Feng Xin é um idiota, e isso é um fato.
O céu é azul. O dia tem vinte e quatro horas. O Sol é quente. Feng Xin é idiota. Mu Qing ama o seu idiota.
(Ama tanto que chega a ser vergonhoso, na verdade.)
Mas, apesar de estar ciente da condição do marido, ele sempre acabava se surpreendendo com os desdobramentos de tal idiotice.
Naquele dia, não foi diferente.
— Amor, olha o seu whats.
Uma notificação pulou na tela do celular. O moreno levantou os olhos lentamente, observando o marido com desconfiança. Este que apenas tamborilava os dedos sobre o próprio aparelho, a expressão ansiosa e animada.
— É um áudio de gemido estourado?
— O que- NÃO! — Franziu o cenho, indignado, — Não é, não, porra! Confia em mim!
Levantou uma sobrancelha, desconfiado, mas acatou ao pedido.
Em seu chat com o marido, havia um vídeo curtinho. A capa dele não revelava em nada o conteúdo. Suspirou, ajeitando-se sobre a cama antes de dar play.
[Ai lóvi iu tumate]
Um clipe curtinho do casal apareceu, emoldurado por milhares de coraçõezinhos cor-de-rosa. Nele, eles fizeram a trend de desenhar metade de um coração no rosto e transferi-lo para a bochecha do parceiro, formando um coração completo. Feng Xin estava risonho e radiante e Mu Qing deixou um de seus sorrisinhos apaixonados escapar, o amor entre eles palpável mesmo numa cena tão curta.
[Ai lóvi seu corpinho]
Seguiu-se com uma foto do moreno de calção de banho, passando protetor solar de frente para o espelho. O ângulo não era bem o dos melhores, então o registro saiu estranho apesar de muitíssimo adorável.
[Ai lóvi seu umbiguinho]
Agora, o moreno estava capotado de sono no sofá, e havia um gatinho desenhado com pasta de dente em sua barriga. O nariz do gato era justamente o umbigo da vítima.
[Ai lóvi seus pézinho]
A foto mostrou os pés de Mu Qing. Daquele ângulo, dava para notar que o dono deles estava distraído, lendo um livro. A câmera focou na pintinha bem na sola do pé direito que ele tinha, e em como eles pareciam dois pãezinhos fofinhos e deliciosos, gostosos de morder.
[Ai lóvi seus cabelinho]
Um Mu Qing de frente para o espelho do cabeleireiro, com o cabelo todo repartido e preso por piranhas coloridas, saltou na tela. Aquela era a fase em que o profissional humilha o cliente antes de ajeita-lo. Feng Xin estava junto, beijando a bochecha alheia com vontade. A derme pálida estava tingida de carmim. A foto pareceu bem recente.
[Ai lóvi seus pescocinho]
Um zoom foi dado numa foto do casal, colocando as marcas de mordidas no pescoço do moreno em evidência.
[Endi ai lóvi seu buchinho]
A foto final foi de um Mu Qing só de cueca, comendo sushi no sofá, sua barriguinha inchada em toda a sua glória.
O vídeo terminou com um gif de um gatinho mordendo alguém com a maior gana do mundo.
O moreno encarou ao próprio reflexo na tela do celular por um ou quinze segundos, enrubescendo desde a raiz do cabelo. Engoliu com dificuldade antes de virar-se novamente para o marido. Encontrou uma expressão preocupada.
— Você não gostou?
Comprimiu os lábios. Escolheu as palavras com cuidado antes de questionar:
— Você gosta mesmo de mim nessas fotos? Mesmo- mesmo com a esquisitisse e ... e comigo engordando ultimamente?
Feng Xin abriu um sorriso muito, muito doce. Ele tomou o celular de sua mão, deixando-o sobre a mesa-de-cabeceira antes de sentar sobre seu colo.
— Eu te amo quando você 'tá todo arrumadinho. — Percorreu o peito do marido com as mãos, o toque leve feito uma pluma. — Mas eu também te amo quando você é "esquisito". — Enfiou as mãos por baixo da camiseta alheia. — E eu sou completamente apaixonado por cada milímetro do seu corpo, meu Amor. Inclusive a sua barriguinha gostosa de apertar.
O moreno já estremecera com a proximidade repentina. Agora, com mãos bobas e quentes deslizando por sua derme meio fria, o suspiro foi-lhe inevitável.
Obsidiana buscou o mel. Seu pulso já acelerado engatou de vez. Sorriu sacana.
— Essa deve ter sido a coisa mais gay que você já disse.
— Eu acho que a coisa mais gay que eu já disse foi "eu te amo, meu Amor, casa comigo?". — Levantou a sobrancelha. — E daí você falou algo mais gay ainda. — Inclinou-se, aproximando bastante do rosto alheio para sussurrar: — "Eu aceito".
A derme pálida agora estava carmim de vergonha, mas Mu Qing não seria Mu Qing sem uma resposta afiada:
— Você começou com toda essa viadagem. Assuma a responsabilidade pelos seus atos, A-Xin.
— Oh, não. — Ambas sobrancelhas levantaram mais. — Que consequências me esperam?
O sorriso do moreno alargou-se mais e mais. Tomou impulso e inverteu suas posições, ficando por cima do marido. Espalmou as mãos sobre o colchão, prendendo-o no lugar. Por fim, baixou o tronco, deitando-se contra o marido, o próprio nariz roçando no do outro. Ouviu-o engolir em seco.
— Você casou com um homem carente e ciumento, A-Xin. — Praticamente ronronou, roçando seu nariz na bochecha dele até chegar em sua orelha. — Não acha que o seu marido precisa de um pouquinho de atenção?
Devido à proximidade, sentiu o arrepio que percorreu o corpo do marido no próprio corpo. Soltou uma risadinha maldosa e mordeu o lóbulo ao seu alcance.
— Praguinha linda.
Mãos grandes e quentes tocaram sua coxa direita e suas costas por debaixo da camiseta. Riu-se, largando a orelha para abocanhar a pele logo abaixo da mandíbula do marido. Ganhou um suspiro trêmulo.
— Ba-ba-ca.
O marido babaca fez questão de deixar muitíssimo claro o quanto ele amava cada centímetro do corpo da praga linda que tinha entre os braços.
No dia seguinte, os alunos do campo de arquearia estranharam bastante a gola alta que Feng Xin usava. Ainda mais quando Pei Ming fez algum comentário estranho sobre isso e o professor quase agrediu-o.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Barriguinha e Gordurinhas
FanficMu Qing engordou. Agora que ele tem gordurinhas e uma barriguinha, e Feng Xin não podia estar mais feliz. [ALERTA DE GATILHO: MENÇÕES A DISTÚRBIOS ALIMENTARES E INSEGURANÇA ALIMENTAR!]