Capítulo 7 - She's The One

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Obs: Antecipamos o capitulo a pedido especial; porém devido problemas técnicos não teremos att esta semana, portanto , guardem este capitulo para ler na quarta.
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POV MON

Eu quebrei as regras, todas elas.

Só quando minha mente começa a clarear, reconheço minha própria existência. Sorte do dia: ainda estou viva. Castigo do monstro: não faço ideia do que aconteceu.

Abro os olhos devagar para um teto desconhecido. Minha mente tenta reconstituir os eventos recentes, mas a dor pulsante dificulta a tarefa. Além de alguns cortes, não consigo lembrar de muita coisa. Estranhamente, Yuki não está presente em nenhuma memória. Respiro fundo, ciente de que, seja lá o que eu tenha feito, os seguranças me mantiveram a salvo. Só me restaria verificar as redes sociais para garantir que nenhuma imagem minha, desacordada e sendo carregada por um brutamontes, tenha sido compartilhada.

Entretanto, ao respirar fundo novamente, percebo que o aroma no ar é familiar. Mais sutil agora, como se fizesse parte do próprio ambiente, mas é um cheiro doce que imediatamente reconheço, trazendo consigo o brinde de algumas lembranças da noite anterior.

Seus olhos e suas mãos entrelaçadas as minhas são as imagens mais fortes, como se eu tivesse reparado nisso muitas vezes. Enquanto danço intensamente e sem inibições, ela me observa sem desviar o olhar. Ao tentar subir em uma cadeira, suas mãos me sustentam, mas não me impedem. Eu digo que preciso de ar puro e ela envolve seus dedos aos meus para me assistir caminhar sem destino pela quinta avenida, nunca diz nada. Em algum momento eu a convido para o meu casamento, pois não tenho filtros na fala e muito menos um vislumbre de sua resposta. Em seguida, estou no banheiro vomitando parte das doses de tequila, enquanto ela segura meus cabelos com uma mão e desliza a outra suavemente pelas minhas costas. O banco de couro do carro que me leva embora tem seu perfume também. Seu rosto, com um sorriso leve e uma expressão preocupada, é a última imagem que tenho antes de fechar os olhos.

Desta vez, não foram os seguranças que me mantiveram a salvo. Mas os olhos dela e suas mãos, que nunca me deixaram. E eu sei exatamente onde estou.

O quarto de Sam não poderia ter sido observado nas condições em que cheguei, mas neste momento, enquanto eu criava coragem para encarar a sobriedade, era impossível não reparar em como ele transmitia a sensação de verdadeiro refúgio. Era meticulosamente planejado para transmitir calma e serenidade. As paredes, pintadas em tons claros, refletem a suavidade da luz natural que entra pela janela, iluminando algumas plantas, estrategicamente posicionadas, que adicionam um toque de frescor e vida ao espaço. Tem uma estante repleta de livros com títulos tailandeses, enquanto sua mesa de estudos exibe um computador e várias câmeras espalhadas como se ela tivesse deixado algum trabalho pela metade.

Eu rolo na cama para me levantar, mas capturo o aroma de café fresco e volto meus olhos na direção de uma xícara fumegante repousada sobre o criado-mudo, tem um bilhete preso a ela.

"Bom dia! Eu já volto! - Sam "

Um gole é suficiente para me convencer a ficar com o café, está amargo no ponto certo e o fato de ainda estar tão quente me faz acreditar que ela saiu há pouco tempo. Eu caminho descalça pelo piso de taco, observando outros detalhes do quarto como as inúmeras fotos espalhadas pela mesa, o violão escorado na cadeira, a jaqueta de couro pendurada na maçaneta da porta com outro bilhete preso.

"Se você decidir fugir antes que eu volte, saiba que está frio lá fora. - Sam"

Não sei dizer o motivo, mas esse bilhete me causa uma sensação desconhecida no peito.

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