___E aí, vadia masculino! Há quanto tempo.__ a voz do meu melhor amigo, Taehyung, soou ao telefone não apenas dura, mas com uma pitada de genuíno aborrecimento.
___Estava trabalhando, seu indecente __ tentei, mas não consegui.
___Sei, arrã. Suponho que cavalgar no pau do gostosão do Jungkook possa ser chamado de trabalho __ ele replicou, com uma pequena nota de humor na voz. Meu amigo estava me perdoando.
___Nem todos nós temos talento e sabemos dançar como um deus __ retruquei .
___Verdade... __ ele disse, alongando a última sílabas.
___Estou com saudade. __ minha voz tremeu e eu desejei me esmurrar por trair a emoção.
Um suspiro profundo veio do outro lado da linha.
___Também sinto falta de olhar sua cara feia. Levo muito mais cantadas quando você está por perto. Sabe como é, né? Já que eu sou mais bonito.__ e... Estávamos de volta ao status de melhores amigos para sempre.
___Como está meu pai?__ perguntei, com medo de ouvir a resposta.
___Melhor. Ainda não acordou, mas saiu da UTI, o que é um bom sinal.
Era bom mesmo. Significava que ele iria sobreviver, embora não estivesse curado ainda.
___Os médicos disseram algo sobre por que ele ainda não saiu do coma?
___Eles não me dão muitos detalhes, Jimin. Tecnicamente eu não sou da família. Você sabe disso.
Suspirei. Taehyung era mais minha família do que os parentes que eu tinha por parte de pai e mãe. Ele era o único amigo em quem confiava cegamente.
___Obrigado por cuidar dele por mim. Como está o Jiyeon? Só falei com ele uma vez, e rapidamente, no intervalo entre aulas. Parece que a carga horária dele é super pesada.
___É, sim. E ele está estressado por causa de dinheiro também. As contas estão se acumulando. Quer que eu dê algum dinheiro a ele?
___Não, não! Eu tenho dinheiro. Bom, vou ter bastante daqui a uma semana. O suficiente para mandar um pouco para ele pagar as contas e comprar comida. E logo vou ter muito mais! Só preciso pagar um avião na semana que vem, e cem mil dólares vão cair na minha conta. Aí vou ter a chance de ganhar mais vinte mil, que serão só meus.
___Como você vai ganhar esse extra?__eu o ouvi tragando o cigarro. Devia estar aproveitando para fumar no fim da hora de almoço.
Roí a unha do dedão e olhei para a borda irregular.
___O próximo cliente é um artista. Vou ser o modelo dele ou alguma merda assim. Ele quer que eu pose nu. Se eu aceitar, ganho um extra de vinte mil.
Pode ouvir Taehyung bufar ao telefone.
___Porra! Eu tiro a roupa todo santo dia e não ganho vinte mil. Peça para senhora Kim me agênciar. Vou ganhar uma grana preta!__ ele pigarreu ao telefone e eu ri. Tae nunca deixaria Seul.
Era tão bom conversar com o meu amigo. Ele me fazia lembrar tudo que eu era, onde estavam minhaa raízes e que ainda era o mesmo garoto de sempre. Mesmo vestido como um príncipe, interpretado o papel de um acompanhante-troféu, eu ainda era Park Jimin. O garoto que criou o irmão desde que ele tinha quarto anos, que cuidou de si mesmo e que iria salvar a vida do pai... Mais uma vez. E eu esperava que fosse a última. Eu só queria que, quando ele acordasse e percebesse o que tinha feito, o que acontecera devido a suas próprias escolhas, realmente aprendesse a lição. Buscasse ajuda para o problema com a bebida. Fizesse terapia. Eu tinha dado a ele uma série de informações sobre programas gratuitos, além de panfletos e folhetos de crinicas. Talvez, quem sabe, desta vez ele pudesse enxugar os erros que cometera.
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O GAROTO DA VITRINE DE OURO
FanfictionPark Jimin precisa de dinheiro. Muito dinheiro. Ele tem um ano para pagar o agiota que está ameaçando a vida de sua família por causa de uma dívida de jogo que seu pai estava devendo. Dois milhões de dólares para ser mais exato. A missão de Jimin é...