Capítulo 13

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— Isso é ridículo, como pôde fazer isso? - indaga Isis irritada.

Ela esta sentada na cama de Ágata, que está em frente ao espelho passando batom vermelho. Já fazia pouco mais de duas horas que eles haviam se acomodado, a garota se sentia no comando e seu interesse por Afonso crescia cada vez mais, ela não queria sair do quarto sem se sentir bonita.

— Não exagere – diz enquanto mexe os lábios em frente ao espelho.

— Não vê que eles só querem vigiar a gente? Acorda Ágata, o seu interesse por esse homem está confundindo o seu discernimento – exclama.

— Não é nada disso, vai ver que assim que eu ficar com ele seu temperamento vai mudar, ele só precisa de algo para descarregar o estresse – garante enquanto verifica se o seu corpo ficou bem no vestido.

Isis se sentiu desconfortável, não gostava da ideia de vê-los juntos, na verdade não achava nada referente a eles dois interessante. Instantaneamente sentiu-se enjoada, sua situação estava cada vez pior. Pensou em sua casa, onde poderia deixar de ver as pessoas que moram lá por dias devido ao tamanho e agora teria que ficar sem quarto.

— Já está pronta? - questiona sua amiga.

— Pronta para quê? - investiga.

— Para o jantar, hoje teremos companhia – fala e sorri.

A garota a encarou, sua amiga não a estava ouvindo, ou não gostaria de compreendê-la. Sentiu que sua insistência não a ajudaria neste momento. Não desejava ver Afonso, ele a encarava de uma maneira que lhe irritava, era como se ele quisesse pedir algo.

— Estou sem fome – mente.

— Deveria ir, quem sabe o Rubens se interessa por você – fala e sorri enquanto sai do quarto.

A última coisa que Isis gostaria é de alguém interessado por ela, essa brincadeira foi de fato de mau gosto.

Ágata desce a escada empolgada, ficou imaginando estar de frente para o cara sabendo que iriam dormir na mesma casa. Não entendia como ainda não tinham ficado juntos, a garota reconhecia sua beleza e seu poder, uma hora ele teria que ceder.

Assim que ele a viu, encarou-a, o fato que esperava ver Isis ao lado da amiga, no entanto, ela não estava ali.

Olhou para Rubens que parecia entretido demais com o telefone e em seguida voltou a encarar a garota.

— Sua amiga não vai descer? - indaga.

Ágata o encarou com raiva, ela sorriu para disfarçar o que sentia, mas não foi muito esperta, pois foi fácil perceber em seu olhar como não havia gostado da pergunta. O fato é que jamais escondeu como se sente e ele está sempre esperando pela Isis, mesmo que a garota mostre sempre como o despreza.

— Ela está sem fome – afirma.

Ao invés de esperar por sua resposta, a menina vai para a cozinha, decide verificar se eles pediram comida suficiente para todos, espanta-se ao ver que exageraram em suas solicitações. Quando retorna para a sala estranha não vê-lo mais ali.

Isis deita-se na cama, volta a sentir muito sono, mas não deseja dormir. Sente-se derrotada por um homem que deveria estar em sua própria casa. Ela gostava dele, muito mais do que deveria, entretanto saber que jamais poderia tê-lo a fazia se sentir perdida.

O pior é que imaginar que ele pudesse se envolver com sua amiga e deixava ainda mais irritada, ela se acomodou na cama sentindo-se completamente confusa, a porta de abriu e ela ignorou sua amiga, não adiantava insistir, ela não cederia.

— Eu não vou descer – fala sem olhar para a porta.

— Sabe que isso é muito grosseiro de sua parte, não é? - indaga.

A garota fecha os olhos, forçando-os por um tempo, quando volta a abri-los encara quem está na porta e se surpreende com Afonso.

Ele a encara sem disfarçar em nenhum momento seu interesse, afinal isso já estava difícil, no início jurou para si mesmo que era tudo uma brincadeira, mas agora começou a perceber que as coisas estavam indo longe de mais e a desejava de verdade.

— É melhor ir embora – fala ao levantar-se.

— Por que não vem comer conosco? - investiga.

— Não tenho interesse em me sentar ao seu lado para comer – afirma.

— Isso é infantil demais para você, sei que é uma menina, mas pode agir melhor – afirma.

— Não estou com vontade de ouvi-lo – fala e começa a sair do quarto.

— Mas, você vai – garante e a puxa para si.

Seus olhos se encontram e antes que algo a mais possa ser acusado, ele a beija. Seus lábios são perfeitos, pensa Afonso no momento em que os experimenta.

O homem solta o seu braço e coloca as mãos ao redor do seu rosto, o beijo agora mais envolvente parece lhes mostrar um mundo de possibilidades. Afonso a pressiona contra o seu corpo e escuta um leve gemido escapar de seus lábios, isso o encanta ainda mais.

Após alguns minutos Isis finalmente se afasta, ela respira com dificuldade, mas esta firme no que deve fazer.

— Por que fez isso, algo assim não pode acontecer – fala com raiva.

— Por que não pode? Por acaso, não queria? Eu vi que queria – justifica.

— Eu era a namorada do seu amigo – exclama parecendo desesperada.

— Porra, eu sei, mas está difícil controlar isso, o que ando sentindo por você não parece normal para mim – assume.

Isis sente os seus olhos se enxerem de lágrimas, ela as controla bem. Seu coração bate desesperadamente, isso é tudo o que queria de fato, que ele a amasse, que ele a desejasse, no entanto, sabe que jamais poderá viver esse amor.

— Eu não sinto a mesma coisa por você, só estou confusa devido as coisas que andam acontecendo em minha vida, não quero isso – diz.

Sua voz está fraca, Afonso percebe que ela está mentindo. Ele se aproxima lentamente da garota fazendo com que ela se encoste cada vez mais a porta, seus olhos investigam ainda mais a verdade por trás de todas essas sensações.

— Sei que está mentindo Isis, e eu vou descobrir o que esconde. Não importa como eu me sinto em relação a você, eu vou provar que não é de fato uma pessoa confiável – assegura.

Ele se afasta e ela vai rapidamente para a cama, o detetive sai do quarto apressado, a garota sem conseguir se controlar mais permite que as lágrimas caiam rapidamente pelo seu rosto.


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