Motel

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Kiara Diniz

Desci pra casa de Alice, minha irmã de consideração que morar comigo a nove anos junto com a ajuda do pai dela, já era horário de almoço e eu tava abatida pelo calor que fazia, ela tava lá com meu sobrinho e nosso pai, além dela ser mãe solteira oque eu surtei muito quando soube, o filha da puta que gerou não perdeu a chance de ir embora, escreveu uma despedida pra ela por celular na corvadia e ainda justificou a ida por medo de levar paulada minha pela irresponsabilidade

E eu ia mesmo, ela insistiu em usar camisinha com aquele filha da puta mas ele meteu que não dava em nada se ela tomasse a pirola do dia seguinte, ela tomou? Não, porque ele não quis comprar e ela tava sem dinheiro, acabou esquecendo de tomar, mas hoje meu sobrinho tem oito meses, é a coisinha que mais preservo na vida, ajudei ela com tudo que puder e o pai também, hoje em dia ela trabalha em uma loja de roupas dela mesma enquanto cuida do filho, as vezes ele ficava com a babá

Eu não morava com eles, mas passei a morar desde meus quinze anos, aos pouco fui subindo no movimento e aluguei minha casa, seu Anderson não gostava muito da ideia mas sempre me aconselhou muito em questão ao movimento e claramente eu sempre escutei o cara que me criou

– Cheguei família – Seu Anderson tava na cozinha ajudando Alice, eles sorriram quando me viu inclusive meu sobrinho, obviamente que fui até ele pegar nos braços, ele era a coisa mais linda desse mundo, era a cópia de Alice dos pés a cabeça mas da versão masculina é claro – Oi meu amor, tu tá tão bonitão hoje Kaio

A inicial do nome dele era a minha homenagem, quando soube eu chorei horrores de emoção e felicidade

– Hoje tem lasanha princesa – Fui até Alice que me comprimentou com um beijo na bochecha, já nosso pai beijou minha cabeça, ele tava felizão com a minha presença porque raramente tô vindo visitar ele pelos corres que tô tendo

– Minha comida preferida – Soltei uma risada e me sento no sofá com meu pivetinho, começo a brincar com ele que ria sem descanso

– Filha, tá tudo bem? Não apareceu muito aqui – Anderson pergunta ainda na cozinha, ele me olhava um pouco desconfiado porque me conhecia bem, solto um suspiro mas volto a brincar com Kaio – É sobre sua mulher?

– Aí pai, não fala dessa traste aqui em casa – Alice resmungou e meu pai a repreendeu no mesmo momento

– É dela mesmo Anderson – Passo a mão sobre meu cabelo começando a ficar nervosa com o assunto – Mas hoje eu descobro oque tanto ela anda mentindo pra mim

– Filha, olha oque você vai fazer, você não tem ao menos provas

– E é isso que ela vai buscar pai, ela não vai fazer nada se a amada dela não estiver fazendo, não foi falta de aviso – Alice insinuou que desde o começo estava certa, mas nem ao menos eu tenho certeza o suficiente e isso tá me gastando cada vez mais.

Almocei com eles normalmente, subir pra tomar um banho e dormi um pouco, minha cabeça tava o ponto de explodir por isso não queria conversar muito sobre o assunto ou isso poderia sair do controle, eu não tenho medo dela tá me traindo, na verdade eu tenho medo dela não tá e descobri que eu fiz isso por falta de confiança

Mas eu sempre fui assim, falta de aviso não foi e se ela descobri que ela esteja ciente disso, quando eu desconfiar eu vou querer tirar a limpo não adianta discutir, eu prefiro assim pra não ser passada de besta ou trouxa da história, o tanto de boato que explanaram nos últimos dias não era normal e eu tava ciente disso

Eu quis nega em fazer, mas quando comecei a juntar os pontos de pouco a pouco, os sonhos estranhos que tive com certeza era um aviso, infelizmente eu sinto que minha intuição tá certa como das últimas vezes, dessa vez eu tenho que tira a limpo como todo mundo insisti que eu faça

Fruto da traição Onde histórias criam vida. Descubra agora