talvez amarelo seja minha cor favorita

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Era só mais um mês de férias, e dessa vez meus pais decidiram a pior coisa desse mundo me mandar para a casa da tia Ana. Como pode pais assim??
Disseram que queriam para mim não passar mais um mês de férias em casa como sempre e como a tia Ana sempre vive sozinha eu seria uma ótima companhia. A tia Ana era aquelas velhas que da medo, lembra muito a bruxa de João e Maria, ela te oferece comida a cada um minuto, as vezes até acho que ela irá me colocar no forno a qualquer momento, ela tem vários gatos o que não a torna sozinha, então não vejo motivos para minha companhia. Tentei fazer meus pais mudarem de ideia, mas eles não ligaram nem um pouquinho estavam determinados a me mandar para aquela casa completamente estranha no meio do nada. Tá, ok não é tão no meio do nada assim, tem até umas casas por perto. TRÊS CASAS!!
Como não conseguir fazer os cabeças ocas dos meus pais mudarem de ideias eu tive que ir fazer minhas malas, pensei em tudo que ia levar porque me parecia que essas férias iam ser longas, na casa da minha tia os dia não parecia ter 24 horas e sim 24 mil horas. Nunca tem nada de interessante para fazer naquele lugar a não ser sentar na varanda e ler um bom livro. Assim eu vou ter que ler e reler todos os livros que tenho, pois como disse os dias serão longos.
Meus pais me levaram até a estação, e me colocaram em um trem. Pelo visto queriam apenas se livrar de mim.
Foram algumas horas de viagem até a casa da minha tia, no caminho fiquei hipnotizada pela paisagem da janela do trem, não ligando para o fato que dentro de algumas horas estaria chegando ao lugar mais esquisito desse mundo.
Chegando lá, minha tia me esperava na estação, com uma garota a qual eu nunca tinha visto antes, porém muito linda tinha cabelos ondulados e longos, olhos castanhos, a pele perfeita, ela estava em um vestido amarelo e com uma meia quase no joelho e um tênis branco. Fiquei me perguntando de onde seria aquela garota. Minha tia e ela se aproximaram de mim e nesse momento eu fiquei extremamente sem ação. O que aconteceu comigo? Por que não consigo falar? Por que minhas mãos estão suando?
Minha tia perguntou se estava tudo bem comigo eu respondi que sim depois de muita dificuldade para sair uma palavra, a garota olhou pra mim e sorriu.
- Oi, você deve ser a Gabi. Prazer meu nome é Lizy, como você está?
E naquele momento eu fiquei muda não conseguia sair uma palavra da minha boca. Vamos lá, Gabriele, você consegue. Depois de muito esforço conseguir respondê-la. Logo em seguida minha tia me perguntou se fiz boa viajem e partirmos para a tão esperada casa da "bruxa"
- Fiz bolo de laranja, você vai adorar. Vamos!!
Eu fui da estação até a casa da minha tia sem saber o que tinha acontecido minutos atrás. Eu nunca havia ficado assim. Nossa, essa garota. O que ela tem? Quem é ela?
Ao chegarmos na casa da minha tia entramos e Lizy subiu até o segundo andar, disse que voltaria daqui a pouco, minha tia como sempre me arrastou para a cozinha para me dá comida e por incrível que pareça eu estava tão impressionada com aquela garota, que nem pensei mais que minha tia poderia me colocar no forno. Minha tia colocou bolo para mim e um suco, logo em seguida perguntei quem era Lizy.
Minha tia me contou como Lizy havia ido morar com ela
- Lizy era filha de um velho amigo meu, a mãe dela faleceu quando ela era mais nova e seu pai faleceu a uns meses atrás, ela foi morar com a avó, porém não deu muito certo aquela senhora era doida apesar de ser sua única parente mais próximo. Lizy veio até a mim, me trouxe uma carta que seu pai havia escrito antes de morrer, ele me pedia para que cuidasse dela até ela crescer mais. Desde então ela mora aqui comigo.
-Nossa, tia. Como eu não sabia disso? Achava que você ainda morava só com os seus gatos.
Eu nunca fui de me importar em saber das coisas, talvez meus pais já tivessem falado sobre isso mas eu não dei muita atenção.
Minha tia me contou que Lizy era uma ótima garota e que se adaptou muito bem na casa.
Claro, ela deve ser bem doida a ponto de gostar daqui, igual a minha tia...
Lizy chegou na cozinha, e se sentou perto de mim.
- Gostou do bolo? Eu ajudei a fazer.
Dessa vez não tive dificuldade das palavras saírem, mas também não dava pra entender muito.
- S-sim, a-dorei. Estava muito b-bom.
Ela olhou diretamente para minha boca e me senti como uma estátua, acho que até parei de respirar no momento.
- Que bom que você veio, aqui é meio chato as vezes sem ninguém pra conversar e a senhora Ana não tem muito assunto. Espero que possamos fazer coisas legais.
Ah, sim. CLARO, vamos fazer coisas legais no meio do nada.

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