Clarity

13° Capítulo

- Eu nem sei em quem confiar - falo e já ia sair da Call.

- Coloca o Kaylan, ele que tem que resolver as merdas dele, eu não tenho nada a ver com isso - Levi fala.

- Calma aí - Nando falou.

- Eu não quero saber - falei

- Mas você tem que saber - Levi falou

- Você não pensava nisso até meio minuto atrás - falei chateada.

- Quando isso tudo começou não éramos amigos, eu não queria me meter na vida de vocês, e do mesmo jeito eu fui tentando te avisar, você não ligou - Levi falou, ele pareceu também chateado.

- Eu não consigo entender o pq disso. - falei.

- O Kay e todos os amigos dele são uns pau no c# - Nando fala.

- Eu já vou dormir - falo.

Saio da Call, não sei estava com raiva ou decepcionada, não esperava isso do Levi.

A verdade é que eu passei a noite pensando, não tinha vontade de dormir.

Eu estava cansada, mas parece que a culpa era minha, como explicar isso?

Nova de mais para entender, as vezes quebramos a cara por ignorância, a vontade de estar certo é maior, tomar as próprias decisões.

Mas o que é confiança ?

Muitos podem falar que é algo sendo  construído durante um período de tempo, mas quando uma criança é pequena ela confia cegamente em seus pais, mesmo sem saber nada sobre a vida deles, é louco pensar que os pais tem uma vida antes do nascimento dos filhos, e por mais próximo que eles sejam, é impossível saber até coisas básicas, como: comportamento na escola, notas, aventuras as quais viveu, as desilusões, pare e pense, você sabe quem de fato é sua mãe e seu pai ?

Estranho pensar que talvez você dívida a casa com um desconhecido, relacionamento nunca é fácil, pessoas são imprevisíveis, o mundo é imprevisível, amanhã a pessoa que você diz que mais ama, pode não estar aqui, e qual a dificuldade de falar que ama hoje? Mostrar que se importa? Tentar saber mais da história de vida de quem está ao seu lado.

Assim são as outras pessoas, só sabemos como assim e sobre ela, a partir do vivemos com ela e do que observamos, dizem que o passado nunca pode mudar, mas isso é relativo, quando se pode mentir...

Ao menos que houver provas, será que aquilo é real ?

Mesmo assim é possível coincidências, situações que parecem outras, e manipulação de fatos, o que torna o presente mais confiável ?

Estar vivendo junto com uma pessoa te dá uma percepção diferente, ou você fica cego ou realista, não existe confiança.

A verdade é essa, cada um tem o entendimento do que é certo, muitas vezes falam: "menti para te proteger", "foi para o seu bem".

Será um disfarce ou realmente proteção, isso é sobre confiança.

Jeremias 17:5 Assim diz o Senhor: "Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade mortal a sua força, mas cujo coração se afasta do Senhor.

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Tia Ane e Luis estavam de férias, íamos passar o mês sem ir na igreja, então foi o momento em que voltei para a minha igreja.

Era meio desgastante como dar murros em ponta de faca.

- VOCÊ NÃO VAI VOLTAR - minha mãe esbravejou.

- Eu vou voltar sim - falei calma, sei que isso a tirava do sério.

- VOCÊ TEM QUE FICAR NA SUA IGREJA, TRABALHAR ONDE DEUS TE COLOCOU. - ela estava muito chateada e eu sabia exatamente o que falar para acabar com aquilo, mas eu não falei.

- Esse lugar não é minha igreja e nunca vai ser - falei e fui embora pro meu quarto, deixei ela morrendo de raiva na sala.

A verdade é que eu tinha meus próprios traumas com aquela igreja, se tornava impossível conseguir ama-la, não me doía mais,  só que ainda sim era difícil estar ali.

Pensei muito sobre isso e por um tempo eu me isolei, o Levi tinha sido um dos meus amigos mais próximos e eu me senti enganada por ele, a raiva que eu estava sentindo era maior.

Então eu liguei pro Dan.

Ligação.

- miguxo...

- Vish, o que aconteceu ? - ele pergunta, já sabendo que eu não estava bem.

Contei tudo pra ele.

- Sabe que eu te apoio em tudo e me preocupo com você, aliás é minha filha. - ele fala.

- Eu sei, mas minha cabeça não está no lugar - falei de uma forma engraçada.

- E algum dia esteve? - ele fala brincando.

- Hahaha engraçadão você - rimos.

- Olha precisamos dormir, temos aula amanhã, lá eu vou cuidar de você, vai ser divertido, prometo - eu acreditei e fui dormir.

Ele estava certo, o dia ao amanhecer não estava tão ruim, mas eu ainda me sentia estranha.

- Oi filhotinha - Yume me recebe assim que eu chego na escola.

- Oi - falo meio sem vontade.

- Não esta animada ? - ela me pergunta.

- Pq estaria - eu pergunto.

- Ai chega desse baixo astral, vai ter o interclasse e a gente merece aproveitar, eeeee eu tenho duas pessoas para lhe apresentar - ela fala e sai me puxando pela escola, paramos perto da mesa de pebolim.

- Jujuh minha filha, o mundo é mais que igreja e músicos estranhos - falou baixinho o meu ouvido - então esse é o Leo - aponta para um garoto alto, cabelo cacheado, olhos claros cor de mel - Esse é o Cadu - ela aponta para um garoto baixinho, cabelos liso, olhos castanhos.

Percebo um olhar diferente do baixinho, mas ignoro totalmente e saio.

- Ela não tem jeito -  é a última coisa que eu escuto da Yume.

Vou até a quadra estava tendo treino da equipe de vôlei e o Dan estava lá, assim que ele me vê, vem correndo em minha direção.

- Ai Dan, me volta, tu tá todo suado - falo quando ele abraça.

- Desculpa rsrs - fala sorrindo.

- tem se divertido ? - ele pergunta e eu faço uma cara de tédio pra ele.

- Não - eu falo e ele sai me puxando pela escola, passamos pela a Yume e os meninos, mas foi algo rápido.

-  Vai se divertir sim, faz isso por mim - ele fala e só ai que eu percebo que ele também não tá bem.

Eu abraço ele e lembro que ele tava suado.

- Eca - falo e ele ri.

Ele coloca um brega.

Ele me puxou pra dançar, e ficamos como dois doidos no corredor e todo mundo olhava, mas a gente não estava nem aí.

Bate o sinal e aula já iria começar, então tivemos que entrar para a sala, mesmo que não tivesse aula o risco da mulher que passa no corredor nós vê era grande, então rimos e entramos.

Foram duas aulas sem graça, até que tempo vago e agora estava tendo uma reunião...então era seguro estar no corredor, só a nossa sala e sala da frente.

Fim do Capítulo