Capítulo 80 Sai

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Na França.

          
*Sai on*

Chegamos faz só 1 semana e estou odiando ficar aqui, os primos de Izuna são insuportáveis e Shisui vive tentando me dá boas maneiras.

—— O que é?! —— falo abrindo a porta, vendo Takari e reviro o olho, deixando que entre.

—— Vamos dar uma volta pela cidade, só nós dois.. —— diz e me entrega uma caixa pequena —— espero que goste.

Ele sai fechando a porta e abro a caixa, era um olho artificial e outros tapa olhos pretos com o tecido diferente.

—— Só usarei esse —— pego o que tem um tecido mais macio e o elástico mais discreto —— rum.

Guardo a caixa na gaveta da cabeceira e saio do quarto o vendo esperando do lado dela.

—— Vamos? —— pergunta e só passo por ele, indo para as escadas.

Saímos de casa e ficamos em silêncio até chegamos na cidade, onde ele começou a explicar os lugares.

—— Nessa ponte, foi quando sua mãe me disse que estava grávida de 2 meses —— fala e paramos —— tinha a trazido antes que voltássemos para o Japão.

Sorri bobo com isso, não digo nada, só fico olhando o rio que passa por baixo da gente.

—— Tobirama descobriu e isso a impediu de fugir comigo, a gravidez era de risco e ele achando que seria um bebê forte, a obrigava satisfazer suas vontades... —— se apoia de costas no corrimão —— Aos 7 meses, Izuna foi para o hospital com fortes dores no ventre, os médicos tiveram que fazer uma cesariana as pressas.

Presto atenção em cada palavra, mesmo não olhando-o.

—— Era tão pequeno e indefeso, colocaram você numa incubadora com soros, precisava ganhar peso e terminar de se desenvolver —— sua voz soava mais baixa e de canto, vi que chorava —— no outro dia, disseram que você não tinha sobrevivido. Nos mostraram uma criança que tinha acabado de falecer e como não podíamos o ver antes das 24h, nem notavamos a farsa!!

Ele não segurava mais o choro, respirava fundo e quando conseguiu se acalmar um pouco, voltou a contar o meu suposto nascimento.

—— Tobirama levou sua mãe desolada para casa, disse que iam fazer outro e seria mais delicado com ela! —— bufa —— Ele conseguiu um mandato contra meus cunhados, alegando que era culpa deles, que eram um perigo para o irmão, a única que conseguia a ver era Mikoto... —— olha o céu —— Quase 1 ano depois, conseguimos a libertar daquele inferno, mais a dor sempre esteve no peito.

Sua presença estava mais forte, sentia pelo cheiro sua mágoa e incapacidade de não o ter protegido.

—— Quase 3 anos depois, tivemos Shisui, nosso caçula de 17 anos que age como um adulto de 27! —— ri ao mencionar ele, se não falasse a idade do mala, acharia que tínhamos a mesma idade —— 20 anos visitando um túmulo, sendo que nosso filho estava sendo criado pelo Senju, que deveria estar morto.

Ficamos em silêncio, a brisa da tarde batia nos nossos rostos até que olho as grades do corrimão, tinha um cadeado com as iniciais T+I, suponho ser o deles.

—— Porque está me contando isso? —— pergunto sem  olhá-lo —— O que irá fazer de diferença?

—— Sei que tinha dúvidas, mesmo nos evitando, queria saber o que aconteceu. —— o olho —— Sua mãe já sofreu muito achando que nosso primogênito morreu, a culpa a corroía e agora que descobriu que era tudo mentira, sua dor é a rejeição do filho.

—— E você? Não era doloroso também? —— a pergunta escapa da minha boca, mais não desvio o olhar do seu.

—— Claro que era, e ainda é, Sai! Mas tive que ser forte pelo meu Ômega, dar-lhe apoio e forças todos esses anos, dividindo a dor! —— sua voz era firme assim como seu olhar —— Sofro com sua negligência como todo pai!

Mais um silêncio entre nós, o som do rio e os passos das pessoas eram o único som do local.

—— Não posso simplesmente aceitá-los. Fui criado odiando todos vocês! —— finalmente falo, sua atenção só em mim —— Meu irmão foi morto pelo Sasuke e o Ômega que sempre amei em silêncio é dele! —— fecho meus punhos com força —— Meus sentimentos estão em um conflitos! Minha cabeça está quase explodindo e o meu coração destruído!!!

Digo alto e meu olho se arregala quando sinto seus braços me circularem, minha testa em seu ombro e seu queixo no meu.

—— Não quero que nos chame de pai, só quero que dê uma chance para nós e se permita viver por si só! —— diz me apertando —— Guarde as boas memórias deles, não precisa os esquecer e nem perdoar seu primo, mais não se afunde na amargura.

Sua voz era calma e gentil, seu aperto confortável e o cheiro de cravos era relaxante e afetivo, além de paternal.

—— Não está sozinho, meu filhote... —— sussurra, sua voz repleta de carinho —— Nunca deixamos de te amar e esperaremos o tempo que for preciso, mas não desistiremos de você!

Lentamente o abraço e escondo meu rosto em seu ombro, sentindo sua camisa molhada e meu rosto grudando, estava chorando e nem tinha percebido.

"Viverei por nós, Shin. Serei diferente que o nosso pai! Espero não desaponta-lo..."

          

Só meu Ômega!/Sasunaru Onde histórias criam vida. Descubra agora