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*Taehyung*

A expressão vazia em seu rosto, causava uma dor ainda mais intensa em meu peito. E, ele não disse nada, não olhou mais para mim e muito menos gritou ou chorou o percurso todo enquanto me levava de volta para a cafeteria.

Min yoongi não se exaltou ao descobrir que eu já não esperava mais um filhote seu e só pela marca que eu conseguia sentir a sua verdadeira tristeza.

Yoongi esta reprimindo suas emoções, e aquele olhar de durão deixava bastante aparente de que ele jamais queria chorar em minha presença. Pensando seriamente, ele tinha o seu direito de reagir da maneira que lhe convém, e só por eu estar sofrendo, não significava que o mesmo precisava se revoltar pela perda e matar a todos que parar em seu drástico caminho.

Só que.. Isso não significa, que eu não esteja deveras magoado com ele, isso não justifica nada. Ele me abandonou para me proteger, mas voltou ferido e mancando.

A ardência em meus olhos me forçaram a fechar e chorar ainda mais, yoongi estava ignorando os meus soluços e tristeza. E, ainda que eu esteja com uma vontade de socar este seu lindo rosto por causar esta dor em mim, eu só conseguia pensar em como eu me sentiria abraçando ele e o sentindo me envolver como ele sempre faz.

— yoongi.. — Murmurei um pouco inaudível, já imaginando que ele me ouviria mesmo assim.

— ..Eu.. eu não aguento mais! — O alfa de repente grita em prantos, o mesmo estaciona o veículo em qualquer lugar e me encara com seus olhos cheios de lágrimas. — Não precisa me perdoar, mas.. pelo menos, me abraça? — Pela vista embaçada e pelo pouco que eu vejo, yoongi mordia fortemente seus lábios e permanecia segurando suas lágrimas.

Vejo ele retirar seu cinto e me encarar com aquele olhar de que esperava a minha resposta mais que tudo neste mundo.

Eu queria, e necessitava disso, ansiava por seu calor ou aconchego. Porém, eu não conseguia me mexer, fazer movimentos para mim naquele instante, não era possível. Só a melancolia, choro e uma dor incurável, preenchiam a minha mente e corpo.

Encontrar ele depois de um mês e pouco após descobrir de uma forma destruidora que eu não estava mais gerando o nosso filhote, me causava uma sensação de que o mundo não fazia mais sentido para mim e que as possibilidades de eu não suportar mais isso, chegue ao fim.

— Meu bem.. Desculpa, taehyung.. — yoongi voltou a chamar por mim e desta vez, eu ouvia alguns de seus fungares.

Céus..

Estava indo tudo tão bem, por que os demais seres não suportam ver a felicidade dos outros, eles não suportam a alegria e o amor alheio.

Eu odeio isso, odeio tudo que me impeça de ser feliz e seguir a vida como uma família normal.

Ele.. ele esperava uma resposta, mas as palavras pareciam estar entaladas em minha garganta e o bolo que se formava ali, me fazia encolher contra o banco de couro.

— Ei.. Não chora, não chora.. Por favor? — Parado e quase entrando em desespero, o alfa abre o meu cinto e me puxa para os seus braços. — ..Eu sei.. dói demais.. dói muito.. me desculpa.. te ver assim, só quebra mais este coração frio.

— yoongi.. eu.. eu.. — Buscando dizer algo, me aconchego em seu corpo e seguro com força o tecido do paletó cinza que ele usava.

Seu aroma inundava o carro todo e ele fungava junto a mim, reforçando a cada instante o nosso abraço.

— Não.. Não diga nada, apenas coloque para fora, toda a sua dor.. Chorar as vezes, faz bem! — Ele continua com as suas falas emotivas mas, quanto mais ele dizia mais sua voz ficava embargada. — A tristeza, nem sempre é um sinal para desistir.. Mas, caso queira colocar um ponto final no que à entre nós, eu não serei contra as suas escolhas.. — Suas mãos passaram a acariciar o meu couro cabeludo e a cada passada de mãos alí, eu percebia umidecer meus fios. — ..Sua dor também é a minha dor taehyung!

