me olhou colocando o telefone a qual falavam com alguém no canto dele .

- sim?

- eu queria falar com o doutor Daniel, poderia falar com ele pra vim no quarto 209.

- certo comunicarei agora.- afirmo voltando ao quarto.

- DOUTOR DANIEL COMPARECER A SALA 209, DOUTOR DANIEL COMPARECER A SALA 209 - escuto o alto falante pelo hospital.

..

- algum problema? - me viro olhando pro doutor.

- a Melia doutor, ela não quer comer nada
Ela não tomou café da manhã, não almoçou e muito menos quer lanchar.

- bom o fato da doença da Melia tar deixando-a fraca é bem comum a falta de apetite. O necessário mesmo é fazer a cirurgia o mais rápido possível - engulo em seco e afirmo.

- o que faremos enquanto não faz a cirurgia?

- bom o soró ele hidrata bastante mas tente fazer o que pode pra pelo menos ela
Comer alguma coisa. Melia tende a ficar mais fraca a cada dia, é uma realidade a qual dói não só pra vocês mais pra mim também, como pediatra digo que é difícil ver uma criança no estado em que Melia está - sinto meus olhos marejarem.

- eu vou dar um jeito... Muito obrigada doutor - ele sai, mas antes fala que se precisarmos é só chamá-lo

Entro na sala e encaro mamãe que vem até mim.

- o que ele disse?

- resumindo? - ela afirma com a cabeça pessimista. - ela está morrendo - falo baixo deixando uma lágrima escorrer por minhas bochechas. Seco rapidamente.

- não fale isso -a abraço.

- ele pediu pra tentar ao máximo fazer Melia comer pelo menos um pouco.

Olho pra cama vendo a minha garotinha dormir.

Ela vive dormindo.

....

18:30

Sinto minha respiração falhar e minhas pernas vacilaram, me sento na cadeira sentindo as lágrimas descerem por meu rosto enquanto vejo os enfermeiros ao redor da cama.