Prólogo

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Sangue, sangue, sangue!

Tudo que pôde ver ao redor era uma poça líquida em carmesim sujando seu vestido. A visão fazia seu peito se apertar em dor quase impedindo o ar de entrar em seus pulmões.

—Sakura...

A voz de seu pai fez ela desviar o olhar para ele.

—Sakura, escute...- ele tosse, mais sangue jorra de sua boca por conta do ferimento na barriga.- É difícil dizer isso mas... você terá que seguir sem mim...

Sakura passa as mãos pelo peito de seu pai tremendo em nervosismo, lágrimas angustiantes desciam pelo rosto não conseguindo segurá-las. Ele via o sofrimento de sua filha na sua frente, jamais pensou que a veria assim. Doía, doía muito.

Queria conforta lá como sempre fez, nem que seja a última vez...

—Pai... não se esforce tanto. A ajuda chegará logo, aguente mais um pouco!- disse alternando os olhos entre seu pai e o sangue.–POR FAVOR ALGUÉM AJUDE ELE, ELE ESTÁ MORRENDO!!!

Gritou para os homens parados ao seu redor mas nenhum pôs a se mexer um músculo.

Sua voz sumia em meio ao choro. –Fica comigo, eu imploro!

No desespero, ela agarra suas mãos com toda a força e se debruça sobre o corpo. Olhou para a espada cravada em sua barriga, profunda demais para ser retirada. Estava com medo, com muito medo, sua única fonte de consolo estava indo embora diante dos seus olhos, sua única família! Não, não podia ir. Vendo o sangue quente nas mãos, tudo ao redor começou a borrar e se tornar um breu, mas ela sabia que não podia. Não queria se entregar aquela escuridão, não diante do seu pai. De mãos dadas, ele apertou a mão dela chamando sua atenção.

—Eu fiz o que pude para te proteger... – com a voz fraca fez um grande esforço para continuar.- Seja forte, Sakura... - disse num sussurro fechando seus pequenos olhos deixando uma lágrimas escapar.

—Eu te amo...

E ali cessou tudo. Suas forças, seu suspiro, apenas deixando o corpo vazio e sem vida.

–Pai?

Ficou imóvel com o ar preso nos pulmões, esperou ele se mover, mas nada acontece. Ela aperta as mãos dele na tentativa que ele reaja mais uma vez, e para sua tristeza, nada acontece.

—Pai, acorda por favor! Não vai embora, fica comigo!

Dessa vez não há como evitar, lágrimas saem em disparada sem poder contê-las, seu pai já estava morto. O desespero tomou conta de si.

— PAI!! PAPAAIII!!!

Seu choro atravessou o quarto enquanto uma angústia desesperada crescia cada vez mais, Sasuke assistia toda a cena junto com seu irmão e fiel general Itachi, aparentemente inexpressivos. Após algum tempo observando, Sasuke se aproxima e arranca a espada do corpo de seu rei sem piedade

—Não adianta, Sakura. - Ele pronuncia com frieza ficando atrás dela, Sasuke limpa sua espada em um leve carinho com um lenço.- Ele está morto.

Ele fala tão naturalmente que parece até que ele esquece a quem se refere. Sakura sentiu que aquelas palavras não podiam ser pronunciadas dessa forma, ele não poderia estar morto. Era o seu pai, o imperador do Fogo. Seu país precisava dele.

Virou desacreditada para ele ainda processando a gravidade de suas palavras. Seu rosto inchado pelo choro demonstrou o quão confusa ela estava por seu amado ter feito isso com ela.

Teria entrado naquele quarto no intuito de conversar com o seu pai, convencê-lo pelo casamento em que tanto sonhará desde a infância, porém ele não permitiu. Sakura não aceitou aquela negação, iria insistir até conseguir o que queria. No entanto, chegou tarde demais e se deparou com o pior dos pesadelos.

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