parte 1.1

21 4 1
                                    

O último dia de todos nós

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O último dia de todos nós.

Maio de 1998.

07:59

"Seu filho terá o gostinho do que é estudar num campus universitário aqui na Dohwan High, a escola de luxo que prepara seus descendentes para o futuro. Desperte o Einstein que há dentro-"

A propaganda da escola foi interrompida por uma interferência no rádio. Com as mãos enterradas nos bolsos da jaqueta, Seonghwa observa o novo panfleto no mural de avisos. Na foto, ele e Hyunjin, cuidadosamente vestidos com seus uniformes perfeitos e com rostos bonitos e simétricos, estampam a propaganda de alunos exemplares. Apenas pelo prazer da aparência. Dois Protótipos Perfeitos para a Escola Perfeita, nem sequer um botão do blazer fora da casinha.

Um chiclete estalou preguiçosamente nos lábios de Park Seonghwa. Ele tinha os olhos caídos, se eram de tédio ou de sono, ninguém saberia dizer. Era bonito para caralho além de ser o filho do diretor.

"Dohwan High é a escola que seu filho precisa" Seonghwa lê o slogan.

Hyunjin chuta o bebedouro pela segunda vez, ecoando um som metálico. A coisa tremelica e cospe dois jatos de água antes de pifar completamente. Seonghwa ri com a língua entre os dentes.

"Disseram que a água voltaria hoje... para o inferno com isso," cospe Hyunjin. Ele estende a garrafa com água pela metade que conseguiu antes do bebedouro quebrar e Seonghwa dá uns goles.

"Voltou, mas está bem fraca."

"Seu pai tem noção do quanto pesa essa mensalidade? E olha que eu sou bolsista." Hyunjin comprime os lábios em deboche. "Deveria servir Pepsi em cada torneira, até na descarga!"

Seonghwa ri bufado, ele gosta do jeito seco de Hyunjin, mas odeia Pepsi.

"Então não seria uma escola, seria o inferno."

Hyunjin faz uma careta. Teria bebido a água — seu único objetivo naquela manhã —, se não fosse um esbarrão ter o impedido de completar a ação. Ele olha para a frente e fuzila Lee Sangyeon, que dá de ombros, faz uma manobra em seu skate e continua pelo corredor. A garrafa foi derrubada, espatifou no chão e molhou o piso bem polido. Era sua garrafa favorita, um presente de Minho! Hyunjin rosna e sai andando.

"Quem você acha que será o próximo garoto propaganda da Dohwan? O idiota do Lee Minho? Ele ficou popular nesses últimos meses." Seonghwa diz enquanto segue Hyunjin pela escola, sem dar a mínima para o que aconteceu.

"Ei, não fale assim do Minho. Entre nós três, ele é o único que merece popularidade de verdade. Não é fácil carregar nas costas aquelas batatas que chamamos de time. Você é só filho do diretor e eu sou só um rostinho bonito."

Seonghwa para com Hyunjin na porta da turma terceiranista 4, a última do corredor, ou seja, ele não tem necessidade alguma de estar ali, já que participa da 1 e passou da entrada. Queria alguma coisa e o sorriso ladino de Hyunjin fica ansioso para descobrir o que era, por isso ele chega mais perto.

Amizade, cérebros e pandemôniosOnde histórias criam vida. Descubra agora