A carta

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A manhã caía sobre a mansão ancestral de Lysander, mergulhando os corredores em sombras dançantes. Uma leve brisa soprava pelas cortinas, trazendo consigo uma melodia suave. Recostado na poltrona de veludo na biblioteca, de repente, sentiu uma pontada de inquietação. Seu olhar desviou-se para a sala de jantar.

A carta! A lembrança da carta deixada inadvertidamente em cima da mesa o atingiu como uma epifania. Com passos decididos, ele se dirigiu à sala de jantar, onde a luz tênue das velas revelava a superfície polida da mesa. A carta, com o selo de cera vermelha da família já rompido estava lá, esperando por sua atenção.

Ao desdobrar o papel, as palavras cuidadosamente escritas pelo tio Theodor Grimshaw ganharam vida. A caligrafia elegante revelava notícias que prenderam a respiração de Lysander. Seu tio, homem de negócios respeitado, anunciava seu retorno na primavera. O chá agendado trazia consigo a promessa de discussões sobre novos terrenos adquiridos e ofertas generosas.

Entretanto, a notícia mais impactante residiu nas entrelinhas. O compromisso de Lysander com uma dama da cidade estava prestes a se concretizar. Seu coração pulsava mais rápido ao imaginar os eventos que se desdobrariam na cidade, sua noiva aguardando-o com expectativa. A mistura de ansiedade e antecipação o envolveu, lançando-o em um turbilhão de pensamentos sobre o que o destino lhe reservava.

Com a carta em mãos, ele absorveu cada palavra, sentindo o peso das responsabilidades que o aguardavam na família, O chá com o tio Theodor agora não era apenas um encontro social; era um marco crucial em sua jornada rumo a um futuro delineado por expectativas familiares e compromissos iminentes.

Lysander fechou os olhos por um momento, afastando pensamentos conflitantes que ameaçavam se infiltrar em sua mente. Em um gesto de determinação, ele decidiu encarar seu futuro com pragmatismo. O casamento, via seus olhos, não era apenas uma união romântica, mas uma aliança estratégica destinada a fortalecer os laços entre as respeitáveis famílias Grimshaw e aquela à qual sua noiva pertencia.

Ele vislumbrou os salões iluminados e os eventos sociais onde a aliança seria celebrada, consolidando relações comerciais e políticas. Em sua mente, o casamento tornou-se uma extensão das responsabilidades que ele sempre soubera que recairiam sobre seus ombros. A noiva, por enquanto uma figura vaga, era mais uma peça nesse intricado tabuleiro de obrigações familiares.

Ao ignorar seus sentimentos mais íntimos, Lysander convenceu-se de que seu coração, por mais inquieto que pudesse estar, não deveria interferir no cumprimento de seu dever. A estabilidade da família Grimshaw dependia disso, e ele estava disposto a sacrificar suas emoções pessoais em prol do bem maior.

A ideia de um casamento arranjado transformou-se, então, em um compromisso sólido e inabalável. A noiva escolhida, ainda um mistério, seria aceita como parte integrante do seu destino. Com a determinação de um Grimshaw, Lysander aceitou a responsabilidade iminente, pronto para cumprir o papel que a sociedade e sua linhagem lhe reservavam.

Enquanto Lysander se envolvia cada vez mais nos preparativos do iminente casamento arranjado, um lampejo indesejado da imagem da misteriosa dama nua no lago cruzou sua mente. Um arrepio percorreu sua espinha, e por um breve momento, as responsabilidades que o prendiam foram eclipsadas pela memória sedutora.

A lembrança do corpo delicado mergulhando nas águas cristalinas desencadeou uma chama de desejo que parecia incontrolável. O murmúrio da agua passeando em seus seios, como um convite tentador.

A culpa o invadiu quase que imediatamente, como uma maré avassaladora. As responsabilidades familiares e as promessas feitas ameaçaram sufocar aquele desejo fugaz.

Lysander sentiu um arrepio percorrer sua espinha à medida que a imagem da dama do lago se entrelaçava com seus pensamentos. O peso da culpa pairava sobre ele como uma sombra, mas seu corpo não pôde ignorar.

