Capítulo 9

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— Puta que pariu — Sadrék saca seu fuzil a laser enquanto encara os céus. Mandíbula enrijecida, sobrancelhas franzidas. — Como esses merdas conseguiram passar pelo campo de força?

Ráji, — Drárry explica: — por algum motivo desconhecido o campo de força estava desativado. Busquei em minha rede de dados probabilidades do campo ter-se desativado involuntariamente, porém esse número é muito baixo, cerca de 2%.

— Quando acabarmos aqui, faça uma investigação sobre as movimentações na torre de controle dos portos de espaçonaves. Se descobrir alguma irregularidade, me comunique imediatamente.

— Certo, ráji.

Sem necessidade de um comando prévio, centenas de naves do exército de Sadrék decolam em direção ao enorme veículo espacial. Uma nuvem de naves se forma no céu. Alguns poucos minutos depois, Sadrék recebe uma ligação. Ele vê sua pulseira no pulso direito piscar e clica para que a imagem holográfica de Elebi — comandante do exército, uma mulher de 30 anos e de cabelo azul, que interrogou Bianca anteriormente — se forme flutuando sobre o objeto de metal.

— Elebi! O que está acontecendo aí em cima? Me dê informações.

Ráji, a Úrsula, viúva do Eric, falecido Líder Terrestre, entrou em contato com a gente. Ela está pedindo que a gente entregue a sua afilhada, a Bianca. Ela ainda ameaçou abrir fogo contra o acampamento caso negássemos o seu pedido.

— Se é só isso que ela quer, então entregamos a garota.

— Eu não posso ir com ela! — Sadrék se depara com Bianca ao seu lado, contestando sua decisão. Seus olhos estão arregalados. — Se fizer isso, ela me culpará pela morte do meu pai e o plano que ele tinha de acabar com a exploração de outros planetas vai cair por água abaixo.

Sadrék coça o queixo, encarando a jovem, mas com um olhar distante.

— A garota tem razão — Sadrék é desperto pela voz de Elebi no comunicador holográfico. — Pense bem, ráji: a intenção de Eric era usar a influência que tinha para conseguir derrubar um império gigantesco que ele mesmo criou. E qual seria a melhor pessoa para representar Eric senão sua própria afilhada, que foi criada por ele desde criança? Não podemos entregá-la assim.

— Ok, mas quem não me garante que ela sabia exatamente o que estava fazendo quando matou o padrinho dela? Ela pode muito bem estar dissimulando pra nos manipular e estragar tudo.

— Eu não matei o meu padrinho! — grita Bianca. Ela chega a estar ofegante. Seus olhos se enchendo de lágrimas. — Eu sei que vocês estão numa posição difícil. Infelizmente eu não tenho como provar que sou inocente. A única coisa que eu tenho é o vídeo com as coisas que meu padrinho revelou, mas só isso não prova nada, porque ele pode muito bem ter confiado em mim e eu ter escolhido trair ele. Mas eu imploro: por favor, me deixem ficar e ajudar vocês. Vocês podem até me tratar como uma prisioneira, se não conseguem me ver como aliada. Mas, por favor, só não me entreguem pra Úrsula, senão todo o risco que eu corri vindo aqui terá sido em vão. Mais do que isso, todo o risco que o meu padrinho correu até aqui terá sido em vão.

Silêncio.

— Não temos escolha, ráji — opina Elebi. — Não podemos deixar que levem ela. Se esse pessoal leva ela daqui, corremos o risco de perder uma possível grande aliada.

Sadrék suspira e passa a mão no rosto. Ele encara Bianca por alguns segundos e então dá a seguinte ordem:

— Abram fogo! Eu vou arranjar um jeito de proteger o acampamento e a garota.

Sadrék então encerra a chamada, segura Bianca pelo braço e dá as costas para o acampamento. Ele entra numa cabana enorme atrás dele, a maior cabana do acampamento, e faz uma busca rápida por armas.

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⏰ Última atualização: Mar 11 ⏰

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