Someone to stay

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"We all need someone to stay"

As mais sublimes maravilhas da existência são efêmeras, destinadas a desvanecer-se rapidamente. Por que algo tão belo não deve durar para sempre, não dura para sempre. Elas se entrelaçam brevemente em nossas vidas, como efêmeros suspiros, recordando-nos quão preciosa é a vida antes de se dissolverem tão rapidamente quanto emergiram.

Quando meu caminho se cruzou com o de Sunghoon, foi como se o destino tivesse traçado um conto imprevisto e sublime. Foi um encontro inesperado, mas de uma beleza singular. A presença dele se tornou essencial, e pouco a pouco, percebi que ele era a razão pela qual cada dia ganhava uma nova dimensão, vivida com uma ansiedade deliciosa.

Nunca ousei imaginar que alguém pudesse se tornar tão fundamental na trama da minha existência. Nossa história de amor desdobrou-se como um conto encantador, uma narrativa que até a lua e as estrelas invejariam. Era a história mais linda, uma que parecia transcender o tempo e espaço, algo que apenas os corações verdadeiramente apaixonados poderiam entender.

Entretanto, como todas as coisas belas, a nossa história era efêmera. Consciente de que a efemeridade empresta uma poesia única, eu sabia que não seria eterna. Afinal, o que é tão magnífico raramente se perpetua.

Mesmo assim, eu prometi a mim mesmo que ele viveria eternamente em minha memória, que sua presença seria guardada com reverência até meu último suspiro. Nossa história, apesar de efêmera, transcendeu a vastidão do firmamento, tornando-se um horizonte inalcançável que se estende além de todo o céu, algo tão grandioso que as estrelas parecem pálidas em comparação à sua magnitude, permanecendo como um testemunho eterno de um amor que desafiou os limites do tempo.

Ao fechar os olhos, viajei de volta no tempo, cada memória ressurgindo com uma clareza imortal. Cada segundo, meticulosamente capturado, se transformava em um tecido intemporal de lembranças.

A suavidade da chuva acariciava meu rosto, seus traços líquidos testemunhando a solidão que permeava o parque vazio naquele momento. Trovões ressoavam como estrondosos sussurros celestiais, ecoando a necessidade da própria natureza de gritar.

Sentei-me sobre o chão molhado, absorvendo a melodia da chuva, cada gota deslizando delicadamente sobre minha pele. Era um espetáculo sombrio e belo, o céu em desabafo enquanto eu afundava na minha própria melancolia.

E então, num instante inesperado e sublime, o destino teceu sua narrativa. Um garoto, envolto em um longo casaco negro, alguns fios de cabelo grudados na testa pela chuva, emergiu como uma figura misteriosa. Sua voz, suave como as ondas do mar, ecoou como uma canção de conforto em meus ouvidos.

- Você vai acabar pegando um resfriado, garotinho? - suas palavras, simples e afetuosas, reverberaram no vazio do parque. Apesar de parecer apenas alguns anos mais velho, sua maneira de falar carregava a ternura de um avô dirigindo-se ao seu neto.

Nenhuma palavra saía da minha boca; a presença do garoto não era desconfortável, mas por algum motivo, eu não sabia como reagir.

- Você está perdido aqui? - continuou, parecendo genuinamente interessado em ouvir algo de mim.

- Não... - minha voz saiu trêmula por conta do frio.

- Então você apenas gosta de ficar sentado na chuva? - sorriu e sentou ao meu lado. - Bom, posso te fazer companhia, sendo assim.

Um breve silêncio se fez presente, ambos observando as gotas de chuva caindo sobre o chão.

- Como você se chama? - sua voz ecoou novamente.

- Sunoo... - respondi, encontrando seus olhos.

- Sunoo, que nome bonito... Eu me chamo Sunghoon. - ele hesitou por um momento antes de continuar. - Você estava chorando antes de eu chegar?

Baixei a cabeça, e ele pareceu compreender meu silêncio como um sim. Aos poucos, senti sua mão deslizando suavemente pelo meu rosto, afastando os fios de cabelo que grudavam na minha testa. Surpreendentemente, aquele toque era familiar, como se já o tivesse sentido diversas vezes antes. Contudo, era impossível; eu não o conhecia. Talvez fosse apenas uma ilusão, mas era algo reconfortante.

Naquele dia, experimentei uma serenidade única na presença daquele garoto. Incerto se vivia um sonho ou uma realidade entrelaçada, ansiava por tê-lo ao meu lado, compartilhando o espaço íntimo que se formava entre nós. Desejava que fôssemos apenas duas almas, repousando sob a chuva intensa, perdendo-nos na sinfonia da água que ecoava nossos sentimentos não ditos.


...
Espero verdadeiramente que gostem.
Até o próximo capítulo!

If we have each otherOnde histórias criam vida. Descubra agora