Closer - Parte I

Capítulo 4 - O dia

Por quê...

Eu acabei me apaixonando por você?

Não importe quanto tempo passe,

Eu ainda acho, que você está aqui.

Mas você já escolheu um caminho diferente...

(Doushite - Tohoshinki)

Estávamos em um quarto enorme e muito bem decorado. Cortinas de seda branca cobriam as janelas e iam até o chão, sofás brancos com almofadas super fofas, algumas mesinhas ornamentavam o lugar e gritavam com todos os seus detalhes que eram antigas, caras e insubstituíveis. Quase todas as garotas trajando belos vestidos e estavam rodeando a Georgia, falando e rindo sem parar, mostrando-se prestativas. Elas assuariam o nariz da Georgia se ela pedisse. Minhas duas amigas, Natali e Amanda estavam mais afastadas, mas ainda assim eram mais prestativas do que eu, que permanecia sentada há mais de três horas.

Eu já estava pronta com meu vestido creme um pouco acima dos joelhos. Abusei da maquiagem para tentar esconder as olheiras. Eu não havia dormido a noite toda, sem choro dessa vez, mas fechar os olhos era exigir um grande esforço de minha parte. Passei a noite no sofá da sala, a televisão ligada em qualquer canal insignificante enquanto meus olhos vagavam pelas paredes de minha casa. Pensando em nada e em tudo ao mesmo tempo. Minha mãe acordou às cinco da manhã e me encontrou do mesmo jeito que havia me deixado na noite passada, para não preocupa-la eu disse que havia acordado mais cedo que o comum. Não sei se ela acreditou, mas não voltou a fazer perguntas.

O dia todo havia passado como se o mundo estivesse pairando sobre a minha cabeça. Eu me sentia em uma realidade paralela, sabia onde estava, mas não era uma peça que se encaixava ali. Eu tinha noção de que estava em um salão de casamento, rodeada de garotas sorridentes e de uma noiva eufórica e nervosa. Mas o falatório parecia distante e não real.

O olhar cauteloso de Mandy me alcançava de vez em quando, ela estava com medo que eu surtasse, ou pior, começasse a chorar na frente de todos. Eu sabia que estava fazendo a coisa certa. Deixando todos felizes, mesmo que isso só me quebrasse. Eu aguentava lidar com a minha dor; mas não com a dor dos outros, e principalmente se essa fosse causada por mim.

— Hey, Ally?! — A voz da minha amiga chamou minha atenção. Eu demorei pra dar atenção a ela, para virar minha cabeça e encará-la. Eu devia estar parecendo uma bêbada.

— Hm? Oi?

— Acho que escutei alguém te chamando. — Ela disse olhando sugestivamente para mim. Algumas garotas me olharam sem entender. Dei um sorriso de agradecimento e saí do quarto, mesmo sabendo que era mentira. Andar um pouco não iria me fazer mal.

Alguns funcionários do salão transitavam com bandejas e flores nas mãos, atarefados demais para prestarem atenção em mim. Continuei meu caminho pelo corredor extenso de portas brancas e fechadas. Eu não tinha tido chance de olhar a decoração dentro do salão principal, e não me sentia inclinada a fazer isso agora. Não vamos jogar sal na ferida antes do tempo. Meus olhos se perderam no carpete que cobria o piso como se fosse a coisa mais interessante do mundo.

O som dentro de um dos quartos chamou minha atenção quando passei na frente dele, e antes que eu pudesse imaginar quem estaria lá Jay saiu pela porta branca sanando minha curiosidade e me fazendo dar um pulo assustado para trás.

— Allison! — Ele disse surpreso e feliz. Jay era uma pessoa feliz. — Eu estava mesmo precisando de uma mulher.

Eu levantei uma das sobrancelhas com a declaração.