Doze malditos dias haviam se passado desde o fatídico dia em que eu tive a brilhante ideia de beijar meus dois melhores amigos.
Spoiler: foi uma péssima ideia
Faziam doze dias que a nossa amizade estava à beira da ruína - e sim, eu estava sendo otimista sobre isso-.
Meu contato com Piquerez era mínimo. Composto por curtas mensagens de texto, apenas para saber "como estavam as coisas". Já o contato com Raphael era quase nulo e inexistente, se não fosse pela mensagem de "conforto", seguida de um versículo bíblico, no dia da audiência de divisão da herança do meu pai.
Herança essa, que foi dividida em partes iguais entre minha irmã e eu.
Minha genitora e a mãe da Paula, além de não comparecerem à audiência, - o que foi um conforto ainda maior- só tiveram direito a permanecerem com seus respectivos imóveis, deixados em seus nomes, pelo meu pai ainda em vida.
Fora isso, minha vida seguia sem grandes emoções, apesar de todo o esforço da minha irmã e de Rafaella para mudarem isso.
- Você com certeza precisa de terapia, quem é que não gosta de sexo ? - Paula perguntou incrédula a minha mais nova revelação
- Eu não gosto - dei de ombros antes de tomar um gole da minha taça de vinho como se aquele não fosse um assunto importante
- Também, pelo que você acabou de contar, só namorou cara babaca - Rafaella rebateu antes de beliscar um pedaço de queijo na tábua de frios, se referindo a breve história sobre os três encontros sexuais completamente frustrantes que eu tive em toda a minha vida. O que explicava os motivos pelo quais eu não gostava e não sentia prazer em fazer sexo
Minha primeira relação sexual foi aos 17 anos de idade, com meu primeiro namorado, Pedro. Namoramos durante o ensino médio quase inteiro e ele também era virgem, o que só piorou a situacao. Ele claramente não sabia o que estava fazendo, mal me tocou, sofreu horrores pra por a camisinha e foi tudo péssimo do começo ao fim. Doeu, sangrou e eu só torci pra que aquela tortura acabasse logo. Acredito que o ato em si, foi tão constrangedor pra ele quanto pra mim, pois nosso relacionamento acabou logo após a nossa primeira noite juntos. Alguns dias depois eu viajei para nova York para estudar e nós nunca mais nos vimos ou nos falamos depois disso.
O 2° foi Brian, meu namorado da faculdade. Nosso relacionamento durou um pouco mais de um ano e a coisa entre nós foi bem mais intensa. Ele foi o primeiro cara com quem eu realmente senti tesão, só de beijar ele eu sentia coisas que nunca senti antes, então segui firme na intenção de ir pra cama com ele - o que eu admito, foi uma grande estupidez da minha parte - Foi tudo uma grande merda, ainda pior que a minha primeira vez, ele foi um grosso - no sentido figurado e no sentido literal da palavra -. E não só me machucou fisicamente, como emocionalmente também e mesmo quando eu pedi pra ele parar, ele não parou. Ainda tive que fazer a caminhada da vergonha, saindo do quarto dele na fraternidade pela manhã e tive que escutar e aceitar piadas durante muito tempo, sobre aquilo. Brian nunca me defendeu, nunca me pediu desculpas e ainda alimentou os boatos de que eu era ruim de cama, afinal, tudo que eu fiz quando ele não parou, foi aceitar e chorar em silêncio até finalmente acabar.
O 3° e não menos frustrante. David, não foi sequer um namorado, não tivemos um relacionamento apesar dele ter me "paquerado" por longos meses até finalmente nos beijarmos pela primeira vez. Era ele quem ocupava o cargo que hoje é Lilian quem exerce no hospital e nós passamos longos meses "flertando" até que finalmente eu decidi "tentar" de novo - outro erro -. Assim como os outros dois, ele não me tocou como eu imaginei que tocaria, não me beijou apaixonadamente e não me fez gozar antes da gente transar de todas as maneiras possíveis. Assim como os dois primeiros, ele também não estava interessado no meu prazer, assim como eles, ele apenas tirou parcialmente a roupa, abriu as minhas pernas e me penetrou de uma só vez, pensando apenas nele mesmo. Mais uma vez eu só esperei que ele terminasse o serviço, assim como os outros e pela última vez eu segui sem sentir prazer, sem sentir desejo, sem sentir as borboletas no estômago, sem sentir nada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Pensamentos Impuros
FanfictionIsabella não pensou que encontraria forças suficientes para seguir a sua vida após o falecimento de seu pai, mas uma amizade inesperada com Raphael Veiga e Joaquim Piquerez acabou devolvendo sua vida aos eixos depois de alguns meses. Ela só não imag...