traitor // au valdare

traitor

And ain't it funny how you ran to herThe second that we called it quits?And ain't it funny how you said you were friends?Now it sure as hell don't look like it

Assim que entrou no carro Rachel sabia que seu amigo estava nervoso, ela sempre sabia como ele estava apenas pelo seu olhar, aliás ela arriscaria dizer que o conhece melhor do que a si mesma. Rachel também sabia que a forma que ele passou a olha-lá depois do término mudou, ela não queria ser precipitada e tirar conclusões mas alguma coisa estava diferente, isso fazia com que seu coração errasse a batida cada vez que pensava nisso, todos seus amigos sabiam sobre seus verdadeiros sentimentos por Leo, todos viam, era quase palpável o sentimento que emanava dela.

Toda vez que queriam conversar sobre algo ou ter um momento sozinhos eles iam para um campo de flores no meio da rodovia, era o porto seguro deles, onde compartilhavam seus medos mais profundos e seus sonhos mais distantes.

一 Eu sei que você está nesse mood todo misterioso mas eu gostaria de saber o que está acontecendo com o meu melhor amigo. - Rachel é quem quebra o silêncio enquanto observa o perfil de Leo que intercala o olhar entre ela e a rodovia.

一 Não é nada preocupante, prometo, apenas preciso te contar algo que venho guardando a muito tempo. - Leo sorriu em uma tentativa de acalmar a ansiedade da ruiva.

一 Tudo bem, não vou insistir. - se deu por vencida. 一 Tem notícias da Calipso?

一 Nada, desde que sai de casa nunca mais nos falamos, acho até que precisávamos dessa distância depois de tantos anos. - Leo soltou um suspiro aliviado enquanto a amiga apena acenou em concordância.

Eles voltaram para o silêncio, apenas quebrado quando alguma música os interessava o suficiente para cantar, assim foi o caminho até chegar no campo. Leo estacionou o carro no lugar de sempre e deu a volta para abrir a porta para Rachel, como sempre fazia, ela sorria com esse pensamento, de que não importa quantos anos passem ele continuará fazendo as mesmas coisas com ela, um sentimento que a confortava na maioria das vezes mas que as vezes a assombrava.

— Vem, temos muito o que conversar! - ele estendeu a mão para ela que pegou sem pensar.

Os dois caminharam lado a lado até que chegassem no pequeno gasebo no meio do campo de girassóis, as preferidas de Rachel. Assim que sentaram no banco Leo parecia prestes a desmaiar, suas pernas não paravam quietas por um minuto, o que já estava deixando Rachel doida de preocupação.

— Leo se você não começar a falar logo, estarei no mesmo estado que você daqui uns minutos. - Rachel quebrou o silêncio novamente fazendo com que seu amigo a olhasse de forma hesitante.

— Eu...Eu não sei por onde começar. - ele suspirou frustrado, tinha passado o seu discurso por horas em sua cabeça e agora não conseguia organizar uma frase.

— Que tal começar pelo início? - Rachel sugeriu o óbvio para que ele conseguisse começar a organizar seus pensamentos.

— Certo. - ele respirou fundo antes de continuar. — Lembra quando nos conhecemos naquela aula de artes que ficamos de dupla, eu era péssimo em todas as atividades mas você era excepcional?

— Claro que lembro, nunca tinha me divertido tanto na aula de artes quando naquele dia! - Rachel disse estranhando porque ele estava voltando no tempo.

— Nós viramos instantaneamente melhores amigos, seria impossível não me manter na sua vida depois de ter me ajudado mesmo sabendo que eu era péssimo naquela aula. - ele sorriu com o pensamento de que sempre pareceu certo estar do lado dela.

— Leo não estou entendendo a onde você quer chegar. - a ruiva estava genuinamente confusa com o rumo da conversa.

— Eu quero dizer que eu te amo desde aquela época. - ele soltou de uma vez, como se estivesse arrancando um curativo.