1 - dores da vida.

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Só um dia
Vivendo no meu lugar

Eles não iam aguentar
Aguentar, aguentar
Eles não iam aguentar
Aguentar, aguentar

Eu duvido que eles
Iriam querer nadar
Contra a correnteza
Bem aqui no meu lugar
Se eu tivesse no seu barco
Nunca iria encostar na água
Mas a gente não ta nem no mesmo mar

Mar - Bea Duarte

Hospital Psiquiátrico da Flórida

No hospital psiquiátrico da Flórida, um garoto estava amarrado a uma camisa de força enquanto, por um vidro falso, médicos anotavam as reações e expressões do garoto.

- Então vejamos, assassinou os pais aos 6 anos, foi para um presídio infantil, e tentou matar os carcereiros e os companheiros de cela... E então foi internado... - uma médica falou e então três dos doutores acenaram positivamente.

- Pobre criança... - falou o senhor ao lado da mulher. - poderia ter uma vida maravilhosa. - sua voz um pouco arranhada soava enquanto o velho ajeitava seus óculos.

- Qual a idade dele? - outro doutor perguntou, o homem estava um pouco afastado dos outros. Os demais o encararam desacreditados da pergunta.

- 9, Arthuro, 9 anos... - falou a doutora que estava ao lado dele. Ao todo eram cinco doutoras e cinco doutores, ao todo, dez pessoas naquela sala.

- O que será que leva alguém cometer tanta atrocidades?... - um dos médicos falou enquanto se afastava um pouco do vidro.

“será que esse garoto algum dia iria se curar?”... Era o que parte daquele grupo se perguntava.

Mas o que ninguém esperava, era que de repente as luzes da sala se apagariam do nada. Porém, eles não se assustaram. Contudo, quando a luz voltou, os médicos gritaram em horror ao se depararem com a sala onde estava o garoto, vazia e a camisa de força jogada na mesa.

San Francisco

Perto da costa, uma família com suas duas filhas, se preparavam para alugar um barco e ir dar uma volta pelo mar.

- Vem mamãe, vem... - a filha mais velha falou animada enquanto puxava a mãe.

- Calma Helena... - falou a mulher para a garotinha.

- Qual barco vocês preferem, minhas princesas? - o homem perguntou enquanto sorria e voltava seu olhar para sua esposa e suas filhas.

- Mamãe, quero doce... - falou a filha mais nova.

- Calma Alay, assim que embarcarmos vamos comer.

- Quero aquele papai! - Helena falou apontando para um barco branco com detalhes de conchas azuis.

- Vou ver com o dono. Já volto. - falou dando um beijo na testa de cada filha e um selinho na esposa.

O homem andou na direção dos barcos e então a mãe se voltou para as filhas.

- Meninas, se comportem, e nada de bagunça! - falou séria enquanto encarava as garotas.

- Sim, mamãe! - Helena e Alay falaram fazendo sinal.

- Venham, vamos sair daqui... - o homem falou voltando até a família mas agora de mal-humor.

- O que aconteceu? - a mulher perguntou ao marido enquanto via sua expressão raivosa.

- Quando chegarmos em casa eu explico... - falou e então suspirou tentando parecer calmo ao encarar a família.

- Vamos garota... - a mulher falou enquanto pegava a filha mais nova nos braços e segurava a mão da mais velha.

A família voltou para o carro e então o homem ligou o carro, começando a dirigir para casa.

Alguns anos depois

Tarde, já era muito tarde.... Era esse pensamento que ecoava na mente da pequena garotinha de olhos azuis enquanto fitava a porta. Sua mãe e irmãs já estavam se preparando para dormir, mas seu pai ainda não tinha chegado.

- Alay, vem filha, já está na hora de dormir... - falou a mulher com a voz sonolenta.

- Mas mamãe, o papai ainda não chegou. - falou a garota olhando preocupada para a mulher mais velha.

- Filha, seu pai... - a mulher de olhos azuis foi interrompida pelo telefone que começou a tocar. A mulher rapidamente andou até o aparelho e o atendeu.

- Alô? - perguntou a mulher. Alay se voltou para a porta ainda esperando por seu pai, mas então ouvi um grito e se virou para sua mãe que estava ajoelhada no chão, chorando descontrolada e ainda segurando o telefone.

- Mamãe? - perguntou preocupada se aproximando da mãe. Então suas irmãs desceram as escadas e as três garotas se encararam sem saber o que fazer enquanto sua mãe gritava ao telefone “não, por favor não”

Por fim, a mulher olhou para as filhas com lágrimas nos olhos e desligou a ligação.

- Meninas... - a mulher começou, tentou respirar e juntar forças para dar a notícia à suas filhas.

- O que aconteceu mãe? - Helena perguntou preocupada.

- O pai de vocês... - começou mas foi interrompida por Alay.

- O que aconteceu com o papai? Ele vai demorar pra voltar? - perguntou a garota.

- Ele se foi... - falou de uma vez e então o mundo das garotas caiu. Principalmente de Alay.

- O que?... - perguntou Helena, desacreditada.

- ele não vai mais voltar?... - perguntou Alay enquanto começava a chorar.

A mãe negou com a cabeça e então a garotinha começou a chorar, sendo seguida pelas irmãs. A mãe se levantou e subiu os degraus sem dar explicação ou falar mais alguma coisa.

Helena e Alay se encararam e encararam a irmã mais nova. As três irmãs se abraçaram e então deixaram suas lágrimas se misturarem enquanto sofriam com a perda delas.

Então viram a mãe descer as escadas com roupas pretas. A mulher pegou sua bolsa e saiu da casa.

“O que teria acontecido?...” era a pergunta que tinha na mente de Helena, seu pai tinha prometido voltar cedo para a casa, para no dia seguinte comemorarem o aniversário de 12 anos de Alay...

O relógio na parede soou, indicando que era meia noite... Meia-noite... Ah aquele dia ficaria marcado para sempre na memória das garotas...

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Primeiro capítulo, gente, nem sempre as partes referentes aos protagonistas se passará na mesma época.

A cena do imagine que originou a história vai demorar um pouco pq eu quero que vocês conheçam bem os personagens e saibam tudo que os levou até o encontro.

༼⁠ ⁠つ⁠ ⁠◕⁠‿⁠◕⁠ ⁠༽⁠つ🍫🍫🍫 amo vocês, até logo...

𝐌𝐞𝐮 𝕯𝖔𝖈𝖊 𝕮𝖗𝖎𝖒𝖊 Onde histórias criam vida. Descubra agora