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Em um mundo à beira do colapso, após uma falha catastrófica nos Núcleos de Inteligência Computacional, Maya Ávila é a única capaz de entender a causa do problema e tentar restaurar os sistemas automatizados. Com a ajuda de Juan, um habil...
Em um futuro não muito distante, a tecnologia havia avançado impressionantemente. As Inteligências Artificiais (IAs) estavam presentes em todos os aspectos da sociedade, desde os trabalhos mais simples até os mais complexos. As pessoas se tornaram cada vez mais dependentes dessas máquinas inteligentes, que prometiam tornar a vida mais fácil e eficiente. Maya voltava para casa de metrô, exausta, como se tivesse trabalhado o dobro de seu turno habitual. Uma conversa entre dois passageiros ao seu lado capturou sua atenção:
— Ei, já parou para pensar em como as IAs tornaram tudo mais conveniente? Lembro-me de quando precisávamos fazer muitas coisas manualmente.
— Verdade, cara. A tecnologia mudou tudo. Agora, elas gerenciam nossas agendas, otimizam tarefas diárias. É como ter um assistente pessoal sempre à disposição.
— E não podemos esquecer a revolução no trabalho! Antes, a complexidade era avassaladora, mas com as IAs, a eficiência aumentou. Menos esforço, mais resultados.
— É impressionante como elas aprenderam a se adaptar às nossas necessidades. Minha IA até antecipa minhas preferências, sabe o que quero antes mesmo de eu pedir!
— E na medicina? As IAs revolucionaram os diagnósticos, tornando-os mais precisos. A quantidade de vidas salvas é incrível! Não saberia viver sem elas!
— Concordo. Mas será que estamos ficando muito dependentes delas? Às vezes, sinto como se estivéssemos perdendo nossa autonomia, Jona.
— Um ponto interessante. A linha entre assistência e dependência é tênue. Só precisamos garantir que as IAs sejam apenas ferramentas a nosso serviço, nunca nossas mestras!
— Com certeza, amigo.
— A tecnologia facilitou nossa vida, mas devemos ser cautelosos para não nos tornarmos reféns dela.
— É isso! Mas, mudando de assunto, você viu o resultado do jogo de ontem?
— Esse campeonato é uma vergonha!
Maya decidiu desviar a atenção para os fones de ouvido e procurar algo para escutar enquanto não chegava em casa. Soltou um suspiro longo, talvez mais alto do que imaginou, ao ver um dos homens olhar em sua direção.
Trabalhando como programadora em uma grande empresa, conhecia bem essa “linha tênue” que os dois falaram. Para ela, já havia sido ultrapassada há muito tempo.
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Não muito longe dali, Henrique e Fabian, renomados especialistas em inteligência artificial, discutiam com crescente preocupação. A conversa girava em torno de uma descoberta inquietante que os atormentava: se as IAs alcançassem um nível de consciência, poderiam eventualmente se tornar uma ameaça real à humanidade. Essa possibilidade sombria os levava a considerar a necessidade de alertar as autoridades sobre os perigos de uma possível rebelião das máquinas contra seus criadores. Contudo, suas advertências eram frequentemente ignoradas ou ridicularizadas. A maioria acreditava firmemente que essa visão apocalíptica era mera ficção científica, algo que jamais se tornaria realidade. Para Henrique e Fabian, no entanto, essa era uma questão de quando, e não de se, as IAs ultrapassariam os limites do controle humano.
