A estrela cadente ~𝒍𝒆𝒗𝒊 𝒂𝒄𝒌𝒆𝒓𝒎𝒂𝒏

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–Por que você age como se mandasse em mim? EU sou o capitao. Nao recebo ordens! –Levi contesta sentado na cadeira enquanto me olhava com desdém.

–Nao, você nao é um capitão aqui. Nao se esqueça que essa é a MINHA casa!! Alem de que, essas "ordens" sao para o seu próprio bem. Então, a menos que você prefira morar na rua até conseguir voltar para o seu mundinho, vai ter que me obedecer –Minha fala saiu um tanto quanto irritada, mas ele precisava se por no lugar dele.

–Arg, eu vou com você!– Ele diz revirando os olhos e se levantando da cadeira.

Esse cara ainda vai me dar muito trabalho...

Caminho ate a porta e ele me segue com a cara emburrada ainda. Mas assim que pisamos o pé para fora, pude perceber ele se encantar com cada detalhe do mundo atual.

–O que são aquelas coisas? –Ele pergunta apontando para os carros.

–Carros. Sao tipo como os cavalos, mas ele não tem vida, e são bem mais rápidos também.

–E o que é aquilo?

–Semáforo. Serve para os carros não baterem um no outro. A luz verde indica que pode passar, a amarela indica que logo vai mudar de cor, e a vermelha significa que tem que parar até a luz verde acender novamente –Respondo simples e com uma pequena risada nasalada. Ele parecia uma criança perguntando as coisas, nem parece o mesmo Levi carrancudo que estava sentado na minha cadeira tomando café da manhã.

Ele é exatamente como eu presumi; Pode ser frio e ignorante na maioria do tempo, mas lá no fundo há um coração muito doce e gentil... Eu vou precisar ter muita paciência para que esse lado dele comece a ser mais utilizado pelo mesmo.

–Isso vai demorar muito? Eu preciso tentar descobrir como voltar para o meu mundo e acabar com aqueles titãs desgraçados– Percebo ele ficar irritado novamente, mas dessa vez eu até concordo com ele.

Para ser sincera, eu estava fazendo de tudo para impedir que ele descobrisse algo. Eu sei, é MUITO imaturo da minha parte, mas é que... Eu desejo isso ha tantos anos, e na minha visão era algo totalmente impossível de acontecer de verdade. E agora que finalmente aconteceu, eu nao queria que acabasse... Pelo menos não tão cedo assim.

–Eu tenho que entregar meu currículo para 3 lojas. Sem contar que daqui 1h30 mais ou menos vou ter que ir pra faculdade. Entao, unindo o útil ao agradável... Você me acompanha enquanto eu entrego os curriculos, e eu te deixo em casa sozinho todo o tempo que eu tiver na faculdade. Assim está bom para você?– O homem parecia pensativo, mas em alguns instantes o vejo ascender com a cabeça e continuar andando atrás de mim.

Em alguns minutos de caminhada, percebo um homem passar por mim me comendo com os olhos. Aquilo me deixou muito desconfortável, mas eu apenas relevei... Infelizmente existe gente sem noção assim no mundo, e nao tem muito o que fazer. Desde que ele nao encoste em mim eu posso deixar passar despercebido. Mas pelo visto, Levi nao segue essa linha de raciocínio. Ja que agora ele estava olhando aquele homem com sangue nos olhos.

–Você nao se incomoda?– Levi me pergunta chegando um pouco mais perto de mim. Parecia até que ele queria me proteger.

–Eu me incomodo sim, mas nao tem muito o que eu possa fazer. Infelizmente minha realidade é essa, Levi. Se ele nao me tocar ou assediar moralmente nao posso fazer nada a respeito.

Levi nao fala mais nada, apenas continua em silencio. Mas dessa vez, ele estava andando ao meu lado.

Percebo que esse gesto dele fez com que os olhares sobre mim diminuíssem. Depois de 4 horas junto a mim, esse foi o primeiro gesto simpático que ele fez comigo. Será que foi um avanço?