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    A tese de Angel era algo deprimente, um cão acorrentado por correntes fortes que prendiam as patas e o pescoço fortemente, isso enquanto era fodido de todas as posições existentes. Quem disse que ele gostava? Ele não gostava. Mas, o que poderia fazer? Estava preso em um acordo com o próprio chefe, cujo Overlord e dono do Porns Studio, diretor dos filmes na qual Angel era sempre o protagonista de tamanha violência.

  E foi isso naquela tarde, algo tão turbulento que só fez Angel se deitar de roupão na cama macia. Contudo, a maciez logo foi embora quando um dos atores entrou no quarto do Dust. Ele só queria descansar, mas pelo visto isso não seria possível... Ainda mais na casa aonde seu chefe havia mais poder.

    Angel iria aceitar isso ocorrer, contudo, uma silhueta em sua janela impediu o ocorrido. Cortando todo o "clima", felizmente. Husk saltou para dentro do quarto, e ao ver Angel ali deitado rapidamente se aproximou. O outro autor se afastou minimamente, se interrogando quem diabos era aquele que jamais virá.

  — Husk? — Angel questionou seu nome, e se sentou na cama.

   — Ei... Eu estava precisando conversar com você, urgentemente.

— Agora?

— Sim, agora. — Ele pegou a mão de Angel, o obrigou a levantar e assim, o levou para fora do quarto.

  — Ou! Ou! Eu estou de roupão! — Enquanto corriam em meio aos sete corredores, Husk arrepiado pela emoção pois fazia muito tempo que não estava sobre tamanha ação. E enquanto corriam, o Dust segurava as beiras do roupão para que não fugisse de seu corpo e o deixasse desnudo ali.

    Do lado de fora, Angel apertou o veludo fofo da veste, e quando não o barman ergueu as longas assas, e pegou o esbranquiçado nos braços, saindo voando com o mesmo. Empregados que viram a cena rapidamente foram alertar para Valentino, quando a notícia veio a tona em seus ouvidos inexistentes a irá lhe domou, e as veias da raiva ficaram a flor da pele.

... Husk pousou sobre a varanda de carpete carmim, e deixou o maior de pé sobre ele.

   — Mas que-

  — Eu tenho um plano de como desfazer o seu contrato com o Valentino.  — Ele entrou no quarto, era o dele, havia detalhes avermelhados junto de traços de baralho, copas, e avante, tudo quer inspirado em jogos de baralho e apostas.

  Para Angel entrar naquele recinto foi uma nova descoberta, Husk jamais mostrava seu quarto para ninguém, nem Nifty que limpava cada aposento não tinha permissão de entrar. Husk, por ser misterioso, até deixa os próximos interrogativos sobre o porquê não deixarem entrar em seu quarto. Angel, por ser o primeiro, se sentiu encantado... Sensação está que sumiu depois de prestar atenção no outro assunto. 

  — O que? Me explica isso!

  — Você vai me chamar de lelê, mas eu pensei que se, eu e o Valentino- — Husk iria começar a ditar seu plano, contudo, foi interrompido por Angel, que segurou seus ombros e os dois ficaram cara a cara.

  — Sim! Você está lelê! Porque você está muito diferente! — Exclamou, tendo visão do felino ficar surpreso. — Antes você nem gostava tanto de contato físico, mas agora você consegue chegar em mim e me abraçar de repente! Ou então... Ficar com a cara no meu peito, e ronrronado, como um gato carente. — Angel pôs para fora todos os capítulos que veio criando dúvidas sobre Husk, que confessando concordância com o maior. — E agora... Você surge de repente em meu local de trabalho e me trás em seus braços até aqui, como uma princesa sendo resgatada de uma torre!  — E parou por ali, se sentando na cama aveludada do menor.

   Husk realmente ficará sem a busca das palavras corretas para explicar, para a explicação do tamanho carinho de repente. Culpa do extinto felino que, só de ver Angel, já sentia uma vontade imensa de o abraçar, como também de tê-lo, pensava Husk.

   — Ultimamente eu só... Me senti mais... Gatastico. — Inventou, coçando a nuca, e se sentado perto de Angel.

  — Você está na época de acasalamento? — Perguntou, aleatoriamente. Fazendo o outro se engasgar com a própria saliva.

  — Oi!? Não! Não! Não! — Se apavorou com aquela teoria irrelevante e fora de questão. — Angel... Não. Eu não estou no cio. Eu sou um gato mas sou macho! — Corrigiu, fazendo o esbranquiçado compreender. — Não me diga que você ACHAVA que gatos machos podiam entrar no cio?

  — Jamais. — Mentiu, mas Husk acreditou, mesmo se não acreditasse fingiria. — Estamos fugindo do assunto.

  — Você que começou a entrar nesse assunto de cio!

— Era só uma pergunta! — Se defendeu. Husk apenas suspira, rendido.

  — Angel... Eu só... Não sei como explicar! — Ele se preparou, respirou fundo, e se levantou. Com Angel sentado em sua cama o felino deu proveito de se aproximar, ficando frente a frente. — Ficamos próximos. No começo você eu te via como um cara que só dava em cima de qualquer um, gostava de se drogar por vontade própria, curtia.... Enfim! Depois ficou alguém mais diferente... Alguém que eu... Me sinto... — Suas orelhas abaixaram, e seu rosto corou levemente, quando não percebeu a certa aproximação. — Manso.

  — ... Oh, Husk. — Um lindo sorriso leve surgiu na face do Dust, junto de um coro rosado e um magnífico brilho nos olhos, encantando Husk em um instante, querendo de forma nenhuma retirar seu olhar daquela magnífica visão. Quando então, é surpreendido pela frase: — Você está apaixonado.

  Husk sentiu-se mais quente, mas ao mesmo tempo com dúvidas. Sem chegar a perguntar nem nada, ele só disfarçou com uma cara brava, não vendo sentido naquilo.

  Husk: O que? Não! Não! Eu não... — Nem sequer percebeu as mãos do Dust em seu rosto, rapidamente o puxando para ambos colarem as bocas. Um beijo seguido de carícias na cabeça, deixando o felino em complemento choque, rubro e sem entender... Como? Como chegou a isso? Tudo começou pelo seu "extinto felino".

  Angel tinha um gosto tão adocicado, enquanto Husk um cheiro mais amargo de álcool. Por um segundo ou dois Husk logo aceitou, começou a ronrronar e segurar as mãos que tocavam seu rosto. O beijo era algo excitante de amor e paixão, algo que também o felino nunca experimentou. Amava, era perfeito... Era doce.

   ... Anthony era perfeito.

  Husk desfez o beijo, não porque queria... Mas era a única solução para deixar Angel executar seu plano. Com muita rapidez Husk deixou o quarto, em seguida o fechou e trancou com Anthony preso ao mesmo. Não o deixaria sair, saberia que Angel tentaria de uma forma ou outra impedir.

  De dentro de ouviu ele exclamar diversas vezes o nome de Husk, que o ignorou, guardou a chave e saiu.

   Ele iria acertar as contas com Valentino. Oh, se iria. E ninguém iria impedir.

Plumas e Pelos • Husk X Angel DustOnde histórias criam vida. Descubra agora