Enquanto sua mente lutava para suprimir os pensamentos proibidos, seu membro, traiçoeiramente, despertou sob a tensão contida da calça. A pulsação irregular ecoava na sinfonia de mil pensamentos obscuros que tumultuavam sua mente. condenando-se por sua fraqueza momentânea, cerrava os punhos enquanto o conflito interno se manifestava fisicamente.

O salão silencioso da mansão Grimshaw tornou-se um palco para essa batalha interna, onde os suspiros reprimidos e as imagens inapropriadas desafiavam a fachada de um herdeiro respeitável. O tecido da calça, agora testemunha involuntária, registrava a resposta visceral do corpo de Lysander às fantasias que, por um breve momento, eclipsaram as amarras do compromisso.

Em um momento de rendição, Lysander sucumbiu às forças irresistíveis do desejo. Em um acesso impulsivo, suas mãos traçaram caminhos ousados pelo próprio corpo, desafiando as amarras da razão e da moral que o prendiam. A textura áspera do tecido da calça contrastava com a suavidade da pele, enquanto cada toque era uma transgressão audaciosa contra as expectativas impostas a ele.

Os suspiros escapavam de seus lábios involuntariamente, uma sinfonia de prazer e culpa ecoando no silêncio da sala. Cada suspiro tornou-se uma confissão silenciosa de um prazer há muito adiado.

Enquanto desabotoava suas roupas, sentia um lampejo profundo em sua alma, a visão da dama que ele reprimia, soltou-se como uma tempestade forte em um dia de verão, ele a queria ter.

Enquanto empunhava seu membro, as memórias da dama no lago cada vez pareciam mais fantasiosas, seu corpo largo e moldado, seus cabelos negros, a água rodando entre seus seios o fazia gemer ferozmente.

Em um ápice de prazer, Lysander solta toda sua energia guardada durante meses, enevoado com a visão da dama em seus braços nua sendo devorada como uma torta suculenta.

Após a intensa turbulência de emoções e desejos, Lysander, exausto, buscou refúgio na poltrona da sala de estudos. A cadeira oferecia-lhe um momento de solenidade, enquanto ele tentava recuperar o controle sobre sua respiração acelerada. O cansaço físico e mental se manifestava, como se as ondas de excitação tivessem drenado suas energias.

Enquanto a serenidade da sala o envolvia, Lysander, com um suspiro profundo, recobrou a consciência do que havia feito. O olhar perdido nas estantes de livros, ele escolheu momentaneamente ignorar o sentimento de culpa que começava a surgir. O dever e as responsabilidades esperavam por ele, e a paixão momentânea precisava ser selada em um compartimento escuro de sua mente.

Com a postura meticulosamente restaurada, ele se ergueu da cadeira, decidido a retornar aos afazeres diários. Os murmúrios das responsabilidades ecoavam em sua mente, superando o sussurro dos desejos fugazes. como um homem de família, sabia que o futuro estava repleto de compromissos inescapáveis.

Lysander, ainda reajustando suas roupas com a compostura de quem procura esconder vestígios de impulsos indomáveis, foi surpreendido por um sutil barulho próximo à porta da sala de estudos. Seu coração pulsou por um instante, fazendo-o recuar diante da possibilidade de ter sido observado.

Com a voz firme, ele indagou: "Quem está aí?" No entanto, apenas o silêncio respondeu. O som anterior, como se algo tivesse sido inadvertidamente esbarrado, permaneceu sem explicação.

Após um momento de tensão,decidindo não se deixar abalar pelo inesperado, levantou-se da cadeira. Ignorando a intriga momentânea, ele retomou seu caminho até a porta, deslizando-a suavemente para o lado.

A penumbra do corredor contrastava com a iluminação suave da biblioteca, mas nenhum sinal de intruso se revelou. Lysander lançou um olhar cauteloso ao seu redor, mas não encontrou nada que explicasse o ruído anterior. Sacudindo ligeiramente a cabeça para afastar a perplexidade, ele retornou à sua mesa.

Agora, imerso novamente na tarefa de escrever documentos e fazer contagens, focou-se nos afazeres diários que exigiam sua atenção. Contudo, um resíduo de apreensão persistiu no ar.

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⏰ Última atualização: Feb 14 ⏰

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