2 | REENCONTRO

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Rafael Campos

Eu fui até lá pela minha mãe.
Mas não esperava encontrar a minha Moranguinho.

A pessoa que eu mais amei, por tanto tempo escondido. Porque eu sabia que não iríamos ficar juntos, por isso eu e ela sempre chegamos a mesma situação

Ela batendo em mim ou eu e ela discutindo. E os boatos ainda sim continuavam, até chegar o dia que as coisas saíram do controle.

Rede social e fofocas, foi o que restou da lembrança do último dia que vi a Aurora.

Eu até tentei procurar ela, porém sem sucesso.

Ela sumiu.

E eu estraguei as coisas com ela. A fofoca não foi a minha culpa, mas eu deveria ter dado um jeito de acabar com isso. Mas eu não fiz, não fiz também por ela.

Para não acabar com um pouco de paz que ela ainda tinha. Eu sabia que ela estava tentando fugir disso, e eu tentei ajudar.

Mas não deu certo.

Eu tentei manter as coisas o mais normais possíveis, mas isso acabou fazendo com que ela se afastasse de mim também.

Eu não tive muita alternativa.

Porque para piorar a situação, se eu descobrisse quem foi o desgraçado que fez isso, eu não conseguiria me controlar.

Eu ia acabar com ele.

E ela não me perdoaria.

Por isso, no último mês antes das férias, eu me segurei o máximo para fingir que ela não estava lá.

Fiz para preservar ela, mas teve um dia que não consegui.

Eu disse foda-se e fui para a sala dela, e tentei me explicar.

Dizer que eu não tive nada haver com isso, e que pra mim a gente estaria juntos. Se eu não tivesse um ciúmes explosivo por ela, e se eu não fosse um inimigo pra ela.

Mas isso realmente começou com uma rivalidade, que me trouxe a amar ela a cada dia mais.

Mesmo ela me rejeitando e me batendo. Literalmente.

Eu ainda queria ter aquilo.
Era a única coisa que me fazia feliz.

Nenhuma festa, nenhum jogo e nada era bom sem ela.

As coisas pioraram quando ela mudou de escola.

Porque eu tentei ao máximo fazer ela entender, mas ela fingiu que eu não existia.

Aquilo foi um fim sem adeus.

Pra mim significava que só eu amei ela. Só eu tinha a capacidade de tentar.

Mas eu não podia julgar ela, eu sabia como ela era. Cada pedaço da sua personalidade eu conhecia, todos os gestos, todas as movimentações.

Mas aquilo não importava.

Porque mesmo todos achando que éramos um casal, ela não achava.

A Aurora na verdade era muito diferente das outras, ela não mostrava raiva de mim sempre. Algumas vezes ela ignorava, outras ela explodia.

Parece duas pessoas diferentes em uma única pessoa.

Mas com as suas amigas e colegas ela era do mesmo jeito, porém com sentimentos diferentes. Me intrigava.

Era especial.

E foi quando eu fiquei sabendo do primo dela que eu me toquei que isso não era algo que eu queria mas algo que eu tinha que ter.

𝐌𝐞𝐮 𝐏𝐫𝐢𝐦𝐞𝐢𝐫𝐨 𝐈𝐧𝐢𝐦𝐢𝐠𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora