capítulo 16

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Indico ouvir a música enquanto lê 😉

Passei o dia todo morrendo de raiva de mim mesma. Raiva por ter acreditado nela. Raiva. Ódio! RAIVA e principalmente tristeza... Quando eu a vi aos beijos com a mulher daquele fazendeiro, dentro da baia, a minha vontade era separar as duas e encher a cara da Sarocha de tapas.

"Puta merda, Becky, só você mesmo para achar que poderia ser suficiente para ela. Uma mulher acostumada a ter todas as garotas mais bonitas do mundo aos seus pés! Pelo que falam por aí, ela não se apega!".

O pior de tudo é que a cretina ainda quis me cumprimentar como se nada tivesse acontecido. Sai do seu abraço como se ela fosse aquele tio que a gente só encontra em festa de familia e que se acha o engraçadão. Aquele tio do "pave ou pacume".

Durante todo o dia ela continuava a me olhar e a mandar mensagens. Eu consegui fugir sempre. Vovó me perguntou o que eu tinha e eu respondi que era apenas dor de cabeça. Logicamente dona Carolina me olhou com aquela cara de sabe-tudo, mas deixou por isso mesmo. Na festa, Ramiro me tirou para dançar porque tia Zefa teve que abrir a boca e contar que eu fiz dança por dez anos. Eu realmente amo dançar, mas nas apresentações sempre dava um jeito de fingir uma lesão e ficar bem atrás. Meus professores nunca. entendiam como eu era tão azarada. Ainda lembro a primeira vez em que me apresentei e dona Maria Luiza chegou e disse: "Rebecca, minha filha, nem tirei fotos! Como iria mostrar para as minhas amigas que a minhas filha parecia uma linguiça bock vestida com aquele figurino vermelho?".

Na pista de dança, tive que fugir dos pés do pobre Ramiro. Se fosse uma competição de "ESMAGAR OS PÉS DA BECKY", ele seria o vencedor com certeza. Ele parecia aqueles bonecos de postos todo duro que só mexem os braços. Até pensei em guiar a dança, mas ele parecia tão concentrado que até pensei ouvir 1, 2, 3" quando ele mexia os lábios. Duro foi ver Júnior e a Sarocha rindo da gente. RAIVA!

Freen estava sempre rodeada pelas gralhas surubentas. As chiranhudas não davam um espaço para ela respirar. Lógico, ela tá maravilhosa com esse cabelo mais curto! Um tesão! Hoje pela manhã nem a reconheci, perguntei pra vovó quem era aquela que estava acenando e ela riu dizendo que era Sarocha

Graças a DEUS Ramiro precisou levar os pais embora mais cedo, Fiquei procurando minhas avós e nada delas, até que o Júnior chegou e disse que elas pediram para Freen me levar em casa. "Puta merda, meu! Số me faltava essa!".

Eu tava morrendo de ódio de mim mesma por sempre olhar para Sarocha onde ela estivesse. Parecia um ímã. Meus olhos a procuravam sempre. Júnior ficou comigo fazendo companhia e me contou que Sarocha estava brava com a piriguete amazona toda trabalhada na calça de oncinha que a agarrou a força e quase que o marido da vadia as pega. Então... Foi isso... "Puta merda!"

Olhei para Sarocha que me olhava enquanto dançava com algumas gralhas vagabundas. "Puta merda, Becky. Fez merda de novo!". Freen pouco estava dando bola a elas, que se roçavam nela como se fosse um pole dance.

"Puta merda! O que eu faço? O que eu faço?". Peguei Júnior pela mão e o fiz me acompanhar até a pista de dança. Os olhos da Freen não me deixavam um minuto. Ela parecia um falcão olhando para o ninho, Júnior dançava comigo, mas estava completamente desconfortável. Falou que não queria problemas com a amiga.

A batida de um grande sucesso começa e a pista enche de pessoas querendo. dançar. Eu apenas fecho meus olhos e começo a me mexer como se estivesse sozinha.

A música sensual pedia movimentos luxuriosos, que eu só havia feito no meu quarto sozinna... Dançando sem ninguem por perto. Imaginei que era a Freen ali e não o Júnior. Meu corpo se acendeu e eu me remexi como nunca antes havia feito na vida. Eu estava amando a sensação de dançar sem ninguém me julgar ou falar que parecia ridicula. Sorri colocando as mãos no cabelo enquanto requebrava mais ainda o quadril.

Laçando O Coração - FreenbeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora