Sour Valentine - ToneNaru

You're so sour

Naruto (22)
Toneri (27)
Fic curta (660 palavras)

"— Eu quero ele"

Eu não imaginava que minha vida iria virar de cabeça para baixo por causa de uma simples frase como essa. Mas depois desse dia, nunca mais fui o mesmo. Era estranho pensar que alguma vez eu teria alguma riqueza na minha vida, sou filho de pais miseráveis, miseráveis de dinheiro, miseráveis de amor. Minha mãe era uma mulher que fazia tudo para colocar comida na mesa, meu pai, bom, eu nunca o conheci e provavelmente nem sabe que eu existo.

Eu tinha acabado de conseguir um emprego em um Maid Café, era humilhante, mas com uma mãe viciada em heroína, era o melhor que eu poderia ter. E foi ali, divulgando a loja com uma roupa de empregada que eu conheci o homem que viria a ser o amor da minha vida.

Por muitos meses eu fugi da minha sina, eu não sabia quem ele era, mas aqueles olhos azuis enigmáticos e aquela tatuagem de dragão no pescoço que sumia por dentro da sua blusa e aparecia misteriosamente em sua mão. Meu sentimento era que eu estava em uma emboscada e quanto mais eu negava, quanto mais eu gritava que eu não era dele, mais obcecado ele ficava. Até que um dia eu simplesmente não consegui aguentar mais.

Foi em um dia no fim do expediente que eu quase fui estuprado, mas engana você pensar que foi esse meu admirador que fez isso, pelo contrário. Ele me salvou.

Era assustador a forma que eu acordei naquela cama dossel de um camurça azul royal. Minha roupa de trabalho fora e meu corpo coberto com um roupão de seda. Nos cantos do quarto eu consegui contar cerca de seis homens armados e ele no centro, em uma poltrona com seus olhos fixos em mim.

Ele não dizia uma palavra, apenas deixou com que uma mulher cuidasse de mim, Nona me explicou o que aconteceu e me garantiu que minha dignidade não foi violada.

No dia seguinte quando estava recuperado e quis ir embora, eu não pude. Aquele homem não disse nada, ficou em seu silêncio, eu só havia ouvido a voz dele uma vez, e foi quando sentenciou minha prisão perpétua. "Eu quero ele"

Nona me contou tudo que eu precisava saber, aquele era Toneri, de acordo com ela, um homem muito especial e amoroso, mas eu não o via assim, eu não o conhecia, e foi assim por longos meses.

Nosso contato um dia simplesmente aconteceu, com um bom dia, e evoluindo para frases e frases, diálogos completos. Eu estava acostumando a gostar de sua presença, e estava tudo fluindo bem até que ele chegou moribundo em casa. Havia sido baleado, aquele dia foi um caos e meu mundo se dilacerou.

Passaram-se mais meses dele sendo cuidado de seu ferimento, e quando ele finalmente acordou, eu tive minha sentença de liberdade. Ele disse que eu poderia ir embora, mas como eu iria? Se minha vida agora era com ele ali?

Eu voltaria para minha mãe drogada que roubava meu próprio salário para gastar com drogas? Para aquele emprego de merda que me envergonha? Por mais incrível que pareça, nesse cárcere foi onde eu me senti mais livre.

Eu havia me apaixonado por Toneri, aquele homem calado, que ama Romeu e Julieta e não dorme sem meias porque tem os pés frios. Aquele homem que faz chá de maçã quando estou com dores de cabeça, que toca piano lindamente durante as tardes de domingo.

Foi esse mesmo homem que nunca me tocou com malícia, me segurou em seus braços quando minhas crises de pânico aconteciam. Foi ele que me amou de corpo e alma quando eu permiti que isso acontecesse, me presenteou com um cachorrinho no meu aniversário e tinha o sorriso mais difícil do mundo, mas que eu conseguia ver todos os dias.

Nosso amor pode ser azedo, mas foi o mais certo e bonito que já tive em toda minha vida.