Capítulo 09 - NANON

136 18 74
                                    

Estou sentado de lado no colo dele, que me abraça enquanto chora com o rosto colado ao meu pescoço, sinto seu corpo sacudir com os soluços. Estamos assim há algum tempo. Eu o abraço de volta, passo os dedos entre seus cabelos macios, depois as mãos por suas costas. Tento consolá-lo, fazer ele parar de chorar, parte meu coração vê-lo chorando assim, tão desesperado.

- Eu acho que está faltando alguma parte dessa história de Rei da Máfia! Porque você está chorando, P'Ohm? Não está feliz por eu estar aqui? Não vai olhar nos meus olhos, ouvir o que tenho a dizer?

Ele sacode a cabeça em negativa.

- Está com medo do que eu possa dizer? Hein, tem medo que eu não queira você?

Ele, dessa vez, balança a cabeça em afirmação e eu tento segurar o riso.

- Olha onde e como eu estou, P'Ohm, acha mesmo que se eu não quisesse você, eu estaria sentado no seu colo? Acha que teria vindo até aqui?

Ele sacode a cabeça em negação.

- Então olha pra mim, porque eu esperei 4 anos pra olhar os seus olhos lindos!

Seguro o seu rosto com as duas mãos e ele deixa que eu o afaste do meu pescoço, olho pra ele que ainda está de olhos fechados e espero abri-los. Ele abre devagar como se tivesse medo de eu não estar aqui de verdade, então eu aproximo meu rosto do dele e dou um leve selinho em seus lábios, nesse instante ele abre os olhos, estão inchados e vermelhos de chorar. Tão lindo.

- Oi, lindo!

- Oi, Anjo! Você está mesmo aqui, não está?

- É claro que eu estou, P'Ohm.

- Não, Anjo, sem essa de P', só o meu nome.

- É claro que eu estou aqui, Ohm Pawat Chittsawangdee.

Dou mais um selinho em seus lábios e me afasto sorrindo.

- Deixa eu levantar pra gente conversar.

Ele me abraça mais forte, enterra o rosto no meu pescoço e sacode a cabeça em negação. Quem diria que o maior mafioso da Tailândia seria um cachorrinho dengoso.

- Ohm, nós precisamos conversar, eu quero conhecer você, quero saber tudo sobre você pelos seus lábios, não pelas coisas que as pessoas falam, porque do contrario eu vou te entregar pra Polícia Federal.

Ele afrouxa o abraço, mas não me solta, olha pra mim com os olhos semicerrados. Eu rio, levo as mãos ao seu pescoço, passo os dedos suavemente e dou mais um selinho em seus lábios.

- Você não me entregaria, Anjo. Ou faria?

- Não, eu jamais entregaria você, a não ser que você me traísse, aí eu te entregaria fácil.

Tento fazer uma cara ameaçadora, a julgar por seu olhar e sorriso, eu não consegui.

- Então eu não preciso me preocupar com ser entregue a polícia, porque eu jamais trairia você, amor! Eu sou somente seu desde o dia que te vi pela primeira vez.

Não consigo evitar corar, sinto minhas bochechas esquentando, ele leva as mãos ao meu rosto, segura as minhas bochechas e é sua vez de me dar um selinho demorado. Quando ele se afasta, me levanto e tento sair de seu colo, mas ele me agarra novamente e dessa vez ao invés de sentar de lado, sento de frente pra ele com uma perna de cada lado do seu corpo, ele me puxa, colando nossos corpos, nossos rostos a poucos centímetros, sinto sua respiração na minha face, seus braços em volta da minha cintura. Eu sinto meu rosto esquentando ainda mais.

- Agora nós podemos conversar cara a cara. Mas antes, eu posso te beijar, Anjo? Eu quero tanto, há tanto tempo!

Não consigo encontrar forças pra falar, então apenas afirmo com a cabeça. Ele sorri tão lindamente, eu faria qualquer coisa pra ele sorri assim pra mim pro resto de nossas vidas! Ele recosta no sofá, leva uma das mãos pra minha nuca, puxa suavemente meu rosto em direção ao seu, meu corpo acompanha o movimento, estou praticamente deitado em cima dele, então ele olha em meus olhos, eu vejo labaredas de fogo nos seus olhos escuros. Ele me deseja, como um homem tão lindo deseja alguém tão simples e chato como eu?

The Mafia's KingOnde histórias criam vida. Descubra agora