Mustang 1969

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As luzes refletiam fracas no chão fosco de cerâmica Lisa conforme o alfa adentrava o lugar, paredes tingidas em um cinza titânio destacavam os diversos automóveis Claros que ele residiam, exceto por um , o mais escuro e antigo de todos, um Mustang 1969 Boss 429, o qual tinha um lugar só para si mas ao fundo da garagem numa espécie de pedestal com rampa para descida e cercado por um enorme quadrado de vidro. O barulho de passos mesclava-se com o tilindar das chaves que balançavam em mãos morenas enquanto ele cantarolava "La nave del olvido" baixinho, música favorita de seu avô, Osama Radamés, um japonês com descendência espanhola que passou toda sua cultura e paixão por carros para o neto mais querido, Kakuzu.

Abriu as três fechaduras da porta de vidro e adentrou o grande quadrado, foi rumo a pequena escada feita com o mesmo material do chão grudada a rampa subiu e então abriu o automóvel, o cheiro lhe trouxe nostalgia, era um odor artificial de Pinho deixado pelo lustrador de couro passado nos bancos Dias anteriores, entrou e sentou ; um suspiro saiu lento de suas narinas com as memórias que lhe vieram a mente eram tantas boas recordações que seu coração se aquecia de felicidade só em entrar ali, desde muito criança sempre fôra ensinado a gostar muito daquele carro, era como se ele fosse um membro da família, ou melhor dizendo, um carro de estimação; deixando seus pensamentos de lado ele pôs a chave na ignição a girando e em seguida tentando dar a partida, mas algo deu errado, fazia um barulho estranho e não ligava.

Foram inúmeras às vezes que tentou ligar e em todas fracassou, um frio se fez presente no estômago, não o usava a exatos um ano e cinco meses, tempo em que seus avós estavam na Noruega comemorando o trigésimo quinto ano de casados, só se lembrou de que tinha que ligá-lo Quando o telefone tocou e ao atender fora logo questionado se estava cuidando bem do patrimônio da família Radamés.

-mas que merda!-bateu a mão no volante tentando mais uma vez fazer funcionar-se você não ligar eu tô perdido- e nada, continuava com o barulho- Caralho!

As costas largas recortaram-se no assento, em adição suas mãos passaram pela face morena seguindo para os cabelos curtos castanhos onde houve um leve puxar nos fios, suas pálpebras se fecharam por alguns instantes, seu avô lhe mataria Se descobrisse que o carro passou por um mecânico qualquer, entretanto não tinha jeito, teria que ser assim. Seus olhos se abriram e ele então tateou os bolsos do samba canção que usava para logo encontrar o aparelho telefônico, procurou pelo contato de Kakashi, um amigo de longa data e o único homem a encostar em seus carros para consertá-los, ligou e depois de alguns instantes foi atendido.

{alô,Kakuzu?}

-Oi Kakashi-

{Á quanto tempo hein? Diz aí, é a Poche de novo?}

-Não, a Porche tá legal, oque eu preciso mesmo é que você venha aqui-ouviu um tilindar do outro lado da linha - o carro que meu avô me deu não quer ligar.

{Está bem, só tem um problema}

-E oque seria?

{Eu quebrei meu braço recentemente, ainda estou com o gesso-Kakuzu engoliu seco e o outro continuou- mas o meu irmão também trabalha com isso, e é capaz de fazer o serviço até mesmo melhor que eu, posso mandá-lo?}

O moreno ponderou se era uma boa idéia, por um completo estranho pra mexer no precioso objeto da família não parecia bom, estava sem saída de qualquer modo, não tinha confiança em mas ninguém além de Kakashi, e se o outro dizia que o irmão era exímio em sua profissão teria que confiar.

-Pode- Quando ocorreu ainda eram 8:20 da manhã e nem mesmo havia tomado café, portanto, pediu que viesse às 3 horas da tarde, recebendo um "ok" como resposta.

Agora eram exatas 3:30 e jazia em seu espaço sofá descansando, trabalhara a manhã toda num projeto de aprovação da pista de drift nova que alguns esportistas insistiram para que fosse feita, grande empresa, que lhe pertencia, era um negócio familiar na montagem de carros de múltiplas outras empresas, e além de montarem ainda testavam os veículos, garantindo segurança e conforto aos compradores, ao que terminou seu trabalho, trocou as roupas por um conjunto de frio preto, calça e blusa de manga.

Maldito mecânico ômegaOnde histórias criam vida. Descubra agora