Cap 2

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2024
Los Angeles
No outro dia...

– Você não está nem um pouquinho com medo do resultado do seu título?? – Clara, a velha amiga de seus pais pergunta para S/n.

A menina havia acordado a pouco tempo, já tinha tomado seu café da manhã, - se é que doce é considerado café da manhã - e agora estava em ligação com sua "tia".

– Eu estou confiante tia, não tenho o porque ter medo! – S/n deixa o celular no viva voz enquanto troca de roupa. Hoje era dia dos adolecentes finalmente receberem seus títulos, S/n iria pegar carona com os pais de sua melhor amiga.

– Tudo bem, mas se receber o título de baby e não for pareada no mesmo momento, eu e seu tio iremos até ai te buscar, ouviu? – sua tia como sempre preocupada.

– Ah, nem pense nisso, credo! Não quero usar fraldas e ficar falando "gugu-dada", credo!

– Não fale isso, babys são fofos. Bom, de qualquer forma preciso ir agora, seu tio esta me chamando, beijos meu amor, se cuida!

Após se despedirem, a adolecente vai até a casa de sua amiga, que não é tão longe de seu apartamento. Após chegar, os pais de Eliza já quiseram sair logo, estavam mais ansiosos que as garotas.

– Estaremos esperando vocês do outro lado da rua, boa sorte para vocês, e nada de encrencas em! – Daniel fala ao parar o carro em frente ao local, e se referindo a S/a na última frase.

As duas meninas ficam em frente o grande local, era uma escola bem grande onde o governo fazia os testes de títulos todos os anos. Assim que entram, uma moça as leva para o pátio principal, onde haviam mesas e cadeiras. Algumas estavam ocupadas por outros adolescentes, e uma dessas pessoas era Otávio, o amigo das meninas.

– Oi gays! – o garoto as comprimenta assim que elas se aproximam.

– Não sei porque insisti em dizer que sou gay! – Liza senta em uma das cadeiras e cruza os braços.

– Porque o meu gaydar apita quando te vê, um dia você ainda sai do armário!

Otávio era um garoto lindo, pele morena, olhos verdes clarinhos, cabelo cacheado preto. Um bom partido. As garotas sempre davam em cima dele, mas ele sempre dava um fora nas mesmas por gostar de homens e não mulheres.

– Qual título acham que iram receber? – S/a pergunta curiosa.

– Sinceramente, acho que o meu vai ser submisso, não dou certo como dominador! – o menino responde.

– Eu não sei, tenho medo de ser submissa e meu dominador me machucar. Já vi tantos relatos na televisão de pessoas chucadas e até mesmo sendo mortas-

– Ei! Não pensa nisso, vai ficar tudo bem! Se alguém te machucar é só me falar que eu vou atrás! – a menina ao seu lado faz um carinho nas costas de sua amiga.

– Isso se você não for um baby! Imagina a S/a com uma chupeta assistindo Bob Esponja! – os dois amigos riem, menos S/n.

– Ou ela pode ser uma submissa e baby! – Liza diz, Otis e S/a fazem caretas e olham para a mesma.

– Isso é impossível! Não tem como ser os dois ao mesmo tempo! – a mais nova do grupo responde.

– Na verdade não é impossível não! – Otis vira o celular para as meninas lerem o que acabou de pesquisar – existem 5 pessoas no Estados Unidos assim! Todas submissas e baby, dizem que esses são os piores para se cuidar. Também falam que é uma falha no sistema por causa da personalidade da pessoa. O lado submisso entra em confusão fazendo o lado baby não ter em mente as consequências das coisas.

– Como assim? – Liza pergunta confusa.

– Por exemplo, S/a gosta de assistir Bob Esponja, então se o desenho falar um "toca aqui" e o personagem levantar a mão, o lado baby vai tocar, bater ou jogar alguma coisa, como um brinquedo!

– Como sabia disso?

– Apareceu uma pessoa que fez isso! – diz rindo.

Depois de conversarem por mais algum tempinho, o nome dos três foram chamados. Cada um seguiu para uma sala diferente.

A sala que S/a havia entrado, tinha uma mesa em frente a porta, um médico estava sentado ali olhando alguns papéis. Ao lado direito, havia um papel de parede de bichinhos, o que chamou bastante a atenção de S/n. Nesta mesma parede, encostada, havia uma maca um pouco alta.

S/a estava tão entretida vendo todos os bichinhos da parede, que não ouviu o médico a chamando de primeira.

– Senhorita S/n? – ela se virou para o homem de meia idade – sente-se por favor! – disse ao ver que a garota não iria fazer se não falasse.

Ele ficou escrevendo algumas coisas em alguns papéis, mas logo se levantou.

– Bom, vamos começar! Sente na maca por favor – o homem se virou para pegar algumas coisas em um armário, mas quando se virou novamente, viu que a garota continuava parada em frente a maca – Algum problema?

– Da última vez que subi sozinha em uma, eu acabei caindo e quebrando o braço, pode me ajudar pra eu não cair? – pergunta simples, o médico segurou a pequena risada em seus lábios.

Como alguém poderia cair ao subir em uma maca???

O médico ajudou a garota a subir e fez uma consulta normal, viu a pressão da menina, ouviu o coração e pulmões, e tirou uma amostra de sangue para o laboratório.

– Eu já prevejo seu resultado mas ainda tenho muitas dúvidas, então vamos saber agora! – logo uma moça entra na sala com algo na mão – pode colocar Gisele.

A moça se aproxima da maca onde a menina ainda estava sentada, a menina esticou o braço a pedido da mulher. Logo a mesma coloca um aparelho parecido um um relógio no pulso de S/n. A mulher saiu assim fez isso.

Segundos depois o mesmo apita, em sua tela o desenho de um bebê e uma flor apareceram. E os cantos do aparelho ascenderam duas luzes, amarelo ao lado do bebê e branco ao lado da flor.

Esses desenhos e as luzes ficaram ali por exatos dez segundos. S/n sabia o que significa o bebê, seu coração estava disparado. Não podia ser, algo estava errado!

– Tudo bem... – o médico soltou um suspiro – você já está pareada! O que é bom, vamos ver.... – ele digitava algo em seu computador e fez uma feição surpresa – Uou, você está pareda por cinco meninas! É a primeira vez que isso acontece! Você é um dos casos raros, 80% submissa e apenas 20% bab-

Ele vira para encarar a garota mas não encontra ninguém.

– Senhorita S/n? – ele olha para os lados – tudo bem então...

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