conversa à luz de vela

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- Encontrei ela hoje - cecilia fechou suas delicadas mãos em volta da xícara bem quente de cafe.
- ah - catarina responde. O unico som no ambiente nesse momento é seu suspiro, fazendo o ato se tornar uma comunicação nao verbal. Ela se ajusta em seu assento e torna seus olhos em borrões vermelhos quase marinados.
- Sabe, ainda acho que voce... - Antes que cecilia pudesse terminar sua frase, catarina a corta.
- Por favor...só, nao. - Seu ar parecia faltar com a vermelhidao que seu rosto ficou, sua perna inquieta nao trazia paz para o lugar, e, mesmo com a baixa iluminacao, cecilia é capaz de ver sua amiga sumir com uma pequena lagrima do olho. Entao, coloca sua mao no ombro de catarina, a qual volta seu olhar para ela, um olhar triste, um olhar dolorido.
- Ela perguntou de voce. - Catarina tenta disfarçar a forma como seu olho mostrou felicidade por um milésimo de segundo. Ela passa a lingua em seus labios, joga sua franja pra tras e levanta.
- Ela queria saber como voce ta. - Cecilia continua ate ouvir um barulho de porta ranger.
- Oi, miguel. - Catarina se levanta abruptamente, como se cortasse o assunto e o ar com o corpo. Vai em direcao ao seu noivo e o abraça.
- Miguel? - Ele ri - Nossa, meu amor, nunca me chamou assim. - Ele a beija na testa, confuso.
- Ah, haha, desculpa, amor, acho que foi o nervosismo. - Catarina exclama, claramente desnorteada.
- -Nervosismo? De que? - ele questiona.
- -Digo... nao, ah... - Ela tapa seu rosto e ri. - Podemos jantar mais tarde juntos.
- Certo, agora vou dar um pulinho no joao.
- Ok! - ela confirma.
- Te amo. - miguel fala ao sair de casa logo depois de chegar.
- Beijo - parece ser a unica coisa possivel de ser falada agora.
Catarina fecha a porta para seu noivo e logo volta, em silencio, para a cadeira com sua amiga. Solta um suspiro longo e tortuoso.
- Ela ainda usa aquele chapeu de crochê? - catarina deixa escapar um riso de canto e acha ter escondido junto ao gole de cafe que deu.
- Ainda, e ela disse que voce, antigamente, acharia engracado o novo chapeu dela. - cecilia ri. O ambiente está quieto, mesmo que as pessoas nele estajam inquietas, parecia um profunda onda de sobrepeso mental pousada entre as duas.
- Com certeza eu iria rir... - cararina fala tentando parecer neutra quanto a isso.
- Voce deveria ve-la. - cecilia se atrave a falar algo que esta em sua cabeca ha todos esses 12 anos, mas o assunto sempre foi um topico nao abordado. Catarina engole seco, baixa a caneca na mesa e repreende o impulso de levar sua unha a boca. - Nao posso, estou melhor assim.
- Voce sabe que nao, voce se engana e engana outra pessoa também.
- Eu o amo. - catarina diz. - De verdade.
- Mas nao é apaixonada por ele. – Cecilia aumenta um pouco o tom de voz. - Voce nao acha graca das piadas ruins dele, voce nao gosta quando ele faz dramas querendo sua atencao, você realmente acha que é madura por nao sentir ciumes dele? — ela esbraveja. - A verdade é que a forma como voce amou aquela menina voce nao consegue apagar.

Catarina fecha os olhos e deixa uma lágrima resplandecer em seu rosto, sem passar a mao por ele.
— E eu sei que voce imaginou agora ela enxugando a lagrima que ela mesma causou. — cecilia indaga. — Porque voce sempre foi assim, buscava nela o amparo que voce precisava por gostar dela, esse seu fardo precisava ser acariciado por ela, acariciado pela causa dele.
— Eu realmente estou bem. — catarina so consegue olhar pra baixo, pras maos. — Isso nunca poderia dar certo, eu... eu nunca estive disposta. — ela passa aos maos rapidamente pela raiz do cabelo, fazendo seu cabelo colar em seus rosto pelas lagrimas. — E ela.. ela nunca soube.

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⏰ Última atualização: Feb 03 ⏰

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