𝟮𝟱| o quadro de mason

307 34 2
                                    

𝐀𝐯𝐫𝐢𝐥 𝐒𝐭𝐫𝐚𝐭𝐟𝐨𝐫𝐝

- Avril!! — escuto uma voz gritar pelo meu nome

Porém minha mente estava focada demais na fumaça que não consegui identificar quem era

- Avril!! — mais uma vez

Olho para todos os lados procurando de onde a voz vinha, mas  a única coisa que eu conseguia ver em minha volta era o fogo aumentando

- Avril cade você?! — a voz grita mais uma vez

- Aqui — tento gritar mais falho miseravelmente

Minha voz sai como um sussurro devido a fumaça que eu estava inalando. Minha visão começa a ficar turva e eu me apoio rapidamente na parede atrás de mim, me escoro na mesma e escorrego até o chão.

A última coisa que eu consigo ver antes de apagar é a imagem borrada de alguém se aproximando de mim. Eu não consegui identificar quem era, mas consegui identificar que era um garoto.

Acordo, mais uma vez, de mais um pesadelo.

[...]

Eram 02:40 da manhã e eu não conseguia dormir. Estava acordada com meus fones de ouvido pintando um quadro.

"Still into You" do Paramore tocava no fone.

A lona branca que eu deixava em baixo da tela para não sujar o chão já estava toda pintada, com tintas em tons escuros, preto, cinza e branco.

Estava concentrada, até me assustar com uma mão em meu ombro, me fazendo retirar os fones rapidamente e olhar pra trás.

- Te assustei? — Jace pergunta se sentando no banco alto que estava ali do lado

- Não, imagina — respondo irônica e ele dá um sorriso

- Por que está acordada à essa hora? Sem sono? — Ele pergunta e eu afirmo com a cabeça

- Posso te perguntar uma coisa? — pergunto pro mesmo que concorda com a cabeça — você também tem pesadelos com o dia do incêndio? Ou coisas relacionadas a ele?

Ele fica um pouco pensativo e logo responde

- Eu não estava dentro da casa, mas receber a ligação de que tudo estava pegando fogo, chegar lá e ver o enorme incêndio — ele para por um momento abaixando a cabeça — se eu não tivesse saído aquela noite talvez eu poderia ter ajudado a evitar, talvez eles ainda estivessem vivos

Meu irmão se culpava pela morte dos meus pais, me dói tanto ver ele assim

- Ei, você não tem culpa! — digo indo até o mesmo e o abraçando

- Tive que aprender a lidar com isso, parecer forte todos esses anos — ele diz com a cabeça em meu ombro enquanto rodeava seus braços na minha cintura apertando o abraço — os meus pesadelos dormindo pararam, mas os acordados sempre me rodeiam. A sensação de me sentir culpado, de ver você saindo desacordada da casa nos braços do bombeiro e não ser eu ali te segurando. Os flashbacks daquela noite são os verdadeiros pesadelos, e eles veem a todo momento

𝐆𝐚𝐫𝐨𝐭𝐚 𝐏𝐞𝐫𝐢𝐠𝐨 - 𝖬𝖺𝗌𝗈𝗇 𝖳𝗁𝖺𝗆𝖾𝗌Onde histórias criam vida. Descubra agora