Capitulo 1

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"Está muito frio" Era a única coisa em que pensei antes de abrir os olhos. Está nevando? Pelo que lembro estava muito quente quando eu faleci. 

Abrir os olhos foi perda de esperança, mantê-los fechados ou abertos não mudou muita coisa, estava escuro, silencioso, e meu espaço era pequeno, como se estivesse em uma espécie de caixão, mas não era de madeira, era um material liso, parecendo ferro maciço.

— Eu até tiraria um cochilo, mas essa cama está dura demais — Sussurrando com minha mente eu a divirto. — Me tire daqui.

É assim que funciona, tudo normalmente sai como e quando eu quero, sem explicação ou solução. Eu me surpreendo as vezes, mas uma hora é entediante. Eu adoro desafio e com essa peculiaridade não há nada muito desafiador para mim.

Uma pequena porta se abre com brutalidade revelando uma luz branca fraca sobre minha cabeça e com um impulso forte sou puxado para fora.

Foi por isso que eu morri.

Isso acontece com muita força. Se eu comando abrir uma janela simples, as madeiras saem voando, ou abrir uma lata de milho, o metal se parte ao meio. Como se eu não tivesse controle da intensidade. Eu tentei de diversas formas, mas nada parece fazer melhorar.

Uma voz vaga preenchia meus ouvidos dizendo:

"veja o ano"

Minha mente. Ela é minha única companhia eterna durante esses anos, por isso faço tudo o que pede. A gente conversa, como se fossemos duas pessoas, é assim que lido com a solidão as vezes.

Rápido me levanto, estou curioso demais para ficar de enrolação hoje. Mas que droga! Não tem um calendário nesse lugar? Pigarreio em silêncio.

"Você está morto"

Novamente eu torno de ouvi-la. Ela é cheia de charadas, algumas delas são para ajuda, mas a maioria é ela me pregando peças, e sinceramente, ainda não consegui decifrar uma coisa da outra.

— Morta? Onde alguém morto pode reviver? — me questiono ainda sem respostas.

Observei aquela grande sala com atenção, tentando entender onde é que eu poderia estar. Há uma parede cheia de outras pequenas portas de onde sai, ao abrir três delas havia cadáveres gravemente feridos, com cicatrizes enormes pelo corpo inteiro.

— Necrotério? — Que sem graça. É decepcionante morrer e acordar em um lugar tão comum como esses.

Foi emocionante uma vez que levantei-me no mar. Um pouco desesperador, mas emocionante, foi muita adrenalina esse dia. Pequenas coisas como essas é o que me faz rir de vez em quando.

Não me lembro ao certo quantas vezes isso já aconteceu, sei que é errado, ninguém deveria viver a tanto tempo, eu meio que estou quebrando algumas regras do universo, eu acho, e isso me empolga. Quando logo virá a consequência?

"Próximo, encontre Scott McCall"

— Se decida, quer que eu veja o ano? ou você encontrou esse cara? — sem resposta, como ela sempre faz. — Você poderia pedir um por favor na próxima vez.

Não seria bom começar outra confusão com meu próprio subconsciente, digo outra, pela causa da minha morte anterior.

Costumávamos discordar uma com a outra diariamente, ela mandava, mas eu não obedecia, minha mente controla a parte da cabeça e eu o resto do corpo.

Então, conseguiu imaginar o alvoroço que era?

Com aquela ridícula camisola de paciente, me atendo ao máximo para não me notarem saindo dali. E impressionada pelo que parecia hospitalar, vejo pessoas ocupadas correndo de um lado para o outro o tempo inteiro. Mas paro ao ver uma sala como uma bela moça deitada, com tubos transparentes a rodeando por todo seu corpo.

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⏰ Última atualização: Oct 06, 2024 ⏰

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𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐎𝐒𝐓 𝐑𝐄𝐁𝐎𝐑𝐍 - Teen WolfOnde histórias criam vida. Descubra agora