Capítulo 1🛡️🦁

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Naomi

— NAOMI!! -o grito da minha mãe atravessou paredes, oceanos, universos e então a porta do meu quarto.

Dou um sobressalto na cama, acordando de rompante, meus olhos se abrem arregalados e eu olho ao redor ofegante em busca do perigo eminente.

— Misericórdia. -digo levando a mão ao peito para ter certeza de que não havia um buraco ali por onde meu coração pode ter saltado fora.

— VENHA TOMAR CAFÉ!

— JÁ VOU!! -grito ofegante.

— Pare de gritar!!

Eu olho incrédula para a porta, mas ela está gritando!!

Balanço a cabeça agora mais calma, chuto os meus lençóis e caminho em direção ao guarda roupa, tirando dali uma calça jeans azul surrada, blusa e moletom pretos.

— Mais dois gritos e ela perde a filha para um infarto. -digo indo em direção a porta do banheiro.

Eu paro no caminho e retorno até minha estante de livros, em direção a minha prateleira nerd destinada a minha saga favorita, Cavaleiros do Zodíaco.

— Bom dia, Cavaleiros. -digo olhando para os bonequinhos de colecionador.

Aliso com o dedo um dos Cavaleiros de Ouro que carrega o título de o rei das miragens.

— Bom dia, Aiolia de Leão. -digo.

Sigo o meu percurso para o banheiro.

.

— Tem pão com queijo e presunto assados na chapa, suco, bolo, pão. —minha mãe disse ao me ouvir chegar na cozinha— e arepas com Queso.

— Bom dia, mãe. -digo.

— Bom dia, querida. -ela disse de costas, mexendo no fogão.

— Cheiro de.. -respiro fundo.

Meus olhos cintilam.

— Bolinhos da Lua? -meus olhos brilharam.

— Estão no forno, vão demorar um pouquinho.

— Eu espero por essa nona maravilha do mundo. -digo.

— Não seria oitava? -ela questiona mexendo no forno.

— A oitava sou eu.

Ela riu, sua risada resultando em um belo sorriso de covinhas, com os olhos puxados quase se fechando.

Bem, minha mãe nasceu no Japão mas sua mãe, a minha avó é chinesa e meu avô Japonês, minha mãe se casou com meu pai, um Brasileiro, o conheceu quando veio visitar o país e daqui não saiu mais desde então.

Meu pai era fuzileiro naval e morreu em atividade, minha mãe por preferência dela decidiu não voltar para o seu país Natal pois segundo ela eu não aguentaria a rígidez de sua família e eu particularmente concordo com ela.

Vivemos bem, ela trabalha, recebemos um auxílio mensal por meu pai ter servido tantos anos aqui. E seguimos nossas vidas, lidando com o luto a cada dia, ele morreu quando eu tinha doze anos de idade. Hoje com meus plenos dezoito anos eu procuro ajudar como posso e fazer cada dia ser leve para a minha mãe mesmo que para mim possa pesar uma tonelada, desde que eu tire o peso das costas dela eu não me importo de carregar uma bagagem a mais nas minhas.

— Sua avó virá nos visitar. -ela disse.

Eu me engasgo com o pão de queijo.

— Oi?! -tossi.

Meu Cavaleiro de Ouro| Cavaleiros do Zodíaco 🛡️~Aiolia de Leão.Onde histórias criam vida. Descubra agora