Our Light Is Gone | JENSOO

12 de abril, flores azuis

Jennie Kim Pov.

12 de abril, o dia que me senti ao seu lado pela última vez, ele era lindo, parecia um bonequinho, o mais lindo entre todos do mundo. Ele havia resistido por dois minutos, foi tão forte, ele sentia que queria mas não poderia. Em uma falência de órgãos tudo parou, ele não suportou, ela perdeu muito sangue.

Acho que até o momento ele foi a pessoinha mais forte do mundo juntamente da Jisoo. Quando o vimos pela primeira vez foi amor a primeira e a todas as vistas, o meu pequeno havia ido embora, mas em meu coração sempre estará o seu lindo rostinho tão angelical e em paz.

Assim que o enterro acabou eu e a Jisoo ficamos no local por um longo tempo. Ela não saía dos meus braços, eu conseguia sentir o seu peito acelerado nas suas lágrimas tão dolorosas e intensas.

Não foi basicamente um enterro, o seu corpo foi cremado então espelhamos as cinzas por um local do cemitério, porém, ele teve tudo que merecia, os seus avós, as suas tias e as suas mamães que o amam tanto.

Deixamos o local repleto de flores azuis, as minhas preferidas, quem as escolheu foi a Jisoo. Ontem eu estava falando com os meus amigos, brincando e rindo sobre o fato de eles terem a presenteado com tantas flores e hoje... Fizeram isso pelo meu pequeno, um gesto tão lindo e delicado.

- Você quer falar alguma coisa antes de ir?. - Perguntei a Jisoo que se afastou do abraço e se aproximou um pouco mais do local.

- Eu realmente não estou em condições para ficar aqui por horas falando o que o meu coração está sentindo agora, mas eu sinto que ele merece, por ter sido tão forte por nós. - Eu não pouparia lágrimas ao escutá-la, estávamos nós duas, apenas nós duas ali. - A um dia estávamos falando sobre aumentar o seu guarda roupa porque estava ficando pequeno e agora estamos aqui. - Ela parou por um momento, segurando o choro descompensado. - Eu nunca senti um amor igual a esse, não pudemos nos conhecer, eu não te segurei no colo e encarei os seus olhos brilhantes, eu não vi você dizer a primeira palavra, não o vi dar o primeiro passo e também não passamos pelo momento de qual duas você chamaria de mamãe primeiro por mais que todos achassem que seria para as duas ao mesmo tempo. - Eu havia soltado uma pequena risada e Jisoo também.

- Não o vimos crescer e alcançar os seus sonhos, não vi a sua mãe reclamar porque a sua professora não é tão boa quanto ela. - Me aproximei me apoiando em seu braço. - Enfim, é estranho ainda sentir que essa seria a nossa realidade, noites sem dormir e tudo mais que dizem, mas eu quero deixar todo o meu coração com você, todas as nossas risadas e surtos durante a gravidez, todos os meus desejos e os nossos maiores sonhos durante as madrugadas, eu te amo meu pequeno, você é a nossa melhor e única parte, para sempre.

Ela voltou a chorar, deitando por cima da minha cabeça em seu ombro.

- Mesmo com a sua vinda tão rápida eu senti o meu coração se acelerar sabendo que por dois minutos você respirou e tentou, Dylan, sabe como essa nome foi escolhido? Assim que eu e a sua mãe nos conhecemos, duas bêbadas que no primeiro encontro decidiram ter um filho. Você foi a criança mais esperada e amada que esse mundo poderia ter, por anos e anos, desde o momento que vi a sua mãe, sabia que você viria com ela e você veio, seis anos depois. Dois minutos para mim, por mais que não tenha visto o seu rosto, por mais que não tenha segurado a sua mãozinha, foi o suficiente para sabermos que você tentou, obrigada por isso filho, eu te amo, e esse amor nunca vai desaparecer. - Engoli a seco e as lágrimas descompensas pairavam no meu rosto.

- Eu não quero ir. - Jisoo falou em meio as lágrimas e meu rosto se apertou. - Eu queria ficar com ele.

- Por que isso teve que acontecer com a gente?. - Compartilhamos da mesma dor, eu me sinto sufocada nela, não tenho tempo para respirar ou correr disso, eu queria o meu filho nos meus braços, eu morreria para ele estar aqui agora. - Temos que ir, você precisa voltar para o hospital.