Meu Final Feliz

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Conhecendo Anne Cooper.

Meu sangue congela, minha boca seca, sinto meu coração apertar dentro do peito. Minhas mãos tremem e minhas pernas, com inveja, imitam o movimento trêmulo, me fazendo cair de joelhos.

O nome dela escapou pelos meus lábios em um tom inaudível, meu final feliz acabou antes mesmo de começar.

Mas, calma, vamos começar isso do jeito certo.

02/06/2023

Dois de junho, minha primeira consulta com Anne Cooper, uma assassina, que eu acredito não ser simplesmente má... Deve ter algo dentro da cabeça dela, e eu vou descobrir.

Eu caminho pelo corredor da prisão, é frio e mal iluminado, a única cela fica no fim do mesmo, e sei quem me espera atrás das grades.

Sento na cadeira de ferro, o material gelado faz minha pele arrepiar.

— Então é você? A doutora que vai entrar na minha cabeça? — Anne zomba, sentada no chão, com as pernas cruzadas e cabelos desgrenhados.

— Não vou entrar na sua cabeça, Anne... — Mentira, porém, é uma mentira inocente — eu vou ajudar você. — Isso é verdade, ok?!

— O que te faz pensar que eu quero isso? — Ela me questiona e ergue os olhos, seu olhar penetrante encontra o meu, não sei o que aconteceu, mas meu corpo ficou quente, aquecendo-me do frio que se fazia presente no corredor.

— Não acho que queira, mas precisa. — Rebato, respirando fundo.

— Você é sempre tão insistente? — Em resposta a pergunta dela, eu lhe dou o silêncio.

—  Como você está se sentindo, Anne? —  Abro o bloco de notas e destampo minha caneta.

—  Maluca. — Posso ouvir seu tom sarcástico.

— Não diga isso... Você não é maluca

— Tem razão, sou só uma assassina. Você é muito corajosa de estar aqui, vejo que não está acompanhada de nenhum guarda.

— Não tenho medo de você, se tivesse, não teria pedido para conversar contigo.

— Ou, talvez, você seja tão louca quanto eu... Ou pior, se isso for possível.

— Não gosta de perguntas, Anne? - Questiono, anotando algumas palavras no bloco de notas.

Não seja curioso, não posso contar o que eu anotei, não é ético.

— Não. — Ela responde e levanta.

— Que pena, vamos ter três consultas por semana. — Digo, não podendo evitar o sarcasmo.