2 - Mudanças nada agradáveis

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Usually never cry at all
I would say I'm pretty tough
But it's been a couple weeks now
And I still feel stuck in my lungs

And usually I go out on nights
And not think of you once
But if they start playin' that song
I can't help but to think about us, oh

Feel like a shit - Tate McRae

San Francisco

Limpando o balcão da loja enquanto cantarolava a música do rádio, Alay se perguntava se as gorjetas daquele dia seriam boas, uma semana depois da chegada em plena manhã, de sua mãe, a mesma ordenou que as filhas apenas arrumassem as malas. O que Alay, obrigada, fez.

A garota nunca deu bola para as esquisitisses ou problemas mentais de sua mãe, desde a morte de seu pai, a mulher, que vivia na mesma casa que elas, mas que deixará de ser sua mãe, não se importou com as filhas e tampouco em procurar um emprego para sustentar as garotas. Resultado, Helena e Alay foram obrigadas, ainda pequenas, a procurar empregos para ajudar e cuidar da casa. Sua mãe começou a sair durante a noite e voltar pela madrugada ou até mesmo pela manhã do dia seguinte, o que ela ia fazer? Não sabia e nem importava mais para ela.

Tudo bem que houve vezes em que sua mãe voltava bêbada ou aos amassos com um ou outro homem, por mais que Helena tentasse esconder das irmãs e fazer elas não saberem disso, era inútil, ainda mais quando um desses homens tentou abusar de Alay...

Fungando e tentando afastar sua mente de tais memórias e pensamentos, a garota ouviu o som do sino da entrada tocar. Voltando seu olhar para frente, a morena sorriu ao ver Felipe, seu namorado. Os cabelos loiros caiam em contraste com seus olhos claros.

- Mesa pra um, por favor. - falou o garoto em tom de brincadeira e riu.

Alay soltou o pano e saiu em direção ao rapaz o abraçando e pulando em seus braços. Felipe a girou no ar e então beijou seus lábios com carinho.

- Como você tá? - perguntou enquanto colocava a garota no chão e ajeitava uma mecha de seu cabelo.

- Melhor agora. Quando você voltou? - perguntou enquanto olhava para o namorado, ainda sorrindo.

- Ah algumas horas, queria te fazer uma surpresa. - ele disse enquanto a olhava nos olhos e então beijou seus lábios.

- Eu adorei! - a alegria da garota era vista de longe, seu sorriso parecia crescer a cada segundo em seu rosto.

- com licença... - uma terceira voz chamou, o casal se virou para a direção de onde tinha vindo. - Temos trabalho agora, se quiserem namorar, vão pros fundos... - falou a garota de cabelos ruivos enquanto se encostava no balcão.

- Da um desconto, Bela... - falou Felipe, enquanto olhava para a garota.

- Vaza, Felipe. - falou apontando pra porta.

- ok... Ja Vou... - falou levantando as mãos em sinal de rendição. Seu olhar se voltou para Alay e então o loiro beijou a garota mais uma vez. - vejo você, depois? - perguntou para que só ela ouvisse.

- Sim.. - respondeu no mesmo tom. O casal se beijou uma última vez e então o rapaz saiu do local. - precisava disso, Bela? - perguntou a garota ao voltar seu olhar para a garota, que ainda estava ali.

𝐌𝐞𝐮 𝕯𝖔𝖈𝖊 𝕮𝖗𝖎𝖒𝖊 Onde histórias criam vida. Descubra agora