Os Pecados de Lee MinHo. III

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HyunJin estava ciente do evento, do duelo de sucessão ao trono, e somente porque ouvindo os cochichos, conversando com alguns guardas e criados, atualizou-se. Até então era afastado quando tentava conversar com o Conde Seo e do mais próximo servo.

Uma tentativa foi feita, falar com JiSung, mas no dia anterior o príncipe se trancou em seu quarto. Outra vez, não deixaram HyunJin se aproximar… E por tanto, esta manhã JiSung, sozinho, inundava-se pelo silencio.

As partículas brilhavam sobre o claro, do sol que atravessava gentilmente pela vidraça da sacada até o chão do quarto. O coração de JiSung estava tranquilo e embora de olhos abertos, seu corpo ainda pesava sobre a cama espaçosa e vazia. Virado para o teto, JiSung procurava sentir, lembrar-se do sonho tão vago que tivera… Queria se afogar nos lençóis, para sentir que Min estava ali, mesmo que irreal, sobre seu corpo…

JiSung virou à mesinha de cômodo e com o braço oposto, espichado, abriu a gavetinha. Tendo o remédio em mãos, o ergueu e o brilho do sol se intensificou nas arestas, pela transparência do vidro.

— O remédio funcionou? — YongBok estava de volta.

JiSung tinha certeza que sim. Nada mais poderia lhe fazer sonhar com Min, dormir tão bem. O príncipe se levantou, já não tão triste, não tão abatido e cansado. Tratou de tomar o café, vestir algo mais bonito como já a dias não tinha vontade de fazer, andar um pouco, ler algum livro…

Mas era só uma ilusão, uma supérflua sensação de comodidade, ocultando suas dores. JiSung sabia que doía no fundo de seu peito, quando agora pelos corredores abaixava o rosto e sentia-se culpado. Quando os passos de MinHo passavam ao seu lado, os ombros tão pertos, fazendo os guardas ficarem em alerta.

Quando Min se quer olhava para si, ignorando sua existência.

MinHo o odiava.

JiSung quieto ficou, percorrendo com os olhos as linhas do chão. Já não havia mais lágrimas para chorar. Estava decidido que iria morrer, que Min iria o matar. E tudo o que desejava agora era beber uma enorme garrafa de álcool…

[...]

A criada estava parada na porta do quarto de MinHo, tensa, segurava a bandeja, e devido aos rumores acreditava estar cometendo um erro. Mas antes que pudesse bater na madeira, sozinha a porta se abriu. MinHo estava ali dentro.

Ela colocou a comida na mesa de centro, lentamente - pote por pote, organizando cada tigela e prato, para não fazer barulho. Engoliu seco. As mãos tremiam e os dedos inquietos num pequeno deslize fizeram um dos pratos com sopa caírem. Esparramou no chão, e como se tivesse feito o barulho mais alto, a peça de porcelana quebrou-se em pedacinhos.

O corpo de MinHo se virou, olhou para ela.

— E-eu posso limpar isso, me perdoe, me perdoe…— esse era seu fim, estava certa, mas MinHo sequer disse algo. Ele pulou os cacos e saiu do quarto, tão frio como antes.

A cada “visita”, as criadas espalhavam pequenos murmúrios pelos corredores do castelo.

Minsung - Espectro VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora