Capítulo I - O que sou?

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Patrick Jackies, era o garoto mais cobiçado da escola, com seu 1,77 e no auge dos seus 18 anos, Patrick era rodeado de pessoas. Mas somente quatro eram especiais pra ele. Patrick estava acostumado com a fama, seu pai, Nate Burlove, era o químico russo mais famoso de seu país natal. Sua mãe, Joanna Jackies, era a consultora de moda mais badala dos EUA. Todas as revistas queriam te-la como capa. Mas para Patrick, a fama trouxe um mundo diferente. Quando conheceu Augustus Lieger em uma fila pro show de Justin Timberlake, sentia que algo diferente estava acontecendo. Ambos tinham a mesma idade naquela época, ambos eram muito novos e ambos, sentiram algo pelo outro . . .

Patrick e Augustus se conheciam à algum tempo, Patrick estava na fila para comprar ingresso pro show de Justin Timberlake, Augustus estava logo atrás, para passar o tempo, Gus tomou iniciativa para uma conversa amigável, logo os dois compraram ingresso vip para assistirem juntos ao show. Patrick resolveu passar seu telefone, para que pudessem conversar logo depois de comprarem os ingressos. Na mesma noite, Gus ligou para falar sobre o show. Patrick o convidou para uma festa que aconteceria na sua casa, Patrick não sabia como explicar, mas sentia que algo em Gus chamava sua atenção. Augustus era típico garoto italiano. Tinha um charme natural, um sorriso que chamava a atenção, apesar de adolescentes, naquela época, ambos eram garotos cobiçados em suas escolas.
A semana que se passou, Gus e Patrick conversavam todos os dias. Quando o dia chegou, Gus chegou mais cedo, pois Patrick havia pedido para que Gus o ajudasse na escolha de uma roupa. Ao entrar no quarto, Gus viu Patrick apenas de cueca, não sabia explicar, mas naquele mesmo instante não conseguiu disfarçar e continuava olhando para Patrick que sequer havia percebido a forma como o amigo estava o olhando.

- Hmmmmmmmm. Acho que esse blazer cinza e aquela calça preta de couro, vão combinar muito bem Pat.

- Tem certeza? Minha mãe me mata se eu envergonhar ela na frente desse povo. Não posso sequer pensar em não ir em um estilo no mínimo "clássico ".

- Tenho meu, usa aquele tênis cano branco. Tenho certeza que ela vai aprovar.

- Se não aprovar, tô nem aí também. Estou na minha casa mesmo. Qualquer coisa subo e visto meu pijama e fico aqui na minha cama. Nem sei porque estou indo.

- Porque é uma festa dos seus pais? Porque você é o pequeno príncipe americano?

- Para de ser idiota Gus. Não tem graça.

-Patrick. Posso te fazer uma pergunta?

Patrick estava terminando de calçar o tênis, olhou sério para Gus, colocando a mão nos bolsos, fez que sim com a cabeça.

- Alguma vez já sentiu atração por uma pessoa do mesmo sexo que você?

Patrick deu um passo para trás, não esperava aquele tipo de pergunta, não naquele dia, não de Gus, não no seu quarto aonde estava apenas os dois . . .

- Sinceramente não sei Gus. Tenho apenas 15 anos, sendo sincero, acho que senti algo por algum garoto, mas acho que é coisa da minha cabeça. Porque está me perguntando isso?

- Ah, porque acho que estou assim, igual à você sabe? Estou acostumado a ver meninas dando em cima de mim. Mas descobri a pouco tempo que acho que gosto de um menino, não sei porque, nunca senti isso antes, mas sei lá, conheci ele e agora ele não sai da minha cabeça.

Patrick fixou seus olhos em Gus. Aproximou bem perto de Gus, sem tirar seus olhos dele. Gus retribuiu o olhar, Patrick estava a menos de dois passos de distância de Gus. Conseguia sentir a respiração acelerada do amigo, se tivesse uma faca, poderia cortar a tensão que pairava sobre os dois no ar.

- Gus, não sei se esse menino também gosta de mim, mas acha que eu deveria falar pra ele o que sinto?

- Você não tem nada a perder. Acha que eu deveria fazer o mesmo?

-Com certeza. Vai que é corres . . .

Mal começou a falar, Gus pegou as mãos de Patrick, segurou com firmeza antes de dizer o que sentia.

- Gosto de você Patrick. Quer dizer, você faz meu coração bater mais rápido. E eu não sei bem porque sou novo, mas sinto que realmente gosto muito de você. Me entende?

Patrick estava mais branco que gesso, não conseguia imaginar Gus falando aquilo, não para ele, ainda mais porque tudo que Gus disse, era o que Patrick queria dizer, aquilo e mais outras coisas. Recuperando o fôlego, Patrick manteve suas mãos firmes nas de Gus, encarou o garoto antes de dizer o que ele sentia.

- Também gosto de você Gus. É estranho porque isso aconteceu do nada. Não sei se é porque estamos já adolescência ou outra coisa. Mas depois que te conheci, sua imagem é a primeira que vem à cabeça quando acordo e a última quando vou dormir. Acho que no fundo, queria falar com você sobre isso. Pode parecer loucura, mas o destino deve estar do nosso lado.

- Porque está dizendo isso?

- Estamos sozinhos, nos abrindo um para o outro, tem uma festa rolando lá fora, significa que meus pais estão ocupados para me procurar agora.

- Isso significa . . .

-Não seja tão lesado Gus, pelo amor de Deus.

-Não sou lesado, é que . . .
Nunca beijei um menino antes.

- Eu também não . . .
Se quiser, podemos tentar.

- É o que eu mais quero.

Patrick juntou seu corpo ao de Gus. Ambos estavam tremendo de nervosismo. Gus, segurou a cintura de Patrick com uma leveza que o fez pensar estar flutuando nas nuvens. Patrick tocou o rosto de Gus com toda a delicadeza que alguém poderia ter com uma pessoa que se gostasse muito. Gus se aproximou de Patrick e deu um selinho leve, calmo, macio, até Patrick relaxar, foi intensificando seu beijo, até que a boca de ambos estava aberta, a sensação que invadiu Patrick foi de pura paz. Uma dança romântica de línguas começou, Gus apertou o blazer de Patrick com o aumento do beijo, Patrick não conseguia pensar em nada à não ser naquele momento. O hálito quente de Gus em sua boca, mãos sendo entrelaçadas, volumes sendo criados em suas calças, Patrick passando as mãos no cabelo agora desgrenhado de Gus, o mesmo encostando Patrick na parede, devagar, com calma.
Quando se separaram, olharam um para o outro. Ambos estavam sorrindo para o outro, Gus segurou a mão de Patrick, deu um último selinho antes de se virar para abrir a porta.

- Temos uma festa para aproveitar, vou ao banheiro arrumar meu cabelo, porque acho que alguém o bagunçou todo. Te espero lá embaixo tudo bem?

- Tudo, acho que vou trocar de blazer, porque esse aqui está amassado e com marcas de dedos. Alguém o apertou demais.

Ambos riram da referência que um fez do outro, Gus saiu e fechou a porta. Patrick sentou em sua cama, não conseguia esconder seu sorriso, estava feliz, estava completo. Ainda pensando no que acabara de acontecer. Gus no banheiro e Patrick em sua cama, tiveram o mesmo pensamento.

**Será que isso significa estar apaixonado? **

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