capítulo 22

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Às vezes acho que não nasci para ser feliz. Tudo estava lindo, Sarocha era tudo aquilo o que sonhei, eu tinha conquistado amigos novos, minhas avós estavam felizes... Mas de repente eu senti como se uma bigorna, igual aquelas de desenho animado, caisse em cima de mim me esmagando... Ficando apenas um tapetinho de Becky no asfalto.

A família do Júnior, Ramiro com os pais, minhas avós e a minha namorada estávamos em um clima descontraído numa mesa bebericando e comendo besteiras. Júnior e Sarocha foram ao banheiro e Mário brincou dizendo que nunca entendeu porque as mulheres precisam ir ao banheiro juntas. Júnior, já bem embriagado, disse que ele precisava que Freen visse se o absorvente dele não estava marcando na bunda. Todos na mesa gargalharam!

Passaram-se alguns minutos quando vi minha avó segurar a mão da tia Zefa e falar algo no seu ouvido. Tia Zefa tinha uma expressão horrível como se quisesse matar alguém. Quando segui seu olhar vi meus pais vindo junto com, nada mais nada menos, que Maurício.

- Oi, mamãe. Zefa... - Dona Maria Luiza sempre arrogante. -Rebecca, e seus modos? Não vai vir beijar seus pais e seu marido?

-Ex-marido Vovó falou secamente.

- É o que veremos - Mamãe retrucou. Todos na mesa acompanhavam o desenrolar da conversa com uma expressão séria. Maurício tinha cara de enfado. Tremendo, me aproximei e beijei meus pais. Meu ex-marido se aproximou e me deu um beijo no rosto, porque virei na hora
senão seria direto na boca.

-Paty, a gente precisa conversar.

- Não temos nada para conversar. Meu advogado já enviou tudo o que você precisava saber.

-Patrícia, vem comigo. Você não acha que me deve isso?

- Ela não vai a lugar nenhum. Zefa se levantou furiosa. Mário se pôs ao seu lado também com cara feia.

-Quem você pensa que é para dizer o que a minha esposa faz ou não? - Maurício estava brincando com fogo e não sabia disso.

- Eu vou ser quem vai pegar essa minhoquinha que tu chama de pinto, cortar e dar pros porcos comer... Se bem que é capaz deles tudo morrer envenenado... Maurício tentou retrucar e eu interrompi.

- Deixa tia, eu preciso conversar com ele. - Falei olhando as duas mulheres mais velhas que eu tanto amava.

- Vão conversar, mas fique ali na cerca - Mauricio tentou falar algo, mas vovó com toda sua imponência apenas levantou a sobrancelha, Se não a Becky fica aqui

Carolina

Eu olhava a felicidade da minha Patyta e pensava se não teria sido melhor eu me impor mais quando ela era criança. Lógico que eu notava que ela não era feliz com a mãe e o pai molenga, porque aquele ali, puta que pariu, não tem voz pra nada. Mas sempre fui da premissa de que criança deve ficar com a mãe. Pela Zefa nós tínhamos ido e buscado a menina assim que notei que ela começou a ficar retraída.

Observado Sarocha, vi o cuidado, o carinho, o amor em cada gesto dela para com minha neta, muito diferente do bonequinho de cera. Tenho a absoluta certeza de que Sarocha a fará muito feliz, e se a Becky puxou a avó... Quando se soltar... Sarocha vai comer na mão dela. Assim como a minha Maria José... Me viro e Zefa tá rindo de alguma piada. Coloco minha mão na sua coха bem próxima a virilha e começo a arrastar as minhas unhas por ali. Ela dá um pulo e fica vermelha na hora.

Eu ia fazer pior e encher a mão naquela buceta quando olhei para frente e vi o Trio Ternura dos Infernos vindo em nossa direção. Segurei firme a mão da Zefa porque sabia que ela poderia partir pra cima do "canelinha de quero-quero". É impressionante como esse rapaz exercita os braços e as pernas não. Chega a dar dó da finura das pobres.

Laçando O Coração - FreenbeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora