Muñeco Abandonado By: Sarae - {PT-BR}

Capítulo 3

Pov Bill:

-Olá... - Georg me olhou com os olhos de um pai cujo filho voltou da guerra e aparece em casa depois de meses e meses dando-o por perdido. Seus olhos se iluminaram e ele começou a pular em cima de mim com entusiasmo para me abraçar em seus enormes braços de Samson quando levantei a mão e o parei abruptamente. Suspirei.

-Sinto muito, ok? Vocês tem que admitir que vocês foram um idiotas por não me contar sobre Natalie, assim como eu sou um idiota por não falar com vocês em dois meses, mas... Droga, eu estava muito ocupado chafurdando na minha própria merda para receber mais pressões! Sei que não é desculpa, mas enfim... O que está feito está feito. Vocês me machucaram com Natalie me traindo por um ano e estou chateado com vocês e não vou falar com vocês por alguns meses. Acho que é equivalente. Você me perdoa e eu te perdoo? - Baixei a voz um quarto com a última frase, esperando uma resposta com os olhos fechados e mordendo o lábio.

-Bill... - Ouvi-o suspirar resignado.

-Senti sua falta, maldito saco de ossos... - Nesse momento senti um nó na garganta e estava prestes a chorar de alegria. Eu abri meus olhos e sorri para ele, dando um passo para dar um abraço no meu irmão sem sangue mais velho quando um grito me derrubou.

-Georg! - Nós dois nos viramos. Gustav estava com os braços cruzados, um cigarro na boca, olhando para nós com a testa franzida.

-Gus...

-Fique quieto. - Ele me soltou, enfaticamente. Ele estava de pijama ou assim eu acho, com shorts e um moletom cinza, descalço. Georg também estava de pijama, o que me fez suspeitar de coisas bastante improváveis e... Imundas... Claro,
espiar pela calçada em frente me deixou chateado.

-Estou interrompendo algo? - Eu perguntei por.

-Não Claro que não! Passa passa! - O Georg estava entusiasmado por me ter lá, ele percebeu e eu também, tinha de o admitir. Gustav... Nem tanto. -Estávamos assistindo um filme, falando de você, caramba, que coincidência! Piratas do Caribe! Você gostou de Piratas do Caribe, certo? Estão passando na TV e as pizzas devem estar chegando logo... Vamos, caramba! - Acho que senti os ossos da minha coluna deslocados com suas fortes chicotadas nas minhas costas.

-Georg! Está tonto? O que tínhamos sido? - Gus gritou com ele. Georg ficou subitamente sem palavras. Pisquei um pouco, desconfortável.

-Ah... Isso... - O entusiasmo de Georg desapareceu.

-Sinto muito, Bill, mas você não pode ficar. - Olhei para ele perplexo. -Não me olhe assim, é assunto do Gustav! - Desviei o olhar para o Gus, que ainda estava sério, muito chateado. Não pude deixar de me sentir magoado quando descobri que não era bem-vindo ali.

-Ok... Acho que entendi...

-O que você entende? Eu creio que não. - Merda. Bem, não me querendo ali, tive a sensação de que ia ficar muito tempo até que Gustav terminasse de me pregar o sermão. Entrei na sala de jantar e praticamente forçada, sentei-me numa das cadeiras que rodeavam a mesa. Gustav sentou-se do outro lado e Georg ficou ao lado dele. Isso fez meu cabelo ficar em pé. Era como se submeter a um interrogatório. -Estou com muita raiva de você, Bill. - Começou.