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Estávamos nessa calmaria a uns 10 minutos, supus. Não trocamos uma palavra, a sensação estava tão boa, com certeza ele estragaria com o seu humor ácido.

— Não tá com medo? — ouço a sua voz grave falar. Viro para ele vejo ele me olhando e em seguida voltando a atenção para a pista.

— De que? De míseros duzentos quilômetros? — falei debochando e soltando uma risada nasalada. — Já fiz bem mais.

— Então a principessa gosta de adrenalina? — pergunta com um certo sarcasmo.

— Para sua informação, não sou princesa, e sim, gosto de adrenalina.

— Interessante! Sempre achei que você só fosse mais uma mimada. Não que não seja.

— Não sou mimada! — falo irritada e cruzo os braços.

Ele diminui a velocidade e me olha com a sobrancelha arqueada, como se dissesse "tem certeza que não?", e logo volta os olhos para a estrada com um sorriso no rosto, maldito sorriso.

Começo a ver as luzes de uma cidade que não reconheci, fomos nos aproximando do centro urbano, a cidade era consideravelmente grande, as ruas que passamos estavam movimentadas, até chegarmos a um prédio de mais ou menos uns 15 andares.

Vejo um senhor vindo até o carro, e em seguida abrindo a porta para mim, fico encantada com a ação, achava que isso só acontecia nos filmes, mas se bem que ele estava sendo pago pra isso, mas não deixei de achar uma ação bonita.

Coloquei os meus pés para fora do carro, segurei o vestido e levantei um pouco para ele não arrastar tanto no chão e saí do carro. Matteo já me esperava na frente do prédio, com sua postura impecável, sua beleza estonteante e sua camada de gelo impenetrável.

Ele estendeu o braço e eu paralisei por uns longos segundos, ele não queria que eu envolvesse meu braço no dele, queria?

Levantei os meus olhos para ir de encontro aos seus e logo me arrependo, aquela faísca que sem aparecia quando nos olhavámos estava lá, não podia negar que ele me despertava sensações estranhas, mas o fato de tá me mantendo como sua prisioneira quebrava todo o encanto que parecia haver entre nós.

— Vamos! Não tenho a noite toda. — ele moveu o braço para mais perto de mim, não me deixando opção a não ser pegá-lo.

Entramos no salão e não trocamos mais nenhuma palavra depois disso, passamos pelo hall de entrada e nos dirigimos ao elevador, parecia um hotel luxuoso, mas não tive certeza.
Entramos no elevador e ele apertou o botão do décimo quinto andar. Aquele silêncio ensurdecedor estava me matando, eu sentia a necessidade de falar, eu queria conversar com ele, tentar manipular uma possível forma dele me deixar ir embora, mas a sua reação era sempre imprevisível.

— Por que eu? — tiro coragem de algum lugar. Ele vira seu rosto de relance para mim e viro o meu corpo completamente para ele, olhando para cima para encontrar as suas íris. — Me diga, por que eu?

— Por que quer tanto saber? Não basta eu não ter te matado ainda? — ele se vira inteiramente pra mim.

— O... o que? — me encolho. — Me matar?

— Sim garota, você faz parte de um negócio, não julgo o seu pai por ter te tentando se livrar de você, você é insuportável. Mas irei tratar de acabar com você após esse casamento. — ele fala simplesmente e o meu olho começa a lacrimejar.

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