— Não.. não.. sua dor, nunca será a minha dor.. — Proferi quase em um colapso, sentindo assim, os bastimentos dele acelerar. — ...P-por que não me matou quando teve a chance, ham? Por.. por que não me mutilou como fez com aquele maudito traidor? Por que me manteve vivo, yoongi? Por que? — Agarro ainda mais forte o tecido da sua roupa, sentindo meus dedos arder e adormecer pelo excesso de força usada enquanto eu não parava de chorar.

— Para.. para.. não me culpe, se você queria morrer naquele momento em que nos conhecemos, poderia ter pedido.. poderia ter dito que a sua vida era uma merda e que seus pais te expulsaram de casa porque você não queria se casar com qualquer um.. taehyung..? — Ouvindo ele jogar estas falas em minha cara como um tapa ardido e doloroso, tentei afastar seus braços de mim, tentei me distanciar.

Mas.. eu não conseguia..

Suas falas apesar de serem dolorosas, ele era o único que eu conseguia falar abertamente, – tirando jimin – Era este alfa que passou a me proteger durante estes meses em que dizíamos que nós amávamos e que os outros, seus inimigos, não conseguiam ver o progresso do nosso amor, era ele que me abraçava enquanto eu perdia o sono a noite.

Ele fez muitas coisas por mim que meus pais não teriam coragem de fazer.. Conhecer ele, foi o porto mais seguro que eu já encontrei em minha vida, porém, eu não sei se consigo seguir em frente com ele.

Yoongi, pode até ser um dos mafiosos mais cruéis que já viveu nesta terra, ele pode matar milhões de pessoas, mas ele tem coração, seus batimentos batem todos os dias e ele se sacrifica para salvar aqueles que não conseguem se proteger, por culpa de alfas como Oliver.

Ele é um alfa bom..

— Ei.. Preste atenção.. Eu vou te levar de volta para a cafeteria, você precisa descansar e com jimin lá, ele vai conseguir te ajudar. Sei que, ele é o seu melhor amigo e que você precisa dele tanto quanto de mim.. — Nego freneticamente, pensando dolorosamente que ele merecia conhecer um local.

O local a onde o nosso filhote foi infelizmente enterrado..

— Não.. Quero ir para outro lugar.. jimin não pode perceber que eu estava chorando. — Vocalizo ao estar livre de seus braços, vendo assim o seu rosto úmido por lágrimas e ele secando suavemente.

— Por que? Ele é o seu amigo, foi ele que te salvou.. — yoongi esboça um sorriso pequeno, indicando que ele não havia se agradado com as suas próprias palavras.

Acho.. Que o plano dele não era me abandonar lá e que ele voltaria rápido.. Mas, no fim ele voltou depois de um mês e meio.

— tae, para onde você quer ir? — Ele volta a questionar quando percebe que eu não estava disposto a respondê-lo ambas aos mãos dele, vem rente ao meu rosto forçando calmamente que eu o fite nos olhos.

Ele me consolava e eu conseguia sentir isso, com um simples olhar e toques.

Mesmo que ele não mereça saber a onde o nosso filho foi enterrado, ele precisava estar ciente disso, pois ele também é o pai do meu bebê.

— Ah.. — Suspiro pesadamente e finalmente olho para o seu rosto, me desmanchando por dentro ao pensar que tudo havia desmoronado em menos de um ano.

Os guardas de yoongi estavam parados bem atrás da gente com três carros, ambos esperava só a hora de seguirmos a trajetória de volta para a cafeteria, porém, yoon inspira fortemente o ar e o solta de prontidão, olhando-me por alguns segundos e colocando seu braço para fora da janela acenando para o alfas.

— Tudo bem.. me diga para a onde quer ir? — Passando suas mãos por seu rosto e fios negros, ele solta a pergunta, colocando seu cinto novamente.

— Cemitério

MÁFIA NEGRA | TAEGI 🐺 [ EM ANDAMENTO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora