Passion Fruit

Capítulo I: Monstros do Colorado não são diferentes dos da Califórnia

Entro na casa nova logo após meu pai com as malas em mão, é uma boa casa, grande revestida de madeira e um grande quintal, longe do olhar da vizinhança, famílias normais usariam o espaço para um churrasco, jardinagem e coisas do tipo, a minha vai usar para treinamento. E o porão usado para tralhas vai estar ocupado por armas e equipamentos de defesa.

Esse é o normal para a família Blade e para tantas outras famílias do clã DEF, Démon-és Fenevadászok, o clã é antigo feito no meio do séc. XVIII no sul da Hungria, mas meu tataravô só entrou para o clã no ano de 1917 após presenciar um ataque de um vampiro no vilarejo de Clovelly na costa da Inglaterra. A pessoa atacada foi seu pai, dois dias depois o clã foi até ele recruta-lo. Um ano depois ele se casou com uma garota do clã e assim foi feita a família, pelo menos foi como a história chegou até mim.

Antigamente eram apenas 10 famílias na Europa, mas agora são 200 famílias em todo o mundo, criando filiais em para todos se comunicarem, a de minha família em Washington D.C chamada CBD, Caçadores de Bestas e Demônios, traduzido do húngaro. Uma vez ao ano, no mês de julho todas as famílias se juntam no Bory Castle, Hungria, para compartilhar seus feitos contra as criaturas que encontraram durante o ano, e para designar novos locais para as famílias, locais com atividades suspeitas recentes.

Pela primeira vez tivemos que sair da San Diego, lá era calmo, na medida do possível. Óbvio, havia uns vampiros aqui, uns demônios ali, mas nada muito fora do controle dos meu pais, meu e de Carter, meu irmão mais velho. Mas agora estamos em Denver, território que não é nosso, um perigo que nunca tivemos antes mas vamos nos acostumar com, duvido que os monstros do Colorado sejam muito diferentes dos monstros da Califórnia.

Subo com minhas malas e as levo até meu quarto, o penúltimo cômodo do corredor, antes dele o quarto do meu irmão e o quarto dos meus pais e logo após o banheiro. Decidi deixar minhas coisas no chão do quarto enquanto espero os móveis chegar, então vou explorar a casa, o clã foi generoso com ela. Uma bela propriedade digna de pessoas como nós, caçadores.

A sala de estar no andar de baixo é espaçosa e elegante assim como a cozinha, mas não é esses lugares da casa q me interessam. Abro a porta escondida por um quadro de baixo da escada, ligo a luz e desço para o porão. Escuro, úmido e com um cheiro desagradável, é perfeito demais para ser verdade, ainda maior que da minha antiga casa o arsenal parecia mais completo.

Como uma criança em uma loja de brinquedos escolho as minhas novas armas, por mais que queira as maiores opto pelas mais discretas, duas adagas e um spray de pimenta, as adagas para as criaturas repugnantes e o spray para seres humanos repugnantes. Tive que deixar as minhas antigas para trás, iam dar muito trabalho no aeroporto, e a última coisa que eu queria, e que o clã queria, era uma adolescente sendo presa com uma arma de fogo com balas de prata e três adagas de cinza de carvalho branco, chamaria muita atenção.

Volto pra sala trancando a porta do porão no caminho, minha mãe está lá, ao lado de algumas caixas, conversando com um dos montadores, não sei dizer se ele é um de nós ou não, são tantas pessoas que me perco. Ele sobe junto de seus ajudantes e vou até minha mãe.

— E então Soso, o que achou? – minha mãe pergunta animada, essa mudança com certeza fez bem pra ela, sua pele morena parece mais viva seus cabelos enrolados mais saudáveis e seus olhos castanhos mais brilhantes. Sorrio pra ela.

— Tem um cômodo q eu gostei demais, a casa como
um todo é muito bonita, nos demos bem. – disse, ela sabe muito bem qual gostei, não parece preocupada, sabe que já sou bem grandinha e que consigo me defender. – e onde está Carter?

— Foi com seu pai resolver a matrícula do colégio de vocês dois – diz simplista começando a abrir a primeira caixa, até que faz uma pausa e me olha séria – Fique de olho por lá.