Uma provável madrugada falsa [PT-BR ver.]

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Tic...tac...tic...tac...tic...tac...tic...tac...tic...tac...

O relógio na parede daquele lugar acabado cantava. Uma adulta andrógeno de 22 anos com cabelos aparentemente azuis e curtos com uma presilha prata em seu cabelo estava sentada em uma cadeira, apoiando seus braços em uma mesa de carpintaria e olhando diretamente para um bloco de notas com vários desenhos e cálculos matemáticos. Ela encostava a caneta que segurava em seus lábios, tentando pensar numa solução para aquele objeto em que tanto persistia...
Nada vinha na cabeça, até agora, nenhuma solução.
Então, ela decidiu descansar e comer por ali. Talvez em uma outra hora ela consiga o que realmente queria...
Se levantou e podia-se notar um cenário sujo e desgastado, como se aquele lugar estivesse a muito tempo ali. As cores eram em tons de marrons, amarelos, laranjas e pretos, dificultando saber qual cor é qual. Em volta, tinha múltiplos instrumentos de auxílio como furadeiras, chaves de fenda, macacos jacarés para levantar veículos como carros, entre muitos outros. Lá existiam diversas peças de vários tipos e tamanhos, estantes cheias de parafusos e coisas como óleo, graxa e gasolina. Atrás da garota de cabelos azuis, continha um carro com uma cor semelhante a verde, mas que tinha partes corroídas, deixando algumas cores vivas, agora, brancas. A mecânica dirigiu-se à porta vermelha que se encontrava do outro lado da sucata e a abriu, mudando para um cenário mais agradável e suculento para os seus olhos... o estoque. O teto e o chão eram feitos de tábuas de madeira com paredes um tanto que corroídas, mas dava para perceber que era branca. Dirigiu-se a uma escada do lado direito do armazém e subiu, passando por alguns corredores e uma sala de estar até chegar a uma porta, desta vez branca, abrindo-a apenas por uma fresta e colocando a cabeça dentro da porta.

"Nijikaaaa...~" Falou suavemente como se ela quisesse pedir algo.

"Mrrrrmmmmh...O que você quer..." Murmurrou a tal chamada "Nijika", que no momento estava deitada em sua cama coberta por seu lençol.

"Tô com fome, vai fazer miojo."
A garota de cabelos loiros que no momento estavam soltos olhou para a de cabelos azuis com uma face de raiva e choque, tudo ao mesmo tempo. Se sentou na cama e pegou seus óculos redondos que estavam em sua mesa de cabeceira ao seu lado, colocando em sua face.

"Cê' tá de brincadeira com minha cara." Falou com uma voz de indignação.

"Não estou, vai fazer miojo."

"Yamada, são..." Falou olhando rapidamente para seu celular para saber o horário atual. "3 e meia da manhã! Onde é que você tá com a cabeça?! Acha que eu sou sua empregada?!" 

"A casa é sua." Yamada respondeu com neutralidade.

"Isso não quer dizer que eu deva fazer comida pra você sua paspalha! Você já não era pra ter dormido?!"

"Sem sono."

"Quantas vezes eu tenho que te falar pra quando cê' ficar sem sono você tomar o remédio pra dormir..." Falou Nijika suspirando, colocando seu dedo indicador e polegar em sua própria testa.

"Tenho coisa mais produtiva para fazer do que ir dormir."

"Então amanhã você vai acordar que nem um guaxinim! Boa noite!" Se deitou novamente para dormir, virando seu corpo para o lado.

"Nijikaaaa...~" Falou novamente com aquela voz de pedinte com fome, até que a barriga de Yamada realmente ronca, o que acaba deixando a loira com coração um pouco mais mole.

"Mmrrrgggg...tá bom tá bom o que eu não faço pra você, não é?!" Pôs seus óculos novamente e se levantou da cama, afastando seu lençol para o lado. Por consequência, podia-se perceber que sua perna direita estava faltando...na forma mais literal possível. Ela se arrastou até a borda da cama e encaixou o cotoco de perna em uma perna mecânica que estava ao lado de sua cama, movendo-a um pouco para saber se estava funcionando. Nijika se levantou com uma face irritada e cabelos levemente bagunçados, foi até Yamada e abriu a porta de seu quarto por completo. Desta forma, a mecânica conseguiu o que queria. Parecia que aquilo não era novidade para a garota-dorito...mas enfim. Lá estava ela, fazendo um macarrão instantâneo para sua amiga de infância...ela não sabe se sente vexame ou raiva dela, mas é isto: Nijika colocou a tigela quentinha na mesa e cruzou seus braços, andando para fora da cozinha.

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⏰ Last updated: Feb 14 ⏰

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