CAPÍTULO DEZ

446 49 25
                                    

Jeff Satur Pov

Assim que pousamos Jimmy e eu fomos para o carro enquanto outro dos meus homens o carregava com as malas.

— E então, já pensou em algo? — meu amigo se refere ao pedido de desculpas para Barcode.

— temos uma festa hoje. Acabei de receber o convite — lhe mostro a mensagem e ele a lê e logo revira os olhos.

— E o que isso tem haver com o pedido de desculpas? Acha que o convidar para a festa vai fazer ele te perdoar num passe de mágica? Larga de ser idiota.

— eu deveria começar a ser mais duro com você e Sea, vocês acham que só por que me conhecem a muito tempo podem sair me tratando assim?

— E não podemos?

— vai a merda Jimmy. — ele ri e bate seu ombro no meu de forma divertida.

— qual é, até parece que você acha isso ruim, foi você que nos acostumou assim. Aliás, lembra de como nós nos conhecemos? Lembra também que certo tempo depois disse que eu era um grande amigo?

— "Só não o melhor por que Sea já ocupa o cargo" — rio — essa frase vai me assombrar até eu morrer não vai? — jogo a cabeça para trás e Jimmy ri.

— A escolha de dar liberdade para a gente foi sua, meu caro.

Meu motorista entra no carro e começa o trajeto para casa. Enquanto isso sorrio me lembrando da história ha pouco mencionada.

Quando conheci Sea, a quinze anos atrás quando éramos mais jovens, bem, melhor dizendo, crianças. Afinal, quatorze anos não é uma idade que eu olhe e diga "é um adolescente", é a porra de uma criança e só isso.

Mas mesmo sendo criança eu já era preparado desde os sete anos pelo meu pai para ser igual ele. Estudava outras línguas, aprendia sobre política e economia, estudava peças de armas e também finanças. Desde novo fui treinado para chegar na minha idade atual e ser "o sucessor perfeito".

O que, em minha opinião, não sou.

Sea me ajudou a não ser, e isso é algo que eu gosto de me lembrar, já que, se eu fosse a cópia exata do meu pai, meus amigos estariam mortos e eu não teria ninguém para considerar minha família.

Éramos duas crianças, bem diferentes, Sea e eu. Nós nos conhecemos quando acompanhei meu pai em uma reunião. Viajamos até Chicago, onde fomos até um hotel famoso da época. Me lembro bem de como estava ansioso pensando que finalmente escutaria meu pai negociando com pessoas de outros países, mas, ao invés disso, ele mandou eu esperar na recepção. Mas, já que meu guarda-costas da época, Paul, era um ótimo amigo — e fazia mais o papel de pai, que meu próprio pai — ele me levou para uma pracinha ali perto, e então, quando estávamos conversando enquanto ele me empurrava no balanço eu notei um grupo de garotos mais velhos intimidando um menino da minha idade. Sei que Paul iria me impedir de ir até lá se eu lhe dissesse que queria ajudar o garoto, então pedi para que ele fosse me buscar um sorvete, e assim que ele se afastou o suficiente, eu corri até o menino que já tinha sido levado para um beco onde estava apanhando.

Me lembro de dizer para que parassem ou iriam se arrepender, e quando tentaram me atacar, mesmo eu sendo menor e mais novo, consegui os derrubar e ajudar Sea a se levantar. Porém a nossa felicidade durou pouco quando eles se levantaram e começaram a se preparar para nos bater. Sea me puxou e corremos para longe dando uma volta gigantesca até despistar todos os garotos. Quando voltamos para a rua em que estávamos, meu pai estava perto do carro e como o esperado, ele não se mostrou contente ao me ver todo suado e com um garoto desconhecido e um pouco sujo ao meu lado.

𝐓𝐇𝐄 𝐌𝐀𝐅𝐈𝐀 𝐒𝐎𝐍𝐆 ||𝐉𝐄𝐅𝐅𝐂𝐎𝐃𝐄 𝐕𝐄𝐑𝐒𝐈𝐎𝐍||Onde histórias criam vida. Descubra agora