Capítulo 2

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Seulgi não sabia bem o que estava sonhando, mas seu consciente estranhou ao ouvir o ritmo animado que se assemelhava muito com o toque de chamada de seu celular.

— Seulgi-ah!

E, que estranho!, a voz arrastada de Jisoo se misturava com o barulho. Ela tentava se situar dentro de sua mente, mas continuou tudo um grande nada.

— Seulgi, atende seu telefone...

A voz de Jisoo insistiu, levemente irritada.

O som agora ficou mais alto, Seulgi pareceu procurar pela fonte em seu sonho, mas não obteve nenhum resultado, começando a se irritar com o barulho agudo e repetitivo, até o momento em que foi abruptamente trazida à realidade.

Jisoo atirou um dos travesseiros violentamente contra a mais velha, que despertou com o susto da colisão.

— Atende essa merda, Seulgi — resmungou a garota sem paciência, puxando o edredom para cima da cabeça.

Com os olhos parcialmente fechados, ainda carregados de sono, Seulgi tateou desesperada o seu colchonete até achar o aparelho vibrando e o atendeu sem ao menos olhar para o identificador.

— Alô?! — pigarreou ao perceber que sua voz soou cansada.

Seulgi, eu te acordei? — perguntou, a garota reconheceu a chamada de imediato.

— Yoona-ssi, oi — disse — tudo bem, eu já estava para acordar. Aconteceu algo?

Na verdade, eu gostaria de pedir um favor para vocês...

Claro, pode falar. — Seulgi reprimiu um gemido de frustração, não estando nem um pouco animada para fazer o que quer que fosse.

Era sábado de manhã, folga do trio. Eles gostavam de dormir até tarde naqueles dias preciosos, para descansar da rotina cansada de atender uma cafeteria. Só que não tinha como dizer não à Yoona, sua patroa e senhoria.

A nova inquilina vai mudar no próximo sábado, mas ela queria deixar os móveis prontos. Aparentemente a loja irá entregar agora pela manhã, preciso que vocês recebam — disse com um receio visível, provavelmente sabendo o peso do que estava pedindo.

— Tudo bem, Yoona-ssi, a gente recebe — respondeu, tentando não deixar sua voz muito baixa.

Obrigada, Seulgi! Só mais uma coisa, vocês acham que conseguiriam montá-los?

Seulgi fez uma careta enquanto esfregava os olhos. Levantar de manhã num sábado para receber encomendas que nem eram dela é uma coisa... Montar móveis exigia um trabalho físico que ela nem sabia se estava apta e que com certeza Jisoo e Seungkwan não topariam.

Ela teve que reunir coragem e respirar fundo antes de formular uma frase calma para não soar rude.

— Desculpe, Yoona-ssi, eu não sei se conseguiríamos... A gente não é muito bom com esse tipo de trabalho manual, sabe?

Ah, eu entendo. Joohyun-ssi não queria deixar qualquer pessoa entrar na casa dela sem supervisão, mas não conseguimos encontrar ninguém que soubesse fazer isso. Se você conhecer alguém, avise por favor.

— Tudo bem, vou ver com eles. Talvez Seungkwan conheça alguém.

Obrigada! Pergunte se 450 são o suficiente para pagar o montador.

— 450 dólares? — Seulgi se ergueu no futon, sentindo-se agora completamente acordada.

450 dólares era muito dinheiro. E ainda que fosse dividido em três, continuaria sendo um amontoado bem generoso e ela não estava em posição alguma de recusar dinheiro.

Flor de Cerejeira | SeulreneOnde histórias criam vida. Descubra agora