Acordei assustada quando um barulho vindo da cozinha me fez despertar. Peguei o celular na mesa de cabeceira por um gesto instintivo e vi que eram 11:20 de uma quarta-feira.
Dia em que marta vinha trabalhar aqui em casa.
Desabei no travesseiro novamente, sentindo leves pontadas na minha cabeça e me xinguei mentalmente por ter achado uma boa ideia beber uma garrafa de vinho sozinha depois que os meninos saíram, pouco antes das 22:00 HS da noite.
Quem poderia me julgar, afinal ?
Eu tinha coisas de mais na cabeça e uma adega lotada de vinhos, então, como dizem que o álcool anda com os desajustados, eu acabei me deixando levar.
Levantei da cama decidida a tomar um banho que pudesse clarear a minha mente e milagrosamente curar a minha ressaca no processo.
Depois de sair do banho e estar devidamente vestida com uma calça de moletom e uma regata preta, caminhei em direção a cozinha a passos lentos e preguiçosos.
Morar em São Paulo era estar acostumada com um dia de calor e o outro de chuva. Como era o caso de hoje. Não chegava a estar frio, mas o climinha chuvoso me causava uma imensa vontade de voltar pra debaixo das minhas cobertas imediatamente.
- Bom dia - falei entrando na cozinha e marta deu um pulinho assustada com a minha aparição repentina
- Ui menina - dei risada e depositei um beijo na bochecha dela antes de caminhar a cafeteria
- Bom dia, achei que fosse dormir até um pouco mais tarde hoje, vi a festinha que vocês fizeram ontem - ela disse apontando para as garrafas de cerveja e a de vinho que eu coloquei na caixa apropriada pra vidro pra jogar no lixo
- É, os meninos deram uma passada aqui ontem - comentei enchendo uma xícara com o café fresco que ela havia feito e fui me sentar à mesa
- Ah sim, os jogadores bonitões - suspirou Marta e eu não contive uma risada
Nas poucas vezes que ela topou com Raphael e Piquerez pelo meu apartamento e também no velório do meu pai, ela simplesmente ficou encantada com eles, não só pela aparência como também pela personalidade dos dois. Desde então eram só elogios pra eles.
- E então, alguma novidade ? - ela perguntou me lançando uma piscadinha e eu revirei os olhos
Sem mencionar que ela também era simplesmente obcecada com a ideia que eu deveria namorar um dos dois o mais urgente possível, antes que alguma garota definitivamente mais esperta que eu chegasse primeiro e fisgasse eles - palavras dela, não minhas -.
- Já falei pra você que eles são só meus amigos - ela fez uma careta como sempre fazia quando eu insistia em confirmar isso
- Você é muito boba, isso sim - ela falou retirando alguns potes com frutas cortadas de dentro da geladeira
- Queria eu ter 20 anos a menos, pra ver se eu ia rejeitar dois partidões daqueles - resmungou enquanto colocava as frutas em um copo, acrescentando Danone e granola em seguida. Ela parecia mais estar falando consigo mesma do que necessariamente comigo
Respirei fundo ouvindo ela falar sobre coisas que eu não podia se quer me dar ao luxo de pensar. Essa era uma zona proibida, eu não sabia exatamente porquê, mas sabia que era. Era errado, éramos amigos e eu não podia pensar neles de qualquer outra forma que não fosse essa.
Marta me entregou o copo com as frutas e eu não tive nem tempo de repreendê-la por isso, já que ela continuou tagarelando sobre eles dois sem parar
- E não é só porque eles são bonitos não, nem altos e fortes - ela pareceu divagar por alguns segundos e eu dei risada sentindo uma onda de familiaridade com ela
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Pensamentos Impuros
FanficIsabella não pensou que encontraria forças suficientes para seguir a sua vida após o falecimento de seu pai, mas uma amizade inesperada com Raphael Veiga e Joaquim Piquerez acabou devolvendo sua vida aos eixos depois de alguns meses. Ela só não imag...